ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA PELA PROBLEMATIZAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL DE CIÊNCIAS.
AUTORES: Guerra, D.D. (UEPA) ; Silva, L.O. (UEPA)
RESUMO: Este estudo estende-se ao relato de uma experiência ocorrida no 9º ano do ensino
fundamental de uma escola municipal na zona rural do munício de Novo
Repartimento-
PA. Onde através da técnica de problematização buscou-se contextualizar o ensino
dos elementos químicos a partir do estudo da adubação, discutindo a importância
da
química na fertilização dos solos. Desta forma, por meio da observação visou-se
perceber de que maneira a contextualização problematizada poderá contribuir para
a
aquisição do conhecimento científico. Diante da experiência, foi notório e pleno
envolvimento dos alunos na busca da solução da problemática, que se tornou
motivadora a investigação, trazendo uma aprendizagem justificada para os
educandos.
PALAVRAS CHAVES: Problematização; Contextualização; Adubação
INTRODUÇÃO: Para um ensino significativo de ciências/química é necessário buscar nas salas
de aula ambientes de aprendizagem que incentivem a aquisição do conhecimento
cientifico, tendo em vista que ensinar ciência implica em ensinar a raciocinar,
ensinar algo que é útil aos alunos em sua sobrevivência (MORAES E RAMOS, 1998).
Mas para que este ensino seja significativo o professor deverá considerar a
individualidade de seus alunos, considerando diferentes comportamentos e as
peculiaridades cognitivas do individuo, para assim não bloquear o
desenvolvimento do educando.
Neste sentido, Delizoicov, Angotti e Pernanbuco (2002) estruturam a ação docente
na perspectiva da contextualização mediante problematização, estabelecendo os
momentos pedagógicos, baseados nos princípios freireanos organizados em três
momentos. O primeiro compreende a Problematização Inicial, que busca apresentar
aos alunos situações reais, onde os mesmos sintam-se envolvidos por serem
conhecedores do tema buscando interpreta-los mesmo que se tenha a necessidade do
conhecimento científico. O segundo momento refere-se à Organização do
Conhecimento, onde se seleciona os conhecimentos necessários para compreensão
dos temas e da problematização inicial. E o ultimo momento caracteriza-se pela
Aplicação do Conhecimento que destina-se sobre tudo a abordagem sistemática do
conhecimento que é incorporado pelo o aluno para analisar e interpretar tanto a
situação inicial, quanto situações que estejam interligadas ao motivo inicial.
Portanto, o que se pretende é a busca de uma aprendizagem justificada, para
assim os alunos alcançarem um nível de consciência critica, onde os mesmos
possam perceber o sentido funcional dos conteúdos específicos de química.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente realizou-se a problematização inicial, onde se apresentou a
seguinte situação: Uma lavoura é como um laboratório de química, pois os
vegetais são formados por átomos de vários elementos retirados do solo. Numa
plantação pela interferência do homem o solo perde seus nutrientes e empobrece.
Os fertilizantes possuem em sua composição átomos de elementos químicos que são
essenciais à nutrição vegetal. Neste momento os alunos observaram o rótulo de um
fertilizante e discutiram o porquê da composição. No momento seguinte, realizou-
se a leitura de um texto intitulado “A ocorrência dos elementos químicos”
(produzido pelos próprios autores da pesquisa), onde a partir da leitura
abordaram-se os conhecimentos necessários para a compreensão da temática. Por
fim, buscou-se realizar a aplicação do conhecimento propondo aos alunos a
seguinte discussão: Um método de adubação natural também chamado “adubação
verde” trata do plantio de leguminosas, como o feijão que serve para tornar o
solo mais fértil, pois essas plantas possuem nódulos repletos de bactérias
fixadoras de nitrogênio. Qual o significado da expressão “solo mais fértil”? E
de que forma o nitrogênio contribui para essa fertilização?. Durante todos os
momentos propostos na metodologia de ensino realizou-se a observação
sistemática, para uma posterior analise qualitativa dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A proposta metodológica foi aplicada a todos os alunos da turma, cerca de 25
alunos. Desta proposta observou-se inicialmente a dificuldade dos alunos a se
envolverem em uma situação problematizada, mas a partir da mediação dos
pesquisadores, os pesquisados começaram a perceber que a problematização se
tratava de situações reais vivenciadas por eles. Ainda neste momento mesmo
superficialmente, os educandos buscaram associar a necessidade dos elementos
químicos de acordo com o plantio que cada um conhecia. Logo, o que se percebe é
que com situações concretas e presentes o discente sente-se desafiado a ter uma
resposta, não no nível intelectual, mas no nível de ação. (FREIRE, 2005). Acerca
da problematização do conteúdo Moraes e Ramos (1998) fazem importantes
considerações, em que os autores dizem que o ensino de ciências necessita ser
ativo, no sentido de envolver os alunos diretamente na manipulação de materiais
e na realização de experimentos que eles mesmos possam planejar e modificar.
Deve-se proporcionar aos alunos a construção ou descoberta dos conceitos e
princípios da ciência. Foi nesta perspectiva que se realizou a organização do
conhecimento, pois com o estudo dos elementos químicos, observou-se que os
pesquisados estavam envolvidos neste estudo, pois suas curiosidades, como
“Porque será que a maioria do plantio precisa de ferro?”, moviam a todos na
busca da solução da temática envolvida. Por fim, mediante a outra situação
problema sobre solos férteis os alunos se envolveram em discussões
significativas na tentativa da compreensão e resolução de problemas, neste
momento, buscou-se apresentar aos alunos o problema e auxilia-os na investigação
do mesmo, possibilitando a manifestação da criatividade, desenvolvendo o
raciocínio e a criticidade dos alunos.
CONCLUSÕES: Para um significativo ensino de ciências, é importante que o professor tenha sua
aula fundamentada na atividade do aluno, para isto o professor deve criar um
ambiente e atmosfera em que os alunos sejam ativos iniciando e completando suas
atividades (ZIELAK, 1992). Sabe-se das dificuldades que professores e alunos
encontram para adequarem-se ao sistema educacional, é comum em ambientes escolares
a intensa preocupação de um cumprimento curricular. No entanto, é necessário que
os alunos vivenciem situações de aprendizagem, onde os mesmos sintam-se motivados
e sujeitos de sua própria aprendizagem.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A; PERNAMBUCO, M. M. 2002. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez.
FREIRE, P. 2005. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
MORAES, R; RAMOS, M. G. 1998. Construindo o conhecimento: uma abordagem para o ensino de ciências. Porto Alegre, Sagra.
ZIELAK, O. W. 1992. A Alfabetização como Construção e Processo Social. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira.