ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RAÍZES DA Alpinia purpurata K.SCHUM (ZINGIBERACEAE)
AUTORES: Siqueira, S.L. (UFPE) ; Santos, S.M. (UFPE) ; Plastino, P.J. (UFPE) ; Oliveira, R.A. (UFPE) ; Sena, K.X.F.R. (UFPE) ; Albuquerque, J.F.C. (UFPE)
RESUMO: A espécie Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum pertence à família
Zingiberaceae. É uma planta originária das florestas tropicais da Ásia. No Brasil
é popularmente conhecida como gengibre vermelho ou simplesmente como Alpínia. Esta
monocotiledônea é comum nas regiões tropicais do mundo. Além disso, é
caracterizada por ser perene e rizomatosa. As vistosas inflorescências da A.
purpurata adornam muitos espaços urbanos, pois é amplamente reconhecida por
seu emprego nos paisagismos em muitas cidades tropicais do mundo. O objetivo deste
trabalho foi determinar a atividade antimicrobiana do extrato etanólico das raízes
por meio do método de difusão em disco de papel diante de micro-organismos Gram-
positivos e Gram-negativos, uma levedura e um germe álcool-ácido resistente.
PALAVRAS CHAVES: Alpínia; gengibre; antimicrobiano
INTRODUÇÃO: Alpinia purpurata trata-se de uma planta bastante cultivada para fins de
ornamentação. Ultimamente esta espécie, além de outras da família Zingiberaceae,
vêm sendo comercializada e importada tanto para a Europa, Canadá e Estados
Unidos quanto para outros países, como flores tropicais e exóticas. A.
purpurata é uma planta rústica, perene, que não resiste ao frio porque
precisa de sol forte para se desenvolver e encantar com seu colorido vermelho
forte ou na sua variedade rosa. Muitas espécies vegetais desta família são
requeridas por comporem belos arranjos florais fazendo parte do paisagismo de
muitas cidades tropicais do mundo. A planta A. purpurata é originária da Ásia,
mais precisamente do sudoeste desse continente, contudo adapta-se perfeitamente
às regiões tropicais. As inflorescências desta espécie apresentam espectro de
tonalidades que vão do vermelho aos tons sutis de rosa e branco. A flor
verdadeira é pequena, e quase nunca é visualizada diante do tamanho e do
colorido das brácteas da inflorescência, mas, apresenta formato alongado e
coloração branca. Esta planta atinge em média até quatro metros de altura. É
conhecida por apresentar considerável longevidade, na qualidade de perene, e
raízes rizomatosas de difícil extração. Cresce durante o ano inteiro (WOOD,
1995). Outros estudos baseados na técnica de cromatografia líquida de alta
pressão (HPLC) acoplada a métodos espectrométricos evidenciaram a presença de
flavonoides. Para este estudo da atividade antimicrobiana da espécie Alpinia
purpurata foram, portanto, coletadas as raízes da variedade de
inflorescência na cor vermelha. A coleta foi realizada no Campus da UFPE a
partir do jardim do Departamento de Antibióticos.
MATERIAL E MÉTODOS: A planta foi coletada no jardim do Departamento de Antibióticos da UFPE e
conduzido ao laboratório de Produtos Naturais e Síntese de Fármacos onde as
diferentes partes vegetais foram devidamente isoladas recebendo tratamento
diferenciado. Para a preparação do extrato vegetal, as diferentes partes da
Alpínia foram submetidas à extração com etanol e levadas para agitação mecânica
para agilizar o processo de extração. Foi pesado 50 miligramas de extrato para
ser submetida aos testes antimicrobianos. A parte testada foi o resultado de
três extrações consecutivas com etanol. Neste exame foram empregadas quatro
bactérias Gram-positivas (Staphylococcus aureus, Micrococcus luteus, Bacillus
subtilis, Enterococcus faecalis), e três bactérias Gram-negativas
(Escherichia coli, Serratia Marcescenses, Pseudomonas aeruginosa), e um
micro-organismo álcool-ácido resistente (Mycobacterium smegmatis), além
de uma levedura (Candida albicans). A avaliação da atividade antimicrobiana foi
feita segundo o método de difusão em disco de papel (BAUER et al, 1966). Discos
de 6 mm de diâmetros foram embebidos com 10 µL de soluções dos extratos na
concentração de 2000µg/disco e foram colocados sobre a superfície do meio
Müeller-Hinton e semeados com os micro-organismos-testes (turvação de 0,5 da
escala McFarland). As drogas-padrão empregadas foram cetoconazol (300 µg) para a
levedura e kanamicina (30µg) para bactérias, ao passo que DMSO foi a droga
controle. As placas com bactérias foram incubadas à temperatura de 37 °C por 24
horas, enquanto que a da levedura foi a 30°C durante 24 ou 48 horas. Depois da
incubação, os halos de inibição produzidos ao redor dos discos foram ao redor
dos discos foram medidos em milímetros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato etanólico de raiz de A. purpurata apresentou atividade para
quatro micro-organismos, ou melhor, quatro bactérias Gram-positivas. Diante das
bactérias Gram-positivas, os halos produzidos foram para Staphylococcus
aureus com 10 mm, Micrococcus luteus 11 mm, Bacillus subtilis
10 mm e Enterococcus faecalis 12mm. Com efeito, os demais micro-
organismos empregados no teste não obtiveram resultados, isto é, não foram
sensíveis ao extrato vegetal da raiz. O solvente polar, etanol, possibilitou a
extração de princípios ativos antimicrobianos que produziram halos
consideráveis. A formação de halo e seu diâmetro representam o poder de inibição
do extrato frente ao microrganismo teste. E diante dos nove microrganismos
usados, o extrato da raiz foi eficiente na inibição de quatro microrganismos com
a formação de halos que variaram de 10 a 12 mm de diâmetro. Halos iguais ou
superiores a 10 mm de diâmetro são tidos como satisfatórios no processo de
inibição de micro-organismos (AWADH ALI at al, 2001).
CONCLUSÕES: O extrato etanólico de raiz de Alpinia purpurata inibiu quatro micro-
organismos. Os halos produzidos foram considerados satisfatórios, uma vez que o
menor halo foi de 10 mm e o maior, 12 mm. O micro-organismo mais sensível à
presença do extrato vegetal foi a bactéria Gram-positiva Enterococcus
faecaliscujo halo foi de 12 mm. Por sua vez, as Gram-positivas Micrococcus
luteus 11 mm, Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis
apresentaram halos de 10 mm. Os demais micro-organismos não manifestaram reação
inibitória.
AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pelo financiamento do Projeto. Aos alunos do laboratório de Microbiologia
do Depto de Antibióticos da UFPE pela cooperação nos testes realizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AWADH ALI, N. A. , JULICH, W.D., KUSNISCK, C., LINDEQUIST, U. 2001. Journal of ethnophamacology 74 -173.
BAUER, A. W., KIRBY, W. M. M., SHEVIS, J. C., & TRUCK, M. 1966. Antibiotic susceptibily testing by standardized single disc method. Amer. J. Clin. Pathol., 45, 493-496.
WOOD, T. 1995. Ornamental Zingiberacea. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, Campinas, 1, 1, 12-13.