ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: ABORDAGEM DE REAÇÕES QUÍMICAS ATRAVÉS DE UMA PRÁTICA EXPERIMENTAL CONTEXTUALIZADA

AUTORES: Sabino, J.D.S. (UFPE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL) ; Silva, D.L.A. (UFPE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL) ; Barbosa, L.R.R. (UFPE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL) ; Almeida, M.G.O. (UFPE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL) ; França, C.H.A. (UFPE COLÉGIO DE APLICAÇÃO) ; Almeida, A.A. (UFPE COLÉGIO DE APLICAÇÃO) ; Souza, A.M.A. (UFPE COLÉGIO DE APLICAÇÃO)

RESUMO: Sinistros provocados por descuidos ou pela falta de conhecimento das pessoas sobre os cuidados a serem tomados durante o manuseio, transporte ou armazenamento de substâncias químicas sempre são relatados pela mídia. Utilizando esse enfoque e também porque atividades práticas representam um importante elemento para a compreensão ativa de conceitos pois objetivos informativos dão lugar a objetivos também formativos (BRASIL,2001), realizou-se no Colégio de Aplicação(CAP)-UFPE uma atividade experimental investigativa sobre um acidente fictício em um laboratório de pesquisa, onde os alunos do 1º ano do Ensino Médio (EM) atuaram como peritos para desvendar a causa do sinistro;para isso utilizando seus conhecimentos químicos sobre a reatividade dos metais e as regras de segurança em laboratório.

PALAVRAS CHAVES: reações químicas; metais; atividade lúdica

INTRODUÇÃO: Atualmente tem-se observado a necessidade do desenvolvimento de novas alternativas para o ensino de ciências, com o intuito de interligar cada vez mais as disciplinas trabalhadas na escola. A interdisciplinaridade e a contextualização de conceitos estão a cada dia mais presente nas atividades desenvolvidas pelos profissionais da educação (ANDRADE. 1995), pois contribuem positivamente para o processo de ensino e aprendizagem e consequentemente para a formação do cidadão (PCN ensino médio -1999). No ensino de química especificamente, a iniciativa de aproximar a disciplina com o dia-a-dia dos alunos através de atividades diferentes da aula tradicional, citando-se como exemplos o uso de experimentação, contextualização e jogos didáticos, tem trazido bons resultados segundo os artigos e trabalhos publicados nesta área, uma vez que são fatores importantes para a motivação do aluno, pois possibilita que ele faça uma relação entre a teoria e a prática sendo previsto na LDB e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998). Na maioria das publicações a química é trabalhada de uma forma desmitificada, onde o aluno torna-se elemento ativo do seu processo de ensino e aprendizagem, deixando a condição de ouvinte do professor (BORIN1995, Pg.4). Neste sentido a atividade realizada procurou reunir contextualização e experimentação da química, através de uma problemática criada para que os alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio de Aplicação (CAp) - UFPE pudessem desvendar o problema em questão através de seus conhecimentos prévios da química e regras de segurança aplicadas a laboratório.

MATERIAL E MÉTODOS: O seguinte trabalho foi realizado no segundo semestre de 2011 com alunos das duas turmas do 1º ano do Ensino Médio. Inicialmente foi criada uma situação fictícia, em que um aluno de iniciação científica se envolvia em um acidente no laboratório de química onde realizava sua pesquisa. O acidente foi publicado em um informativo também fictício denominado - O grito capital que foi fornecido aos alunos uma semana antes da aula experimental. No dia do experimento, os alunos se organizaram em equipes (cada uma com 05 componentes) e receberam informações sobre a pesquisa desenvolvida pelo suposto aluno e as provas (amostras) coletadas no local onde ocorreu o sinistro. Os alunos do CAp atuaram como “peritos criminalistas” que tinham como objetivo identificar a causa do suposto acidente, através da análise química das provas. Essa análise ocorreu pela realização de experimentos que identificavam metais, visto ter lhes sido informado que a pesquisa desenvolvida pelo bolsista era relacionada com hidretos metálicos. Os experimentos executados proporcionaram uma boa visualização, pois as reações ocorreram com mudança de coloração ou precipitação de produtos, como mostra a figura 1, possibilitando a identificação dos metais envolvidos na prática. Os alunos responderam um questionário baseado na escala de Likert (1932) ao final do trabalho para avaliar a atividade. Nesse questionário a atividade foi observada ou foi julgada em relação ao processo ensino/aprendizagem, a conscientização sobre a segurança em laboratório como também a importância do trabalho para despertar um maior interesse pela disciplina de química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para avaliar de forma mais concisa o resultado da atividade, foi aplicado um questionário baseado na escala de Likert (1932) para estimar a opinião e satisfação dos alunos sobre o trabalho realizado. Neste tipo de questionário são feitas algumas afirmações e os alunos têm as seguintes opções de respostas: Legenda: CP (Concordo plenamente); CPa (Concordo parcialmente); I (Indiferente); DPa (Discordo parcialmente); DP (Discordo plenamente). A partir dos dados obtidos e apresentados na tabela 1, pode-se observar que a atividade conseguiu alcançar de maneira satisfatória os objetivos pretendidos com a execução da mesma, uma vez que 73% dos alunos concordam que o experimento contribuiu para o processo de ensino e aprendizagem e 75% acreditam que atividades desta natureza despertam um maior interesse pela disciplina. Nas demais afirmações propostas no questionário a maioria dos alunos concorda plenamente, desse modo confirmando que atingiu-se satisfatoriamente a proposição de que através da situação-problema, os alunos participassem ativamente na busca de solução para a causa do sinistro, estimulando-os a utilizarem os conhecimentos prévios adquiridos em sala de aula e incentivando assim um maior interesse pela disciplina.

Figura 1

Identificação dos metais Co, Al, Fe e Ba

Tabela 1

Avaliação dos alunos sobre a atividade proposta

CONCLUSÕES: A realização de atividades experimentais de química no 1º Ano do E.M. enfocando situações-problemas contextualizadas contribui favoravelmente no processo ensino/aprendizagem de conteúdos da química, além de ser importante para a formação do indivíduo, pois possibilita ao aluno vivenciar a aplicação de conhecimentos teóricos adquiridos anteriormente nas aulas expositivas; e, para que essas situações sejam solucionadas satisfatoriamente pelo aluno é necessário que ele busque inicialmente o conhecimento imprescindível para entendê-las (Brasil, 2012).

AGRADECIMENTOS: A universidade Federal de pernambuco e ao colégio de aplicação UFPE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANDRADE,R.C.http://pessoal.utfpr.edu.br/sant/arquivos/INTERDISCIPLINARIDADE.doc, acesso em 11/04/2012 as 10:25 H.

BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo. IMEUSP. CAEM- Centro de aperfeiçoamento do ensino de matemática da USP, 1995.

BRASIL, PCN-Ciências Naturais, M. E., 2001, 4, 19-23.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

Likert, R., Archives of Psychology. 1932, 140, 1-55.

VOGEL, A.I., Química Analítica Qualitativa, 1981.