ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Jogos lúdicos: Uma maneira criativa de se gerar interesse auxiliando no ensino da Química
AUTORES: Guillén, S.P. (UECE) ; Silva, L.C. (UECE) ; Braga, D.C. (UECE) ; Mesquita, W.S. (UECE) ; Maia, G.B.S. (UECE) ; Araújo Neto, J.A.M. (UECE) ; Lima, V.L.F. (UECE) ; Liberato, M.C.T.C. (UECE)
RESUMO: O uso de drogas está cada vez maior e a idade em que seus usuários ficam
dependentes está cada vez menor. Pesquisas afirmam que a maconha é a droga mais
consumida entre os jovens e adultos, e que o Brasil é um dos maiores centros de
distribuição de cocaína. O crescimento súbito de dependentes tem como
consequência o aumento da violência e problemas familiares e sociais
gravíssimos. O Grupo de Estudos da Universidade Estadual do Ceará que desenvolve
trabalhos sobre drogas de abuso utilizando a ludicidade dos jogos educativos e a
Química contida nas drogas resolveu criar o jogo “Pegue e Responda” que almeja
além de ensinar Química de uma maneira mais descontraída, fazer com quem os
jovens tenham mais conhecimentos sobre as drogas e suas consequências,
alertando-os de uma maneira eficiente.
PALAVRAS CHAVES: Drogas; Ensino de Química; Jogos lúdicos
INTRODUÇÃO: Sabe-se que não existe cura para dependentes químicos, apenas tratamento e que a
melhor maneira de diminuir ou, ate mesmo, erradicar o consumo de drogas é pela
conscientização do jovem. Visando este fato o Grupo de Estudos sobre Drogas de
Abuso do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará cria
jogos lúdicos para serem aplicados na sala de aula que possibilitem o interesse
e a curiosidade do jovem facilitando o aprendizado no ensino da Química e
conscientiza a respeito de todos os malefícios causados pelas drogas, tanto as
lícitas como as ilícitas. É sabido que não existe melhor maneira de se aprender
um conteúdo que não seja de uma forma lúdica e natural, como a música e o jogo,
por exemplo (ALMEIDA, 2003). A quantidade de informações que os professores
tentam transmitir, é realmente um obstáculo bastante difícil de superar (ALVES,
2004). Para Jean Piaget (considerado um dos mais importantes pensadores do
século XX) interesse e curiosidade fazem parte dos mecanismos de aprendizagem,
através das estruturas de assimilação e de acomodação, ou seja, o interesse
precede a assimilação.
MATERIAL E MÉTODOS: “Pega e responda” é o nome de um jogo criado no Grupo de Estudos sobre Drogas de
Abuso do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará. O
jogo possui 46 varetas coloridas e 76 cartas com afirmações sobre as principais
drogas, com itens de verdadeiro ou falso. Podem jogar no mínimo duas e no máximo
dez pessoas. Deixam-se as varetas amontoadas aleatoriamente em cima de uma
superfície plana, cada jogador deverá no seu turno tentar pegar uma vareta sem
mover as outras se isso ocorrer deve passar a vez para o próximo jogador. Para
receber a pontuação da respectiva vareta, o jogador deve responder uma pergunta
aleatória da pilha de perguntas logo após retirar a vareta. Se responder certo,
o mesmo, ganha os pontos e continuar a pegar outras varetas, caso erre ele deve
passar a vez e não recebe os pontos. A pilha de perguntas contém várias
afirmações de verdadeiro ou falso de diferentes drogas e diferentes níveis de
conhecimento, todas embaralhadas aleatoriamente. Haverá uma cartilha sobre as
principais drogas de abuso disponível para os participantes do jogo, mas a mesma
será usada por apenas um jogador a cada rodada. (Sugestão: o jogador mais jovem
inicia a partida e o jogo segue no sentido horário).
Cores das varetas seguidas de suas respectivas pontuações:
Preta-50 pontos
Verde-5 pontos
Azul-10 pontos
Vermelha-20 pontos
Amarela-15 pontos
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os jogos foram aplicados em um grupo de alunos da escola pública EEFM Custódio
da Silva Lemos, localizada no município de Cascavel e alunos de graduação do
Curso de Licenciatura em Química da UECE, durante a IX EVEQ (Escola de Verão de
Química) evento anual realizado pelo curso de Licenciatura em Química da UECE.
Ao final de cada jogo foi apresentado um questionário sobre o mesmo e sua
utilização em sala de aula. No questionário foi interrogado sobre o aprendizado
obtido através do mesmo. A grande maioria dos alunos participantes do evento
aprovou a utilização dos jogos como uma ferramenta eficaz facilitando a
construção do aprendizado da Química, transformando a aula num momento lúdico,
bastante dinâmico.
IDADE:
92,3% (15 – 25 anos)
7,7% (10 – 15 anos)
ESCOLARIDADE:
30,7% (E.M. completo)
69,3% (E.M. incompleto)
CONHECIMENTO SOBRE DROGAS ANTES DO JOGO:
6,7% (nenhum)
6,7% (muito pouco)
40% (pouco)
46,6% (médio)
CONHECIMENTO SOBRE DROGAS DEPOIS DO JOGO:
30,8% (médio)
69,2% (avançado)
EXISTÊNCIA DAS DROGAS:
61,5% (sim, metade)
23,1% (sim, todas)
15,3% (não)
CONHECIMENTO SOBRE QUÍMICA:
61,5% (sim)
38,5% (pouco)
CONHECIMENTO SOBRE QUÍMICA DEPOIS DO JOGO:
38,4% (pouco)
38,4% (médio)
23,1% (muito)
CONCILIAÇÃO ENTRE QUÍMICA E OS JOGOS: 100% (sim)
JOGOS COMO AUXILIADORES EM AULAS DE QUÍMICA E CONCIENTIZADORES CONTRA AS DROGAS:
100% (sim)
REDE ESCOLAR: 100% (pública)
GRAU DE ENTENDIMENTO SOBRE QUÍMICA NA ESCOLA:
84,6% (sim)
15,4% (pouco)
CONCLUSÕES: A aplicação dos jogos tanto na turma de ensino médio quanto na turma de graduação
mostrou-se satisfatória, já que os entrevistados acreditam que dessa forma a aula
de Química torna-se mais atrativa, introduzindo assuntos do cotidiano que estão em
destaque nacional e proporcionando uma metodologia inovadora de ensino de uma
forma mais prazerosa. Através da utilização dos jogos, como uma das ferramentas
que se pode lançar mão em sala de aula, facilita-se a proximidade do aluno com
assunto.
AGRADECIMENTOS: UECE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, N.P. Educação lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. Edições Loyola, São Paulo, Brasil. 1974. 11ª Edição, 2003.
ALVES, Rosilda Maria. Atividades Lúdicas e Jogos no Ensino Fundamental, 2004.