ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: Avaliação da capacidade antioxidante, anti- acetilcolinesterásica e fenóis totais de extratos etanólicos de Byrsonima sericea
AUTORES: Duarte Alexandrino, C. (UECE) ; Maia de Morais, S. (UECE) ; Galvão Martins, C. (UECE) ; Peixoto do Valle, C. (UFC) ; Soares Costa Oliveira., M. (UECE) ; Negreiros Alcântara, T.T. (UECE) ; Silva Alencar Menezes, J.E. (UECE) ; Coelho da Rocha, N. (LARBIO-NUTEC) ; de Queiroz Malveira, J. (LARBIO-NUTEC)
RESUMO: O murici, espécie do gênero Byrsonima, é um dos maiores representante da família Malpighiaceae. A espécie B. sericea é comum no Ceará, no entanto, não é utilizada pela população, apenas os pássaros consomem a sua fruta.O estudo da atividade anticolinesterásica é de grande importância, principalmente, na prevenção do mal de Alzheimer. Assim o objetivo do trabalho foi investigar a capacidade antioxidante, o teor de fenóis totais e a capacidade de inibição da aceticolinesterase (AChE). De acordo com os resultados obtidos o extrato etanólico das folhas de murici apresentaram resultados superiores ao extrato das sementes fato este que se confirma em relação ao teor de fenóis totais uma vez que atividades antioxidantes normalmente estão relacionadas à presença de compostos fenólicos.
PALAVRAS CHAVES: antioxidantes; Byrsonima sericea; fenóis
INTRODUÇÃO: Os antioxidantes podem ser definidos como qualquer substância que, presente em baixas concentrações quando comparada à do substrato oxidável, retardam ou inibem significativamente a oxidação daquele substrato, diminuindo a velocidade de reação ou prolongando a sua estabilidade oxidativa (MOURE et al., 2001). Frutas possuem constituintes com propriedades antioxidantes e estes efeitos são principalmente atribuídos aos seus constituintes fenólicos (PURAVANKARA et al., 2000). Byrsonima sericea DC. (Malpighiaceae), comumente conhecido como murici-do-mato, é uma planta difundida no Brasil (TEIXEIRA & MACHADO 2000). O murici, espécie do gênero Byrsonima, é um dos maiores representante da família Malpighiaceae (FILHO, 2008).Entre outras utilidades de suas diversas espécies, seus frutos são destinados para fins alimentícios e medicinais (MENDES, 1999). A espécie B. sericea é comum no Ceará, no entanto, não é utilizada pela população, apenas os pássaros consomem a sua fruta. O estudo da atividade anticolinesterásica é de grande importância, principalmente, na prevenção do mal de Alzheimer, que é uma patologia neurodegenerativa caracterizada pela perda das capacidades cognitivas superiores, ocasionando em perda de memória. Uma das alternativas para tratar esta doença é aumentar o nível do neurotransmissor acetilcolina (AChE) no cérebro usando inibidores da enzima acetilcolinesterase (AChE) (FILHO et al., 2006). Assim o objetivo do trabalho foi investigar a capacidade antioxidante, o teor de fenóis totais e a capacidade de inibição da aceticolinesterase (AChE) das sementes e folhas de B. sericea.
MATERIAL E MÉTODOS: Frutos e folhas foram colhidos da árvore de Byrsonima sericea do campus da Universidade Estadual do Ceará-UECE.O material foi separado e seco em estufa a 35ºC. Em seguida foram trituradas em multiprocessador doméstico. Os frutos foram submetidos à extração a quente em Soxhlet utilizando como solvente hexano para retirada da fase lipídica por 6 horas. Após a extração da fase apolar o material foi extraído com álcool etílico P.A. para obtenção da fase polar e teve o excesso de solvente eliminado por evaporador rotativo sob pressão reduzida.O extrato obtido recebeu o nome de EESM. Para preparação do extrato etanólico das folhas as mesmas foram imersas em álcool etílico comercial e permaneceram neste estado durante o período de 7 dias, seguida posteriormente de filtragem e eliminação de solvente através de evaporador rotativo. O extrato obtido foi denominado de EEFM. Os extratos obtidos tiveram suas capacidades antioxidantes determinadas pelo método de (BRAND-WILLIAMS et al., 1995) utilizando o comprimento de onda a 515 nm e os resultados foram expressos por meio da concentração do extrato que reduz a atividade em 50% (EC50 ). A quantificação de fenóis totais foi realizada de acordo a metodologia descrita por (SOUSA et al., 2007). As amostras foram lidas em comprimento de onda correspondente a 715nm e a partir dos dados da absorbância foram obtidas as concentrações por meio da construção de uma curva padrão de ácido gálico. Os resultados encontrados foram expressos em mg de equivalente de ácido gálico por grama de extrato. Para avalição da ação inibitória da enzima acetilcolinesterase foi realizado o protocolo descrito por ELLMAN (1961) e modificado RHEE et al. (2001). Como padrão foi utilizado a Fisostigmina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os resultados obtidos na tabela 1, o extrato etanólico das folhas de murici apresentou resultado superior em relação à atividade antioxidante (0,045mg/mL ) quando comparado ao extrato das sementes (0,55 mg/mL ) fato este que se confirma em relação ao teor de fenóis totais que também foi superior ao das sementes (0,75mgEAG/g, 0,33 mgEAG/g ), respectivamente.Essa relação deve-se ao fato que as atividades antioxidantes normalmente estão relacionadas à presença de compostos fenólicos. O resultado de fenóis totais encontado pelas folhas foi superior ao encontrado por RODRIGUES et al.,(2012 ) no seu estudo com as folhas de Byrsonima sericea por meio da quantificação em HPLC encontrou resultado um pouco inferior (0,37mg/g).
O extrato das folhas na tabela 2 apresentou melhor ação contra a inibição da enzima acetilcolinesterase. Apresentando valor aproximado ao padrão que correspondeu a 0,9 cm de diâmetro em relação ao halo.
tabela 1 byrsonima sericea
antioxidante e fenóis totais
tabela 2 byrsonima
inibição da enzima acetilcolinesterase
CONCLUSÕES: Os extratos possuem atividades promissoras como antioxidantes podendo substituir antioxidantes sintéticos. A possibilidade de ação contra acetilcolinesterase sugere que a Byrsonima tenha estudos mais aprofundados.
AGRADECIMENTOS: Ao LARBIO-NUTEC,BANCO DO NORDESTE,FUNCAP,CAPES,CNPQ,RENORBIO E UECE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. 1995. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel- Wissenschaft und Technologie, 8:. 25-30.
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