ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: UM OLHAR DIFERENTE NO ENSINO DA QUÍMICA UTILIZANDO JOGOS SOBRE DROGAS DE ABUSO EM SALA DE AULA

AUTORES: Braga, D.C. (UECE) ; Liberato, M.C.T.C. (UECE) ; Mesquita, W.S. (UECE) ; Maia, G.B.S. (UECE) ; Araújo Neto, J.A.M. (UECE) ; Silva, L.C. (UECE) ; Guillén, S.P. (UECE) ; Lima, V.L.F. (UECE)

RESUMO: O consumo de drogas no Brasil está cada vez maior. Consequentemente, a violência também vem aumentando numa proporção inimaginável, trazendo problemas para as famílias e à sociedade como um todo. Devido a essas circunstâncias, o Grupo de Estudos da Universidade Estadual do Ceará que desenvolve trabalhos contra drogas utilizando a ludicidade dos jogos educativos e a Química contida nas drogas resolveu criar o jogo “Qual é a droga?”, que além de ensinar Química busca um maior entendimento e conscientização sobre as drogas e suas consequências. Este trabalho faz um levantamento dos jogos lúdicos sobre drogas, para o ensino de Química que podem ser utilizados em sala de aula, como uma estratégia de ensino para a aquisição da conscientização dos malefícios das drogas.

PALAVRAS CHAVES: Drogas; Ensino de Química; Jogos lúdicos

INTRODUÇÃO: O uso de jogos educativos nas aulas de química vem melhorando o processo de ensino aprendizagem, devido à facilidade de compreensão que o mesmo proporciona. Segundo Lima, E.C.1 (2010) os jogos proporcionam uma metodologia inovadora e atraente para ensinar de forma mais prazerosa e interessante, já que a falta de motivação é a principal causa do desinteresse dos alunos, quase sempre acarretada pela metodologia utilizada pelo professor, ao repassar os conteúdos. A educação lúdica esta distante da concepção somente de diversão superficial. É uma ação inerente tanto a criança como ao adulto, e sempre se direciona para algum conhecimento, permutando entre a aprendizagem individual e coletiva. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio (BRASIL, 1999) a Química como disciplina é um instrumento para formação humana, um meio para interpretar o mundo e interagir com a realidade. Partindo dessa premissa o ensino em Química deve abordar tanto a realidade da sala de aula como a realidade fora do local escolar. Nas aulas de Química a utilização de jogos didáticos torna-se uma forma produtiva e viável como auxílio para a compreensão do conteúdo químico e do cotidiano, como por exemplo, as drogas de abuso. Com a ascensão do consumo de drogas foi criado na Universidade Estadual do Ceará um grupo de estudos contra drogas de abuso que mesclam tanto a Química abordada em sala de aula como a Química das drogas e como as mesmas agem no organismo, visando uma maior conscientização e aprendizado sobre química e drogas. O objetivo desse trabalho é utilizar a ferramenta lúdica dos jogos durante as aulas de Química para incentivar o conhecimento sobre as drogas. Conscientizando, informando e ensinando Química através das dicas de modo educativo e lúdico.

MATERIAL E MÉTODOS: “Qual é a droga?” é o nome de um jogo criado no Grupo de Estudos sobre Drogas de Abuso do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará. O jogo possui 144 cartas “dicas” de 12 drogas diferentes, sendo 12 dicas para cada droga, uma roleta contendo números de 1 a 10, um dado de 20 faces e 12 faixas com os nomes das drogas, que será colocada na cabeça de cada jogador. Podem jogar cinco pessoas. No inicio da partida é selecionando dois números da roleta para representar cada jogador, para que o mesmo possa ler as dicas de outros participantes. Cada jogador, em sua ordem, sorteia no dado as fichas numeradas de uma droga. Na qual o mesmo terá que adivinhar através de dicas, no decorrer do jogo. O representante de cada droga receberá do monitor uma faixa, colocada em sua cabeça e uma pilha de cartas, com 12 dicas sobre essa droga, que ficará exposta em sua frente, no qual o mesmo não poderá mexer. O primeiro jogador roda a roleta indicando outro jogador que pegará uma carta dica, na pilha de dicas da droga correspondente ao jogador que lhe sorteou, e a lerá em voz alta. Os outros jogadores farão o mesmo procedimento no decorrer da partida. Após cinco dicas, se o jogador souber qual é a droga que estiver representando, poderá dizê-la em voz alta. Em caso de acerto: Ganhará o jogo! Em caso de erro só poderá dizer qual sua droga de novo após três dicas. Será disponibilizada uma cartilha sobre as principais drogas de abuso para os participantes do jogo, mas a mesma é usada por apenas um jogador a cada rodada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os jogos foram aplicados em um grupo de alunos da escola pública EEFM Custódio da Silva Lemos, localizada no município de Cascavel e alunos de graduação que participaram do minicurso de “Química das sensações” durante a IX EVEQ (Escola de Verão de Química) realizada pelo curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará. Ao final de cada jogo foi apresentado um questionário sobre o jogo e sua utilização em sala de aula. No questionário foi interrogado sobre o aprendizado obtido através do mesmo. A grande maioria dos alunos participantes do evento aprovou a utilização dos jogos como uma ferramenta eficaz facilitando a construção do aprendizado da Química, transformando a aula num momento lúdico, bastante dinâmico. PORCENTAGENS DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO APÓS A REALIZAÇÃO DO JOGO IDADE: 93,3% (15 – 25 anos); 6,7% (10 – 15 anos). ESCOLARIDADE: 73,3% (EM completo; 26,7% (EM incompleto). CONHECIMENTO SOBRE DROGAS ANTES DO JOGO: 6,7% (nenhum); 6,7% (muito pouco); 40% (pouco); 46,6% (médio). CONHECIMENTO SOBRE DROGAS DEPOIS DO JOGO: 6,7% (pouco); 80% (médio); 13,3% (avançado). EXISTÊNCIA DAS DROGAS: 33,3% (sim, poucas); 13,3% (sim, metade); 20% (sim, todas); 33,3% (não). CONHECIMENTO SOBRE QUÍMICA: 66,7% (sim); 33,3% (pouco). CONHECIMENTO SOBRE QUÍMICA DEPOIS DO JOGO: 14,2% (pouco); 85,7% (médio); 7,1% (muito). CONCILIAÇÃO ENTRE QUÍMICA E OS JOGOS: 80% (sim); 6,7% (pouco); 13,3% (não). JOGOS COMO AUXILIADORES EM AULAS DE QUÍMICA E CONSCIENTIZADORES CONTRA AS DROGAS: 93,3% (sim); 6,7% (pouco). REDE ESCOLAR: 100% (pública). GRAU DE ENTENDIMENTO SOBRE QUÍMICA NA ESCOLA: 93,3% (sim); 6,7% (pouco).

CONCLUSÕES: A aplicação dos jogos tanto na turma de ensino médio quanto na turma de graduação mostrou-se satisfatória, já que os entrevistados acreditam que dessa forma a aula de Química torna-se mais atrativa, introduzindo assuntos do cotidiano que estão em destaque nacional e proporcionando uma metodologia inovadora de ensino de uma forma mais prazerosa. Através da utilização dos jogos, como uma das ferramentas que se pode lançar mão em sala de aula, facilita-se a proximidade do aluno com assunto.

AGRADECIMENTOS: Universidade Estadual do Ceará.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LIMA, E.C. Uso de Jogos Lúdicos Como Auxilio Para o Ensino de Química. 2010.
ALMEIDA, N.P. Educação lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. Edições Loyola, São Paulo, Brasil. 1974. 11ª Edição, 2003.
SOARES, B.F.H.M. Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química: Teoria, Métodos e Aplicações, 2008.