ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ABORDAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO AQUOSO DE BRASSICA OLERACEA VAR. CAPITATA (REPOLHO ROXO)

AUTORES: Cardoso, P.H.F. (IFMT) ; Silva, A.S. (IFMT) ; Costa, A.N.S. (IFMT) ; Santos, J.M.A. (IFMT) ; Silva, P.C.L. (IFMT) ; Silva, R.A. (IFMT) ; Lopez, R.S. (IFMT)

RESUMO: O repolho roxo é considerado como um ótimo indicador natural de ácido-base, esse caráter ocorre devido à presença de compostos orgânicos capazes de mudar de cor em função do pH. Com isso, objetivou-se com o presente trabalho identificar os compostos químicos presentes no extrato aquoso de Brassica oleracea var. capitata ( repolho roxo) através de avaliação fitoquímica. Os resultados obitidos indicaram a presença de antocianidinas, antocianinas, chalconas, auronas e leucoantocianidinas. Concluiu-se que esses grupos de substâncias podem ser os responsáveis ou alguns dos responsáveis pela variação da coloração do extrato de repolho roxo em função do valor de pH. Existe a necessidade de realização de outras análises para confirmação desses resultados.

PALAVRAS CHAVES: antocianidinas; fitoquímica experimental; indicador ácido-base

INTRODUÇÃO: Estudos do metabolismo químico dos vegetais estão sendo realizado ao longo do tempo em diversas áreas do saber. Isolamento de moléculas e substâncias do metabolismo secundário dos vegetais e a sua caracterização fitoquímicos são tarefas relativamente simples, porém são necessários conhecimentos específicos (MATTOS 1997). Alguns vegetais possuem em seu metabolismo a presença de compostos fitoquímicos como antocianinas, antocianidinas, flavonas, auronas, xantomonas e outros grupos de substâncias que alteram sua coloração em função da quantidade de íons de hidrogênio disponíveis na solução. Essa capacidade de alteração na pigmentação em função do valor de pH torna esses vegetais indicadores naturais de ácido - base. Essa mudança de cor está diretamente ligada à presença de grupos de substâncias químicas que alteram sua coloração quando adicionado ou removido íons de hidrogênio (JUNIOR & BISPO, 2010). Estudos de compostos fitoquímicos vem sendo realizado cada vez mais com objetivo de melhorar a medicina, a indústria alimentícia, cosmética e produtos agropecuários, devido as diferentes funções dos fitoquímicos encontrados na natureza (NETO & LOPEZ, 2007). O extrato de repolho roxo constitui-se num indicador natural de ácido-base de boa qualidade, baixo custo, fácil preparo e ambientalmente correto, podendo ser utilizado nas diversas áreas, desde o ensino de química até a análise físico - química de qualquer produto ou solução, podendo subtituir indicadores sintéticos de pH. Devido isso, estruturou-se o presente trabalho com o objetivo de identificar os principais grupos de compostos existentes no extrato de repolho roxo.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi realizado no laboratório de Química do Instituto Federal de Mato Grosso Campus Confresa localizado no nordeste de Mato Grosso. A substância avaliada foi o extrato de Brassica oleracea var. capitata (repolho roxo) planta originária da Europa. A avaliação fitoquímica foi realizada de acordo com a metodologia descrita por Mattos (1997). Para a obtenção do extrato aquoso foi utilizado 100g de repolho roxo, fresco e ralado com adição de 100 ml de água destilada 1: 1 m/v e mantido por cinco minutos em microondas. Após esse procedimento a solução foi filtrada, resfriada a temperatura ambiente e submetida às análises. A análise fitoquímica consistiu na avaliação da presença ou não de tais grupos de compostos químicos: antocianinas, antocianidinas, flavonóides, leucoantocianidinas, catequinas, chalconas, auronas e flavonas. A avaliação da presença ou não dos grupos de compostos químicos submetido à análise fitoquímica no presente trabalho, foi realizada com bases nas características visuais, conforme descrito por Mattos, 1997.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da avaliação fitoquímica do extrato aquoso de Brassica oleracea var. capitata (repolho roxo), observou-se a presença de antocianidinas, antocianinas, chalconas, auronas e leucoantocianidinas, conforme apresentado na figura1. De acordo com Mattos (1997), avaliação fitoquímica com base nas características visuais de coloração pode provocar a interpretação equivocada dos resultados, devido à possibilidade de ocorrer interação entre os pigmentos durante as análises. Devido isso, torna-se importante a utilização de outros métodos como, por exemplo, a Ressonância Magnética Nuclear H1 (RMN H1) e Espectrometria de massas dos extratos para confirmar os resultados da avaliação fitoquímica.

Figura 1

Resultados da avaliação fitoquímica de extrato de repolho roxo.

CONCLUSÕES: A avaliação fitoquímica indicou a presença de antocianidinas, antocianinas, chalconas, auronas e leucoantocianidinas. No entanto, existe a necessidade de comprovação desses resultados através de outros métodos de análises como a Ressonância Magnética Nuclear 1H (RMN 1H) e Espectrometria de massa.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFMT campus Confresa pelo apoio, a FAPEMAT e CNPq pelas as concessões das bolsas de Iniciação Científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DIAS, M. V.; GUIMARÃES, P. I. C.; MERÇOM, F.; Corantes Naturais como Indicadores de pH. Química Nova na Escola, nº17, MAIO 2003.
JUNIOR, G. W.; BISPO, L. M. Corantes Naturais Extraídos de Plantas para Utilização como Indicadores de pH. Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade. Universidade de São Paulo, 2010.
MATOS, F. J. A. Introdução à fitoquímica experimental. Fortaleza: UFC Edições, 1997.
NETO, L. G.; LOPES, N. PTERCI, D.B. L.; ROSSI, A. V. Indicador natural de pH: usando papel ou solução? Quím. Nova, v. 25, n. 4, p. 684-688, 2002.
GOBBO-NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: Fatores de Influência no Conteúdo de Metabólitos Secundários. Quím. Nova, v. 30, nº 2, p.374-381, 2007.