ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: DOS PORTFÓLIOS ÀS AULAS: UMA AVALIAÇÃO CRÍTICA DA RELAÇÃO ENSINO APRENDIZAGEM EM EAD. A VISÃO DO TUTOR E DO ALUNO.
AUTORES: Magalhães, A.C. (DQAFQ-UFC) ; Almeida, M.M.B. (DQAFQ-UFC) ; Nogueira, C.M.C.C.D. (FGF/UFC) ; Lopes, M.F.G. (DQAFQ-UFC) ; Vargas, M.E.S. (DQAFQ-UFC)
RESUMO: Investigou-se o comportamento dos alunos do curso de licenciatura em química semi-presencial da UFC, através da opinião do tutor. Avaliaram-se a realização de atividades dentro das aulas, antes ou depois de seu estudo. Somado a isto, comparou-se a visão do tutor com a visão do aluno (trabalho anterior). Constatou-se que o pensamento inicial não se comprovou em nível de informação dos alunos e tutores. A problemática da relação ensino-aprendizagem parece residir no aspecto da formatação das aulas e portfólios. A linguagem entre tutores e alunos parece ser também um entrave, haja vista as diferentes percepções de ambos. Trabalho futuro merece ser feito abordando uma nova sistemática de ensino ou modificações da atual.
PALAVRAS CHAVES: Portfólio; Aulas EAD; Tutor
INTRODUÇÃO: A formatação utilizada em ensino semipresencial consiste em utilizar um ambiente virtual de aprendizagem contendo aulas, fóruns, portfólios, chats e outros mecanismos de ensino e avaliação (SOLAR, 2011). O aluno tem autonomia na forma de estudo, tendo acesso às aulas e a tudo que é solicitado. Como primeiro passo para a aprendizagem o aluno precisa estudar o conteúdo das aulas e realizar as atividades respectivas. O portfólio (USO DE PORTFÓLIO NA AVALIAÇÃO EM CURSOS DA MODALIDADE EAD, 2011) é uma forma de avaliação e aprendizado diferente do ensino presencial. Com esta forma de avaliação podemos inferir o rendimento do aluno na modalidade semipresencial. Porém, muitas vezes o que se observa é a postagem de atividades nos portfólios sem que o aluno tenha sequer lido as aulas. Esta forma de abordagem por parte dos alunos é inadequada haja vista que estes deveriam seguir primeiro estudando as aulas e depois realizando as atividades de portfólio. Este comportamento acarreta na maioria das vezes: baixo rendimento; pobre absorção do conhecimento e um maior esforço dos tutores em sanar as dificuldades pelo falta do estudo prévio das aulas. Neste trabalho foi realizado um estudo complementar com tutores do curso semipresencial de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Ceará (UFC), aplicando um questionário sobre alguns procedimentos adotados no curso, com o objetivo de verificar a posição do tutor e comparar esta posição com a posição dos alunos.
MATERIAL E MÉTODOS: Aplicou-se um questionário aos tutores do curso de Licenciatura em Química. A quantidade de tutores avaliados foi equivalente a trezentas matriculas em diferentes disciplinas. Avaliaram-se questões relacionadas às realizações dos portfólios, atuação dos tutores na aprendizagem dos alunos, tempo dedicado às disciplinas e sugestões para melhorar o rendimento. Após a aplicação do questionário, estudaram-se as respostas e elaboraram-se gráficos a fim de compreender melhor o que ocorre com a relação ensino-aprendizagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com os resultados do gráfico 1 podemos inferir que os alunos na sua grande maioria estudam as aulas antes de resolver os portfólios e isto é concordante na visão do tutor, o que contradiz o pensamento inicial. No gráfico 2 verificou-se que alunos e tutores são concordantes em torno de 70% no item a, ou seja conseguem fazer os portfólios após estudarem as aulas. No gráfico 3 verificou-se que os tutores estão totalmente seguros que auxiliam o aluno a aprender, fato que não é verificado na visão do aluno (44,2%). No gráfico 4, tutores e alunos são concordantes em todos os itens, onde acham que absorvem parcialmente o conhecimento. No gráfico 5 verificou-se que cerca de 80% dos tutores acham que incentivam os alunos por meio de questionamentos e criticas, onde somente a metade dos alunos tem mesma opinião. No gráfico 6 os 80% dos tutores acham que os alunos aprendem somente o básico do que é proposto onde 25% dos alunos, acham o mesmo. O inverso é observado com relação ao item c onde somente 8,0% dos tutores acham que os alunos são dedicados e estes (67%) se acham dedicados. Verificou-se que o tempo dedicado ao estudo não é suficiente para o desenvolvimento das atividades. No gráfico 8 verificou-se que cerca de 80% dos tutores e alunos acham que há necessidade de modificação da formatação atual para melhorar a relação ensino-aprendizagem. No gráfico 9, 100% dos tutores acham que para melhorar esta relação, as aulas e portfólios devem ser modificados, 50% dos alunos também concordam com esta modificação.
Gráficos 1 a 4.
Gráficos 5,6,8 e 9.
CONCLUSÕES: A suspeita inicial de que os alunos postam as atividades sem estudar as aulas, não se comprovou. A problemática parece residir na formatação de aulas e portfólios. A linguagem entre tutores e alunos parece ser também um entrave, haja vista as diferentes percepções de ambos. VILLAS BOAS (2003) condiciona ao cumprimento do objetivo de um portfólio, os itens como construção, reflexão, criatividade, parceria, auto-avaliação e autonomia, itens que não são aplicados por muitos tutores e muito menos verificados pelos alunos, um fato instigador e preocupante.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem aos tutores e alunos em EAD do curso de licenciatura em química da UFC pelas informações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SOLAR: Sistema Online de Aprendizagem. Disponível em: <http://www.solar.virtual.ufc.br>. Acesso em: 08 de junho 2012.
Uso de Portfólio na Avaliação em Cursos da modalidade EAD. http://www.moodle.ufba.br/mod/resource/view.php?id=47999. Acesso em: 08 de junho 2012.
VILLAS BOAS, Benigna M. de Freitas. (2003). Repensando a avaliação num curso de pedagogia: O portfólio como prática possível. In: Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo. Fundação Carlos Chagas, jan/jun, pp. 115-132.