ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE PLANTAS MEDICINAIS

AUTORES: Simão, A.A. (UFLA) ; Corrêa, A.D. (UFLA) ; Marques, T.R. (UFLA) ; Ramos, V.O. (UFLA) ; Alves, A.P.C. (UFLA) ; Duarte, M.H. (UFLA)

RESUMO: Objetivou-se nesse trabalho medir a atividade antioxidante, pelo método ABTS, nas plantas medicinais babosa, calunga, carqueja, Garcinia cambogia e marmelinho e na combinação dessas plantas, com a finalidade de se avaliar um possível uso dessas no combate aos radicais livres e consequentemente no tratamento de diversas enfermidades causadas por estes. A atividade antioxidante, em µmol trolox g-1, foi considerada moderada nos extratos de marmelinho, aquoso (728,80) e etanólico (731,06), e fraca para as demais plantas. A combinação das plantas mostrou baixo potencial antioxidante. Assim, apenas os extratos de marmelinho mostram potenciais para serem utilizados como fontes de antioxidantes em preparações farmacológicas e alimentícias, com possíveis benefícios a saúde.

PALAVRAS CHAVES: potencial antioxidante; farmacologia; fitoterapia

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, têm-se investigado os efeitos dos antioxidantes em relação às enfermidades. As pesquisas têm tentado explicar os benefícios dessas substâncias para prevenir e tratar diversos tipos de doenças (MORAIS,2009). Antioxidantes são substâncias que combatem os radicais livres, que causam a oxidação de várias biomoléculas presentes em nosso organismo causando várias patologias, como câncer, doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas (HALLIWELL,2000). Além disso, há também problemas com os antioxidantes sintéticos que, além de altos custos para suas produções, também tem sido demonstrado, por estudos toxicológicos, que podem provocar efeitos indesejáveis no organismo humano e animal, o que levou a um aumento na busca por substâncias naturais que sejam fontes eficientes de antioxidantes. Muitas plantas medicinais contêm grandes quantidades de antioxidantes, como os compostos fenólicos, carotenoides e as vitaminas C e E que desempenham papéis importantes na absorção e neutralização de radicais livres (DJERIDANE et al.,2006). Nesse contexto, plantas que são popularmente conhecidas com alguma finalidade terapêutica, que não possuam estudos comprovando seus efeitos, tornam-se alvo central de pesquisas que visam o desenvolvimento de novos fármacos que possam auxiliar no tratamento de doenças. Diante do exposto, o objetivo neste trabalho foi medir a atividade antioxidante nas plantas medicinais Aloe vera (L.) Burm. (babosa), Simaba ferruginea St. Hil. (calunga), Baccharis trimera (Less.) DC (carqueja), Garcinia cambogia Desr. e Tournefortia paniculata Cham. (marmelinho) e na combinação dessas plantas, com a finalidade de se avaliar um possível uso dessas no combate aos radicais livres e consequentemente no tratamento de diversas enfermidades causadas por estes.

MATERIAL E MÉTODOS: As plantas, Simaba ferruginea St. Hil. (calunga), Baccharis trimera (Less.) DC (carqueja) e Tournefortia paniculata Cham. (marmelinho) foram adquiridas no mercado municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. As folhas de marmelinho e carqueja foram lavadas em água corrente e água destilada e, em seguida, colocadas juntamente com as cascas obtidas do tronco da calunga em estufas com circulação de ar para secagem, por 48 horas, à temperatura de 30°C a 35°C. Após secagem, as folhas e as cascas foram moídas em moinho tipo Willy e as farinhas armazenadas em frascos hermeticamente fechados até as análises. O pó comercial da Aloe vera (L.) Burm. (babosa) (mucilagem) e o da Garcinia cambogia Desr. (fruto) foram adquiridos da distribuidora de insumos farmacêuticos FLORIEN. As farinhas das plantas foram misturadas para elaboração de um fitoterápico simulado a partir da combinação das plantas babosa, calunga, carqueja, G. cambogia e marmelinho na proporção 1:1,5:0,5:1,5:0,5, respectivamente. Atividade antioxidante Preparação dos extratos A extração dos antioxidantes das farinhas de plantas medicinais foi realizada utilizando-se dois extratores: água e etanol. As amostras foram mantidas sob agitação na proporção 1:25 (p/v), por 1 hora, filtradas em papel de filtro e, em seguida, submetidas ao processo de detecção da atividade antioxidante (AA). Método ABTS A metodologia utilizada foi a desenvolvida por Re et al. (1999), com modificações feitas por Rufino et al. (2007). Nos extratos obtidos foram feitas quatro diluições diferentes para os ensaios e posterior construção de curva analítica. Foram feitas curvas analíticas com trolox e com ácido ascórbico, além de teste para comparação com os padrões BHT, rutina e quercetina, preparados na concentração de 200 mg L-1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das plantas analisadas (Tabela 1) o marmelinho foi a que mostrou maior potencial antioxidante, sendo que para essa planta praticamente não houve diferença na AA entre os extratos aquosos e etanólicos, tanto em equivalente de trolox, quanto de vitamina C. Já para a calunga, carqueja e fitoterápico os extratos aquosos apresentaram maior AA que os extratos etanólicos, tanto em equivalente de trolox, quanto de vitamina C. Babosa e G. cambogia não mostraram AA pelo método ABTS. Observou-se que, quando comparado aos padrões BHT e rutina, o potencial antioxidante, tanto em equivalente de trolox quanto de vitamina C dos extratos aquosos e etanólicos do marmelinho alcançaram em média 58% e 54%, do potencial desses padrões. Já em relação a quercetina o potencial do marmelinho foi muito inferior com 9,7% apenas do seu potencial (tanto em equivalente de trolox, quanto de vitamina C). O potencial antioxidante dos extratos das demais plantas e do fitoterápico foi considerado baixo. A AA nas farinhas de folhas de marmelinho, independente do extrato, superou a encontrada por Wojdylo et al. (2007) que constatou em 32 ervas polonesas potenciais entre 0,0045 (Archangelica officinalis) e 3,46 (Syzygium aromaticum) µmol trolox g-1. Também supera a detectada por Bouayed et al. (2007) em várias partes das plantas medicinais, em mg g-1 de vitamina C, de: 2,8 (flores de Alcea kurdica), 7,36 (raiz de Valeriana officinalis), 15,4 (flores de Stachys lavandulifolium), 19,2 (folhas de Lavandula officinalis) e 19,3 (folhas de Melissa officinalis). É superada por apenas 11 de 132 plantas medicinais indianas analisadas por Surveswaran et al. (2007) e por duas de 40 plantas medicinais estudadas por Gan et al. (2010), em µmol trolox g-1, mostrando assim bom potencial antioxidante.





CONCLUSÕES: A atividade antioxidante pelo método ABTS foi considerada moderada para os extratos de marmelinho e fraca para as demais plantas. A combinação das plantas mostrou baixo potencial antioxidante.

AGRADECIMENTOS: Nossos agradecimentos à CAPES, pela bolsa de doutorado, e à FAPEMIG, pelo apoio financeiro e bolsa de iniciação científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BOUAYED, J.; PIRI, K.; RAMMAL, H. ; DICKO, A.; DESOR, F.; YOUNOS, C.; SOULIMANI, S. 2007. Comparative evaluation of the antioxidant potential of some Iranian medicinal plants. Food Chemistry, 104: 364-368.
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