ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Ácidos e bases: contextualizando as aulas de Química
AUTORES: Macedo, M.E.R. (IF SERTÃO-PE) ; Oliveira, P.S. (IF SERTÃO-PE) ; dos Anjos, D.S.C. (IF SERTÃO-PE) ; da Rocha, L.P.G. (UNIVASF)
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo ministrar uma aula contextualizada sobre
“Ácidos e Bases” a alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Dr. Pacífico da
Luz situada em Petrolina-PE, mostrando a importância da contextualização no ensino
de química, além de conscientizar os jovens da importância da ciência e como eles
podem participar ativamente da sociedade. Como estratégia utilizou-se um texto
gerador "Chuva Ácida" e os alunos realizaram experimentos com caráter
investigativo, sendo possível identificar as substâncias ácidas e básicas
utilizando o indicador natural de repolho roxo. Foi verificado que, após a aula,
90% dos alunos souberam definir corretamente ácidos e bases, assim como a maioria
soube exemplificá-los, verificando que houve a construção de conceitos.
PALAVRAS CHAVES: Contextualização; Chuva Ácida; Ácidos e Bases
INTRODUÇÃO: Muitos estudantes nos diversos níveis de ensino demonstram dificuldades em
aprender química por não entenderem o sentido que faz estudá-lo. O Ensino de
Química é, na maioria das vezes, aplicado de forma tradicional, limitado na
simples memorização e reprodução de nomes, fórmulas e cálculos, completamente
desvinculados do cotidiano e da realidade dos alunos. A utilização de
experimentos nas aulas de Química é uma das maneiras eficiente de ensinar e
aperfeiçoar o entendimento dos conteúdos, facilitando a aprendizagem. Os
experimentos facilitam a apreensão da ciência e dos seus conceitos, auxiliam no
desenvolvimento de atitudes científicas e na análise de concepções não-
científicas, porém o experimento didático deve privilegiar o caráter
investigativo, favorecendo a compreensão das relações conceituais da disciplina
(MÓL, 2008). A ideia de contextualização surgiu com a reforma do ensino médio, a
partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB-9.394/97) que orienta a
compreensão dos conhecimentos para uso cotidiano. Originou-se nas diretrizes que
estão definidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais visam um ensino
de química centrado na interface entre informação científica e contexto social.
Contextualizar a química não é promover uma ligação artificial entre o
conhecimento e o cotidiano do aluno. Não é citar exemplos como ilustração ao
final de algum conteúdo, mas que contextualizar é propor “situações
problemáticas reais e buscar o conhecimento necessário para entendê-las e
procurar solucioná-las.” (PCN,1999). O presente trabalho tem por objetivo
ministrar uma aula contextualizada sobre “Ácidos e Bases” a alunos do ensino
fundamental da Escola Estadual Dr. Pacífico da Luz situada na cidade de
Petrolina-PE.
MATERIAL E MÉTODOS: A aula foi ministrada na Escola Estadual Dr. Pacífico da Luz, na cidade de
Petrolina-PE, em uma turma com trinta alunos do 9° ano do Ensino Fundamental.
Inicialmente foi aplicado um pré-teste com o objetivo de investigar os
conhecimentos prévios dos alunos sobre ácidos e bases. Foi realizada a leitura e
debate de um texto gerador sobre ”Chuva Ácida”, seguidos da explanação de
conteúdo e realização de experimentos sobre indicador natural de repolho roxo
para identificação de ácidos e bases do cotidiano. Para finalizar a aula, foi
aplicado um pós-teste, com o objetivo de investigar o que foi construído pelo
aluno no decorrer da aula.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Baseados no pré-teste, 83% dos alunos não conseguiram definir o que é um ácido e
uma base (Q1), e 17% dos alunos tinham uma visão equivocada em relação aos
ácidos, pois afirmaram que os ácidos são substâncias corrosivas. A maioria dos
alunos (90%) não sabia o que é o pH (Q2) e 97% dos alunos não sabiam como
identificar se uma substância é ácida ou básica (Q3). Apenas 3% dos alunos
sabiam que o pH é uma das maneiras de se identificar se uma substância é ácida
ou básica. Durante a leitura do texto “Chuva Ácida”, os alunos expressaram suas
opiniões e tiraram dúvidas, mostrando interesse pelo tema abordado. Em seguida,
foi realizada uma explanação do conteúdo e foi entregue aos alunos o roteiro dos
experimentos sobre um indicador natural (repolho roxo). Os alunos realizaram os
experimentos em grupos, sendo possível identificar as substâncias ácidas e
básicas, dentre elas, o limão, sabão em pó e o leite de magnésia (Fig. 1). O
pós-teste foi aplicado com o intuito de levantar quais conhecimentos foram
construídos no decorrer da aula. Comparando as respostas dadas pelos alunos
podemos verificar que, após a aula, 90% dos alunos definiram corretamente ácidos
e bases (Q1), definindo ácido como “substâncias geralmente azedas ou corrosivas
como o limão e o ácido clorídrico” e base como “substâncias geralmente
adstringentes, também chamadas de álcalis, como o leite magnésia e a soda
cáustica”. 93% dos alunos responderam corretamente o que é o pH (Q2) e 86% dos
alunos souberam conceituar indicador e afirmar qual é a sua função (Q3) (Fig.
2).
Fig.1.
Fig.1. Alunos realizando experimentos: indicador
natural de repolho roxo.
Fig.2.
Fig. 2. Percentagens de acertos: Pré-teste e pós-
teste.
CONCLUSÕES: Esta intervenção didática permitiu mostrar a importância da contextualização no
ensino de química, além de conscientizar os jovens da importância da ciência e
como eles podem participar ativamente da sociedade. Os alunos tiveram a
oportunidade de realizar experimentos em grupos, sendo possível identificar as
substâncias ácidas e básicas utilizando o indicador natural de repolho roxo. Foi
verificado que, após a aula, 90% dos alunos souberam definir corretamente ácidos e
bases, assim como a maioria soube exemplificá-los, verificando que houve a
construção de conceitos.
AGRADECIMENTOS: Aos alunos e gestores da Escola Estadual Dr. Pacífico da Luz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MOL, G. S., e Machado, P.F.L. Química Nova na Escola, n 27, fev, 2008.
PARÂMETROS Curriculares Nacionais (PCN) – Ensino Médio; Ministério da Educação, 1999.