ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Utilização da Experimentação e de Texto Gerador na Construção de Conceitos sobre “Misturas e Processos de Separação de Misturas”
AUTORES: Amorim, A.F. (IF SERTÃO-PE) ; Costa, W.S. (IF SERTÃO-PE) ; dos Anjos, D.S.C. (IF SERTÃO-PE) ; de Barros, R.A. (IF SERTÃO-PE)
RESUMO: Este projeto tem por objetivo ministrar uma aula contextualizada sobre "Misturas
e Processos de Separação de Misturas" utilizando a experimentação com caráter
investigativo e um texto gerador para a construção de conceitos em alunos do 9º
ano. Foi utilizada como fonte de investigação dos conhecimentos prévios a
aplicação de pré-teste, em seguida foi realizada a leitura e debate de um texto
gerador, experimentos com caráter investigativo e para finalizar a aplicação de
um pós-teste. A participação dos alunos durante o debate foi bastante
satisfatória e observou-se uma evolução conceitual, já que após a aula, a
maioria dos alunos soube conceituar substâncias puras e misturas e 93% dos
alunos souberam exemplificar os processos de separação, sendo evidente a
importância da contextualização.
PALAVRAS CHAVES: Contextualização; Texto Gerador; Separação de misturas
INTRODUÇÃO: A contextualização é de grande importância para a motivação e o aprendizado dos
alunos, pois ministrar aulas com abstrações ou leituras técnicas não desperta o
interesse pela disciplina. O contexto dá significado ao conteúdo e deve basear-
se na vida social, nos fatos do cotidiano e na convivência do aluno facilitando
o entendimento e a sua maior fixação, por estabelecer uma relação direta do
conteúdo abordado com a experiência cotidiana de cada um, além de formar
aluno/cidadão. Santos e Schnetzler (2003) afirmam que: Ao contextualizar o
conteúdo é demonstrado como o cidadão pode aplicar o conhecimento
na sua vida diária. Além disso, os temas sociais tem o papel fundamental de
desenvolver a capacidade de tomada de decisão, propiciando situações em que os
alunos são estimulados a emitir opinião, propor soluções, avaliar custos e
benefícios e tomar decisões, usando juízo de valor. O fato de contextualizar não
é apenas formar uma ligação artificial entre o conhecimento e o cotidiano do
aluno citando exemplos com ilustrações no início ou final do conteúdo.
Contextualizar é propor “situações problemáticas reais e buscar o conhecimento
necessário para entendê-las e procurar solucioná-las.” (PCN+, 2002). Vincular
temas sociais é uma das principais alternativas para essa
contextualização, preparando o aluno para enfrentar problemas até
então desconhecidos, deixando sua condição de espectador passivo, preparando os
alunos para sobreviver nesta sociedade. Este projeto buscou realizar uma aula
contextualizada de ciências com os alunos do 9ºano da Escola Estadual Dom
Antônio Campelo, na cidade de Petrolina-PE, com o tema “Misturas e Processos de
Separação de Misturas”.
MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia aplicada para a realização deste trabalho constituiu-se na
execução das seguintes etapas:
1.Aplicação do pré-teste com o objetivo de avaliar o conhecimento prévio
dos alunos;
2.Leitura e debate de um texto gerador;
3.Explanação do conteúdo a ser estudado, de forma simples com exemplos
envolvendo o cotidiano dos alunos;
4.Experimentação simples, com caráter investigativo, com a resolução de
questionário, utilizando materiais de uso do cotidiano;
5.Aplicação do pós-teste, no intuito de avaliar o que eles aprenderam no
decorrer da aula.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi aplicado inicialmente um pré-teste com o objetivo de avaliar o conhecimento
prévio dos alunos adquirido no cotidiano. Foi realizada a leitura e debate do
texto gerador “Separação de Misturas”, relatando seu desenvolvimento desde o
tempo da pré-história aos dias atuais, havendo uma grande participação dos
alunos que expuseram exemplos relacionados ao seu dia a dia. Foram realizados
alguns experimentos com caráter investigativo, tais como: misturas homogêneas e
heterogêneas e filtração, onde os alunos foram construindo conceitos utilizando
materiais simples. Foi perceptível o entusiasmo, existindo vários
questionamentos sobre o assunto, então logo a sala transformou-se em um mini
laboratório de ciências (Fig.1). 59% dos alunos acertaram o questionário
relacionado ao experimento. Ao questionar sobre o conceito de substâncias (Q1)
apenas 31% acertaram o conceito no pré-teste, porém no pós-teste o número de
acertos foi surpreendente, pois 65% dos alunos responderam corretamente. Quando
perguntarmos no pré-teste aos alunos sobre exemplos de misturas no dia a dia
(Q2), as respostas dos alunos evidenciaram seu conhecimento prévio, pois 72% dos
alunos acertaram suas respostas, e a maioria de suas respostas foi relacionada a
substâncias contidas na cozinha de suas casas, como por exemplos: sal, leite,
detergentes, sucos, café com leite, café solúvel, entre outros produtos. Ao
questionar no pré-teste sobre exemplos de separação de mistura no dia a dia
(Q3), o resultado foi espantoso, pois 93% dos alunos não souberam citar
exemplos. A análise deste questionamento no pós-teste apresentou uma
disparidade, já que 93% dos alunos acertaram suas respostas, dando como exemplos
mais comuns de separação de misturas: filtrar café, catar feijão e peneirar
areia nas construções (Fig.2).
Fig.1.
Figura 1. Alunos construindo conceitos através da
experimentação.
Fig.2.
Figura 2. Percentagens de acertos: Pré-teste e pós-
teste.
CONCLUSÕES: Torna-se evidente a vantagem da contextualização em relação às aulas tradicionais,
já que permite a construção de novos conceitos, considerando os conhecimentos
prévios dos alunos. A forma como a aula é conduzida permite que os alunos opinem,
debatam, e utilizem a experimentação, de forma simples, auxiliando a construção de
novos conceitos. A maioria dos alunos soube conceituar substâncias puras e
misturas e 93% dos alunos souberam exemplificar os processos de separação de
misturas após a aula. Este tipo de intervenção provoca imediata reflexão e
resolução de problemas à situações do dia-a-dia
AGRADECIMENTOS: Aos alunos do nono ano e gestores da Escola Estadual Dom Antônio Campelo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PARÂMETROS Curriculares Nacionais (PCN) – Ensino Médio; Ministério da Educação, 1999.
SANTOS, W.L.P.; SCHNETZLER, R.P. Educação em química: compromisso com a cidadania. 3 ed. Ijuí: UNIJUÍ, 200.