ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Estudo Preliminar da atividade bactericida dos extratos dos tecidos de Piper arboreum frente Bacillus subtilis, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Staphylococcus aureus MRSA.

AUTORES: Nascimento, S. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Silva, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Silva, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Araujo, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Ramos, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO)

RESUMO: A atividade antibactericida dos extratos das raízes, caules e folhas, da espécie Piper arboreum que ocorrem em Recife-Pernambuco foi avaliada frente as bactérias gram-positivas Bacillus subtilis, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Staphylococcus aureus MRSA . A espécie P. arboreum foi coletada no campus da UFRPE e o material foi seco em estufa, triturados e extraídos com solventes. O teste de difusão em disco foi utilizado para avaliar as atividades dos extratos das raízes, caules e folhas . O extrato que mostrou atividade foi o diclorometânico da raiz o qual apresentou halo de inibição de 10mm e 12mm frente a Staphylococcus aureus e S. aureus MRSA , respectivamente e o extrato clorofórmico das folhas com halo de 10mm frente Staphylococcus aureus MRSA.

PALAVRAS CHAVES: P. arboreum; extratos; atividade bacteriana

INTRODUÇÃO: O aumento global da resistência bacteriana envolve entre outras bactérias, Staphylococcus aureus multi-resistente (MRSA). Estas bactérias fazem com que uma vasta gama de doenças infecciosas afetem maleficamente humanos e animais. (KANAFANI, FOWLER, 2006). Apesar de diversos antibacterianos atualmente disponíveis, o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas para lidar com estes patógenos é, de grande interesse para indústrias farmacêuticas, (MOELLERING, 2011) sendo o reino vegetal uma rica fonte de novos protóticos candidatos a fármacos(SIMOES, BENNETT, ROSA, 2009) . O gênero Piper é bastante conhecida na medicina popular e indígenas pelas suas propriedades terapêuticas (PARMAR et al., 1997) . A espécie Piper arboreum ocorre nas regiões de Mata Atlântica em locais húmidos.( JARAMILO, MANOS, 2001). Estudos anteriores relatam forte atividade antifúngica dos extratos e de amidas isoladas dos tecidos de P. arboreum (REGASINI, 2009). Com o intuito de verificar a atividade bacteriana dos extratos dos tecidos dessa espécie frente bactérias gram – positivas Bacillus subtilis, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Staphylococcus aureus MRSA. o teste qualitativo preliminar de difusão em disco foi usado para avaliar o potencial bactericida dos extratos das raízes, caule e folhas.

MATERIAL E MÉTODOS: Material vegetal: a espécie Piper arboreum foi coletada na mata de Dois irmãos no campus da UFRPE. As raízes, caules e folhas foram secos em estufa a 50ºC por 48h, trituradas em moinho de facas. Os extratos foram obtidos dos tecidos da planta já secos e moídos. Os solventes usados na extração foram eliminados a pressão reduzida em evaporador rotatório para fornecer o extrato bruto seco. Obtenção do extrato das raízes: 100g de raízes foram extraídas por 3 vezes com 750 mL de diclorometano, fornecendo 3,6g de extrato bruto. Obtenção do extrato dos caules: 400g caule foi extraído exaustivamente com etanol para fornecer 3,8g de extrato, em seguida por hexano fornecendo 0,8g. 100g de caules foram extraídos exaustivamente com diclorometano para obter 1,1g de extrato bruto seco. Obtenção do extrato das folhas: 60g de folhas foram extraídas com etanol por duas vezes para obter 3,4g de extrato bruto. 1,9g. desse extrato foi dissolvido em metanol:água 4:1 e fracionado com hexano, clorofórmio e acetato de etila respectivamente. As massas obtidas 1,2g da fase Hexânica 0,4g da fase clorofórmica e 0,2g fase acetato de etila.Teste de difusão em disco: foram usadas cepas de Bacillus subtilis, Enterococcus faecalis, Staphylococcus Aureus e Staphylococcus MRSA . Em placa petri de vidro de 140x15mm foi adicionado 20mL de agar nutriente fundido . Após a solidificação do agar, com auxílio de uma alça as cepas das bactérias foram espalhadas sobre o agar em seguida colocados discos de papel de filtro umedecidos com 10µL de soluções de 20mg/mL dos extratos. Um disco, contendo apenas o inoculo, e outro com o solvente usado nas soluções dimetilsulfóxido, foram utilizados como controle positivo e negativo, respectivamente. As placas foram incubadas 24h à 37ºC para observar a formação de halos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O ensaio de atividade antibacteriana por difusão em agar indicou que os extratos diclorometânico e da fase clorofórmica das folhas de P. arboreum foram ativos frente a Staphylococcus aureus e Staphylococcus MRSA . Contra as cepas de Bacillus subtilis e Enterococcus faecalis não foram observados halos de inibição (Tabela 1). Os resultados indicam que a atividade bacteriana reside principalmente nos extratos de média polaridade. Para concentrações de 20mg/mL nenhuma atividade é observada para o extrato etanólico bruto das folhas, porém ao fracionar com clorofórmio, este apresenta halos de inibição para o crescimento bacteriano de Staphylococus MRSA .Em contrapartida, em estudos anteriores, as atividades fungicida dos extratos de P. arboreum se concentraram principalmente nos extratos etanólicos e nas fases hexânicas das folhas (REGASINI, 2009). Por apresentar limitações para substâncias com baixa difusibilidade no meio de cultura, (WOODS & WASHINGTON, 1995) o método de difusão em disco foi usado somente como teste preliminar qualitativo.

Tabela 1

Medida dos halos de inibição (mm) dos extratos brutos raízes e partes aéreas de P. arboreum contra bactérias gram-positivas.

CONCLUSÕES: Os extratos não mostraram inibição de crescimento para as bactérias Bacillus subtilis e Enterococcus faecalis, apenas os extrato diclorometânico da raiz e da fase clorofórmica das folhas apresentaram atividade bactericida contra Staphylococcus aureos e Staphylococcus MRSA.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: KANAFANI, Z. A.; FOWLER, V. G., JR. 2006 Staphylococcus aureus infections:new challenges from an old pathogen. Enferm. Infecc. Microbiol.Clin. 24: 182–193.
MOELLERING, R. C., JR. 2011 Discovering new antimicrobial agents. Int.J. Antimicrob. Agents, 37: 2–9.
SIMOES, M.; BENNETT, R. N.; ROSA, E. A. S. Understandingantimicrobial activities of phytochemicals against multidrug resistantbacteria and biofilms. 2009 Natural Product 26: 746–757.
PARMAR, V. S., JAIN, S. C., BISHT, K. S., TANEJA, P., TYAGI, O. D., PRASAD, A. K., WENGEL, J., OLSEN, C. E., BOLL,P. M., 1997. Phytochemistry of the genus piper, Phytochemistry 46: 597-673
JARAMILO, M. A., MANOS, P. S., 2001 phylogeny and patterns of floral diversity inThe genus piper (piperaceae). American Journal of Botany, 88:706-716.
REGASINI,L.O., COTINGUIBA1,F., MORANDIM, A.A., JORGE. M. SCORZONI,K.L., MENDES-GIANNINI,M.J., BOLZANIV. S., AND FURLAN,M. 2009, Antimicrobial activity of Piper arboreum and Piper tuberculatum (Piperaceae) against opportunistic yeasts. African Journal of Biotechnology, 8:2866-2870
WOODS, G. L. & WASHINGTON, J. A., (1995) Antibacterial Susceptibility Tests; Diluition and Disk Diffusion Methods. , (Eds.) Manual of Clinical Antimicrobiology. Washington: American Society for Microbiology, 1327-1341.