ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: Potencial anticolinesterásico dos extratos hexânico e etanólico das cascas da semente de Moringa oleifera Lam.
AUTORES: Oliveira Júnior, E.A. (UFPI) ; Sucupira, A.C.C. (UFPI) ; Carvalho, R.B.F. (UFPI) ; Silva, R.A.C. (IFPI) ; Sousa, T.O. (IFSERTÃOPE) ; Monção, N.B.N. (UFPI) ; Lopes, L.C.S. (UFPI)
RESUMO: O presente estudo avaliou o potencial anticolinesterásico do extrato hexânico e etanólico das cascas da semente de Moringa oleifera Lam. Foi utilizado método de Ellman (1961) adaptado para cromatografia em camada delgada (CCD) por Rhee e colaboradores (2001), os extratos mostraram-se inibidores da enzima na concentração avaliada, o que os torna alvo de interesse para produção de novos fármacos.
PALAVRAS CHAVES: [i]Moringa oleifera[/i]; acetilcolinesterase; anticolinesterasicos
INTRODUÇÃO: Moringa oleifera Lam., é uma planta originaria do noroeste indiano e possui alto potencial devido suas aplicabilidades alimentares, agrícolas, medicinais e industriais. Suas sementes possuem altos teores proteicos e lipídicos 33,9 e 37,2% respectivamente (BEZERRA et al., 2004).
A M. oleifera é conhecida como moringa, cedro, lírio branco, quiabo de quina, e pertence à família Moringaceae. (CÔRREA, 1984; DUKE, 1987; GALLÃO et al, 2006). A literatura etnofarmacologica relata pouco uso da moringa no Brasil, informações acerca da planta são baseadas ao uso tradicional na Índia. Diferentes partes da planta são utilizadas para diferentes fins, sementes tostadas e flores podem ser utilizadas na alimentação, sementes cruas recentemente amassadas podem ser aplicadas externamente em ferimentos infectados, nas sementes encontra-se como principal componente a pterigospermina principio dotado de atividade antimicrobiana (LORENZI e MATOS, 2002).
Compostos extraídos de plantas mostram-se como alvos terapêuticos promissores para tratar doenças neuropsiquiátricas e/ou neurodegenerativas (BERTÉ, 2009). Muitos constituintes químicos com potencial anticolinesterásico possuem efeitos que facilitatórios nos processos de memória (BERTÉ, 2009). Os vegetais são as principais fontes de substâncias com potencial anticolinesterásico (SEIDL, 2010). Devido à grande expansão da hipótese colinérgica no tratamento de doenças neurodegenerativas através de compostos anticolinesterásicos relata-se no presente trabalho a avaliação do potencial inibitório dos extratos hexânico e etanólico da casca da semente de Moringa oleifera Lam. frente enzima acetilcolinesterase.
MATERIAL E MÉTODOS: As sementes da planta foram coletadas no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí. As cascas (83,74 g) foram separadas das sementes, moídas em moinho de facas e extraídas em sistema tipo soxhlet em solventes Hexano (Hex) e Etanol (EtOH), respectivamente, por 8 h cada solvente. O material obtido foi concentrado em evaporador rotatório, obtendo-se os extratos Hex (32,73 mg) e EtOH (62,20 mg). A avaliação do potencial anticolinesterásico foi realizada seguindo o método de Ellman (1961) adaptado para (CCD) por Rhee e colaboradores (2001) um método colorimétrico que pode ser usado de forma qualitativa e quantitativa. O padrão utilizado foi a cafeína.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pesquisas apontam drogas provenientes de produtos naturais como sendo eficazes no tratamento da doença de Alzheimer. Uma das abordagens consiste no tratamento colinérgico da doença, e o método que demonstrou maior eficácia clínica é o uso de inibidores diretos da enzima acetilcolinesterase (TREVISAN et al., 2006). Os extratos Hex e EtOH mostraram potencial de inibição frente à enzima acetilcolinesterase na concentração de 5 mg, o que foi observado através do aparecimento de manchas brancas ao redor dos pontos de aplicação das amostras como é observado através da Figura 1.
Figura 1 - (1) cafeina; (2) Ext. EtOH; (3) Ext. Hex
Efeito de inibição da enzima acetilcolinesterase pelo método de Ellman adaptado pra (CCD) das amostras testadas
CONCLUSÕES: Os extratos hexânico e etanólico mostraram potenciais de inibição da enzima acetilcolinesterase, o que os levam a condições de produtos de relevância junto aos estudos na busca de novos medicamentos com potencial anticolinesterasico com preços mais acessíveis e menores efeitos colaterais, ampliando dessa forma as perspectivas de estudos posteriores sugerindo uma continuidade deste trabalho.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à UFPI e ao Laboratório de pesquisa em neuroquimica experimental- LAPNEX.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERTÉ, T. E. 2009. Estudo da atividade anticolinesterásica dos compostos taraxerol e ácido ursólico: implicações sobre o processo de memória. Dissertação de Mestrado, Universidade do Vale do Itajaí, Brasil.
BEZERRA, A. M. E.; FILHO, S. M.; FREITAS, J. B. S.; TEÓFILO, E. M. 2004.
Avaliação da Qualidade das Sementes de [i]Moringa oleifera[/i] Lam. Durante o Armazenamento. Ciênc. agrotec, 28: 1240-1246.
CORREA, P. M. 1984. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas.
DUKE, J. A. 1987. Moringaceae: horseradish-tree, drumstick-tree, sohnja, moringa, murunga-kai, mulungay. Science and Technology for Environment and Natural Resources, 19-28.
GALLÃO, A. I.; DAMASCENO, L. F.; BRITO, E. S. 2006. Avaliação química e estrutural da semente de moringa. Revista Ciência Agronômica, 37: 106-109.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. 2002. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum, 346-347.
SEIDL, C. 2010. Pesquisa de substâncias naturais inibidoras da acetilcolinesterase. Disertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Brasil.
TREVISAN, M. T. S.; BEZERRA, M. Z. B.; SANTIAGO, G. M. P.; FEITOSA, C. M. 2006. Atividades larvicida e anticolinesterásica de plantas do gênero [i]kalanchoe[/i]. Quim. Nova, 29: 415-418