ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ESTUDO COMPARATIVO DA ESTABILIDADE OXIDATIVA DE ÓLEOS VEGETAIS

AUTORES: Araujo, M. (UFPI) ; Ferreira, A. (UFPI) ; Xavier, F. (UFPI)

RESUMO: Existe uma maior tendência, para os óleos que contem maior grau de insaturações, à degradação oxidativa. A diferença no teor de ácidos graxos insaturados influencia diretamente a estabilidade oxidativa de óleos. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a estabilidade oxidativa de óleos vegetais. O tempo de indução oxidativa (OIT) foi medido através do Petro-OXY. Dentre os óleos o que apresentou maior OIT foi o óleo de babaçu e o menor foi o óleo de soja. Os resultados foram corroborados pelo índice de iodo e teor de insaturação.

PALAVRAS CHAVES: Biodiesel; Estabilidade Oxidativa; Oleos vegetais

INTRODUÇÃO: O uso de energia a partir de fontes renováveis tem se destacado nos últimos dez anos devido ao seu potencial para substituir combustíveis fósseis, principalmente o petróleo. Neste contexto, é sabido que a utilização do biodiesel estabelece um ciclo parcialmente fechado de carbono, pois parte do CO2 liberado é absorvido durante o crescimento da planta. O Biodiesel é um combustível diesel alternativo derivado de óleos vegetais ou gorduras animais (DABDOUB; RAMPIM, et al, 2007). Os principais componentes destes óleos e gorduras são triglicerídeos, onde estes são formados basicamente por diferentes ácidos graxos. A composição desses ácidos é um parâmetro muito importante, pois influencia diretamente nas propriedades dos óleos e consequentemente do biodiesel. No Brasil, diferentes espécies de oleaginosas possuem potencial para serem utilizadas como matérias primas na produção de biodiesel (VARGAS, 1998; VASCONCELOS et al, 2006; CONCEIÇÃO et al, 2007). Apesar da diversidade agrícola, as matérias-prima utilizadas na produção de biodiesel tem sido: 77% óleo de soja, 22% de sebo bovino, e com 1% de óleo das demais oleaginosas (ANP, 2011), o que torna inevitável a complementação com outras fontes oleaginosas (FREITAS, et al, 2004). Óleos com maior teor de ácidos graxos insaturados são mais susceptíveis à oxidação. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a estabilidade oxidativa dos óleos de soja, algodão, babaçu, girassol e milho, através dos métodos de Petro-Oxy e Índice de Iodo.

MATERIAL E MÉTODOS: Para o estudo comparativo dos óleos foram usados os parâmetros de avaliação da estabilidade oxidativa de Petro-Oxy, onde este método se baseia no tempo de indução oxidativa. No Petro-OXY, marca Petrotest, 5 mL da amostra foram aquecidos a 110 °C e pressurizado em atmosfera de oxigênio à 910 kPa. Os dados para de índice de iodo e ácido graxo predominante, estão de acordo: The United States Pharmacopeia – USP 27; RDC N° 482, de 23/09/1999, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: TABELA 1 Como o tempo de indução oxidativo está associado diretamente ao número de insaturações no ácido graxo predominante, onde de acordo com a Tabela 1, podemos concluir que os óleos de soja, algodão, girassol e milho, estão mais suscetíveis à oxidação e degradação do biodiesel, corroborado pelo seu índice de iodo, que é inversamente proporcional ao período de oxidação. A Figura 1 mostra as insaturações presentes nos ácidos graxos que compõem majoritariamente os óleos em estudo.

Figura 1

Ácidos graxos predominantes nos óleos de soja, algodão, girassol, milho e babaçu.

TABELA 1

Estabilidade oxidativa e índice de iodo.

CONCLUSÕES: De com os dados, conclui-se que as amostras que, com maior índice de iodo e maior porcentagem de insaturações apresentaram menor estabilidade oxidativa. A presença do componente saturado (ácido graxo láurico) proporciona ao óleo e consequentemente ao biodiesel de babaçu, uma alta estabilidade oxidativa. Conclui- se que os óleos com composição de ácidos graxos de menor insaturação, são os mais indicados para a produção de biodiesel, por apresentar maior estabilidade oxidativa.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis, Disponível em: http://www.anp.gov.br, Acessado em 2009.
CONCEIÇÃO, M. M.; CANDEIA, R. A.; SILVA, F. C.; BEZERRA, A. F.; FERNANDES Jr., V. J.; SOUZA, A. G. 2007. Thermoanalytical characterization of castor oil biodiesel. Renewable & Sustainable Energy Reviews, v. 11(5): 964-975.
Dabdoub, m. J.; Dabdoub, V. B.; Bortoleto, D. A.; Rodrigues, H. S.; Rampin, m. A.; BR Pat. PI0702149-6 2007.
FREITAS, S. M. 2004. Biodiesel à base de óleo de soja é a melhor alternativa para o Brasil? Informações Econômicas, SP, 34(1):86-89.
VARGAS, R. M.; SCHUCHARDT, U.; SERCHELI, R. 1998. Transesterification of vegetable oils: a review. Journal Brazilian Chemists Society, 9 (1).
VASCONCELOS, A. F. F.; DANTAS, M. B.; LIMA, A. E. A.; SILVA, F. C.; CONCEIÇÃO, M. M.; SANTOS, I. M. G.; SOUSA, A. G. 2006. Compatibilidade de Misturas de Biodiesel de Diferentes Oleaginosas. Revista Biodiesel, nº 11.