ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: A produção de vídeos e a educação química: a IFF TV
AUTORES: Nunes, R.C. (IFF - CABO FRIO) ; Barboza, A.L.M. (IFF - CABO FRIO) ; Santos, G.V. (IFF - CABO FRIO) ; Monteiro, J.S. (IFF - CABO FRIO) ; Costa, S.M.F. (IFF - CABO FRIO) ; Henrique, V.S. (IFF - CABO FRIO)
RESUMO: A chegada dos nativos digitais nas salas de aula representam um desafio para os docentes, principalmente para aqueles que se sentem ameaçados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação. Neste trabalho, relata-se uma experiência na qual a iniciativa de utilizar as TIC parte dos alunos ao utilizar produção e edição de vídeos na apresentação de trabalhos escolares.
PALAVRAS CHAVES: nativos digitais; produção de vídeos; novas tecnologias
INTRODUÇÃO: A chegada dos nativos digitais nas salas de aula tem sido um desafio para os docentes. O termo “nativos digitais” foi cunhado por Marc Prensky (2001) para designar os nascidos após 1980 para os quais o mundo digital é completamente natural e no qual possuem altíssima fluência. Dentre as principais características dessa geração destacam-se o fato de serem multitarefas e imediatistas.
Como essa geração adota a tecnologia de modo intenso em sua vida cotidiana, é compreensível que metodologias tradicionais de ensino não despertem o interesse deles. Os docentes, por sua vez, considerados imigrantes digitais, muitas vezes tem dificuldade de adotar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas salas de aulas. Segundo Mathias et al (2009), a escola deve aproveitar o momento de inovações tecnológicas e modernizar suas práticas e propostas de ensino e aprendizagem, tanto na forma quanto no conteúdo, atendendo às novas necessidades impostas pelo mundo dinâmico e globalizado.
Neste trabalho, relata-se uma experiência na qual a iniciativa de utilizar as TIC parte dos alunos ao utilizar produção e edição de vídeos na apresentação de trabalhos escolares.
MATERIAL E MÉTODOS: Os alunos são da turma de 3o ano integrado de Petróleo e Gás do Instituto Federal Fluminense – Cabo Frio. Na proposta do trabalho, cada grupo deveria buscar informações (custo, utilização, princípios de funcionamento, fundamentos físico-químicos da análise, entre outras) sobre alguns equipamentos utilizados na análise do petróleo e/ou derivados durante a visita técnica à maior feira de petróleo e gás da América Latina, Brazil Offshore e posteriormente apresentar as informações obtidas.
Para a apresentação do trabalho o grupo optou por utilizar a produção e edição de um vídeo jornalístico, incluindo tomadas na própria feira, no laboratório de química e no “estúdio” (casa de um dos integrantes). Para a elaboração do material eles utilizaram uma câmera fotográfica com filmadora (Sony DSC-H50), editor de vídeo (Sony Vegas Pro 9 64 bits), gravador de som e microfone (para narrações), luzes branca e amarela.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A utilização de vídeos para apresentação dos trabalhos vem sendo utilizada pelos estudantes desde o 1o ano, quando foram solicitados a buscar uma forma autêntica e criativa para apresentação de um trabalho e foi nomeada por eles de “IFF TV”.
A estratégia já foi utilizada para apresentação de trabalhos de outras disciplinas. Entretanto, os alunos ressaltam que alguns professores não valorizam essa forma de apresentação o que contraria Leal (2009) ao afirmar que o papel do educador é de formar o aluno, e não apenas difundir conhecimento, mas influenciar comportamentos, facilitar e motivar a aprendizagem. A apresentação do trabalho do grupo é sempre a mais aguardada pela turma o que confirma a afirmação de MARCONDES FILHO (1998) que o vídeo desperta a curiosidade, prende a atenção, parte do concreto, mexe com a mente e o corpo do telespectador, educa mesmo sem fazer tal afirmação e procura inovar.
CONCLUSÕES: O relato mostra que quando a escola incentiva e valoriza a utilização das TIC´s pelos alunos, há um enorme ganho no processo educativo. Segundo os estudantes, apesar de ser necessário um tempo maior com relação a uma apresentação em powerpoint, essa é uma maneira prática, didática e interativa que reforça o conhecimento em outras áreas como a formulação de roteiros e direção e, ainda, estimula a utilização de softwares de criação e formatação, desenvolvendo o raciocínio e criatividade. Além disso, toda a turma tem acesso ao conteúdo de uma forma interessante e criativa.
AGRADECIMENTOS: Instituto Federal Fluminense e aos alunos que se dedicaram ao trabalho com entusiasmo e competência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] LEAL, Regina Barros, A importância do tutor no processo de aprendizagem a distância. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/947Barros.PDF. Acesso em 15/04/2012
[2] MATHIAS, G. N., BISPO, M. L. P., AMARAL, C.L.C., Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação no Ensino de Química no Ensino Médio, 2009, disponível em http://www.foco.fae.ufmg.br/viienpec/index.php/enpec/viienpec/paper/viewFile/1177/320. Acesso em 23/04/12.
[3] MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão: a vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna, 1992, 7ª Ed.
[4] PRENSKY, M., On the Horizon, 2001, 9(5), disponível em http://www.marcprensky.com/writing/prensky%20-%20digital %20 natives,%20digital%20immigrants%20-%20part1.pdf. Acesso em 14/04/12.