ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Drogas e Química: Ferramentas para aprendizagem de adolescentes e jovens.
AUTORES: Lima, V.L.F. (UECE) ; Liberato, M.C.T.C. (UECE) ; Araujo Neto, J.A.M. (UECE) ; Maia, G.B.S. (UECE) ; Silva, L.C. (UECE) ; Mesquita, W.S. (UECE) ; Braga, D.C. (UECE) ; Guillén, S.P. (UECE)
RESUMO: O consumo de drogas acarreta um aumento da violência devido aos crimes cometidos
pelos usuários de drogas. Além dessa problemática, há uma crescente dificuldade
dos jovens de aprender Química. Estando o assunto das drogas em permanente
evidência em nossa mídia, torna-se possível e urgente contextualizar o ensino da
Química a partir das notícias sobre o consumo das drogas de abuso. O objetivo
desse trabalho foi à criação de um jogo sobre drogas de abuso que foi aplicado
com sucesso para alunos do Ensino Médio, Professores e futuros professores de
Química durante uma oficina realizada na IX Escola de Verão de Química, evento
ligado ao Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará.
Foram aplicados questionários que colaboraram o sucesso do jogo.
PALAVRAS CHAVES: Drogas; Jogos Educativos; Ensino em Química
INTRODUÇÃO: Uma maneira interessante de se aprender um conteúdo é de uma forma lúdica e
natural, como a música e o jogo, por exemplo. A quantidade de informações que
os professores tentam transmitir é realmente um obstáculo bastante difícil de
superar (ALVES, R. M., 2004). O lúdico possui um caráter competitivo, e
certamente o possui, mas ao contrário dos objetivos da competição que visa
rendimento, o lúdico nas brincadeiras propicia momentos de distração,
descontração e fantasia e contribui para o aprendizado, sendo assim uma forma de
aprender. Segundo ALMEIDA (1998, p.123) "o bom êxito de toda atividade
lúdicopedagógica depende exclusivamente do bom preparo e liderança do
professor". O uso indevido de drogas tem sido tratado, na atualidade, como
questão de ordem internacional, objeto de mobilização organizada das nações em
todo o mundo. Seus efeitos negativos afetam a estabilidade das estruturas,
ameaçam valores políticos, econômicos, humanos e culturais dos Estados e
sociedades e infligem considerável prejuízo aos países, contribuindo para o
crescimento dos gastos com tratamento médico e internação hospitalar, para o
aumento dos índices de acidentes de trabalho, de acidentes de trânsito, de
violência urbana e de mortes prematuras e, ainda, para a queda de produtividade
dos trabalhadores. Afeta homens e mulheres, de todos os grupos raciais e
étnicos, pobres e ricos, jovens, adultos e idosos, pessoas com ou sem instrução,
profissionais especializados ou sem qualificação. Atinge, inclusive, bebês
recém-nascidos que herdam doenças e/ou a dependência química de suas mães
toxicômanas (E. A. Carlini et al., 2001). Com base nessa realidade foi criado um
jogo que alia a ação e consequência das drogas com o Ensino de Química indicado
para alunos do Ensino Fundamental e médio.
MATERIAL E MÉTODOS: “Compare e aprenda” é o nome de um jogo criado no Grupo de Estudos sobre Drogas
de Abuso. O jogo possui 30 cartas, contendo uma droga em cada, além de uma carta
coringa, esta somente perde para as três drogas mais prejudiciais, o crack, o
oxi e a cocaína. Participantes: 2 a 5 jogadores. Objetivo: Ficar com todas as
cartas do baralho. Preparação do jogo: As cartas são distribuídas em número
igual para cada um dos jogadores. Cada jogador formará seu monte e só poderá ver
a primeira carta da pilha. Se você é o primeiro a jogar, escolha, dentre as
informações contidas em sua carta, dentre elas: Nível de vício, Química das
drogas, Componentes prejudiciais e Efeitos gerais; aquela que você julga ser
capaz de superar a que se encontra nas cartas que seus adversários têm em mãos.
O próximo a jogar será o que venceu a jogada anterior. Assim prossegue o jogo,
até que um dos participantes fique com todas as cartas do baralho. Se dois ou
mais jogadores abaixarem cartas com o mesmo valor máximo, os demais
participantes deixam suas cartas na mesa e os que empataram decidem a vitória.
Para isso, aquele que falou inicialmente dirá um novo item de sua próxima carta,
e quem tiver o valor mais alto, ganha todas as cartas da rodada. Se na sua vez,
sua carta for a carta coringa, você diz “Coringa”, se os oponentes estiverem com
a carta do oxi, ou crack, ou cocaína, como sua primeira carta, eles podem dizer
que as tem como primeira carta, então você perderá a carta coringa, a partida
segue normalmente para os oponentes, eles compararão suas cartas, e o vencedor
leva a carta coringa. Caso ninguém tenha nenhuma das 3 cartas, você ganha a
primeira carta de cada oponente sem precisar comparar valores da sua carta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A aplicação do jogo lúdico ocorreu na IX Escola de Verão de Química e foi
aplicado em uma oficina oferecida pelo “grupo de estudos sobre as drogas” que
promoveu esse contato do jogo com alunos e professores do ensino médio da EEFM
Custódio da Silva Lemos situada em Cascavel-CE cidade próxima à Fortaleza.
Também foi aplicado em um minicurso do evento, tendo como publico alvo alunos da
graduação do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará.
Ao fim de cada experiência com os jogos foi entregue um questionário que
perguntava sobre vários quesitos e em geral foi obtido uma boa aceitação da
parte dos alunos, professores e universitários, segue abaixo uma tabela com o
resultado dos questionários em porcentagem. Idade: 90% (15 - 25 anos) ; 10%
(mais que 25 anos). Escolaridade: 80% (EM completo) ; 20% (EM incompleto).
Conhecimento sobre drogas antes do jogo: 40% (pouco) ; 60% (médio). Conhecimento
sobre drogas depois do jogo: 80% (médio) ; 20% (avançado). Existência das
drogas: 60% (sim, metade) ; 20% (sim, todas) ; 20% (poucas). Conhecimento sobre
Química: 80% (sim) ; 20% (pouco). Conhecimento sobre química depois do jogo:
33,333% (pouco) ; 55,555% (médio) ; 11,112% (pouco). Conciliação entre química e
os jogos: 77,777% (sim) ; 22,223% (pouco). Jogos como auxiliadores em aulas de
química e conscientizadores contra as drogas: 100% (sim). Rede escolar: 100%
(pública). Grau de entendimento sobre química na escola: 100% (sim).
CONCLUSÕES: Conforme o observado pelo questionário, foi comprovado que o jogo obteve a
aprovação tanto dos alunos do Ensino Médio como de seus professores pela
facilidade em jogar e transmitir conceitos da Química.
AGRADECIMENTOS: Universidade Estadual do Ceará - UECE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CRANE, E. O livro do mel. São Paulo: Nobel, 1983.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (IAL), (1985). Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Vol. 1 Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. São Paulo: IAL, 1985.
MUXFELD, H. Apicultura para todos. 2ª Ed. Porto Alegre: Sulina, 1970. 303p.
SEEMANN, P.; NEIRA, M. Tecnología de la producción apícola. Valdivia: Universidad Austral de Chile; Facultad de Ciencias Agrarias Empaste, 1988. 202p.