ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: UMA ABORDAGEM SOBRE ÁCIDOS E BASES DO NOSSO COTIDIANO: TRABALHANDO COM A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA NO PROEJA

AUTORES: Santos, A.E.A. (IF SERTÃO-PE) ; Araújo, A.P. (IF SERTÃO-PE) ; da Silva Júnior, F.A.G. (IF SERTÃO-PE) ; de Barros, R.A. (IF SERTÃO-PE) ; dos Anjos, D.S.C. (IF SERTÃO-PE)

RESUMO: Este trabalho está voltado para contextualização de ácidos e bases no ensino PROEJA, que oferece oportunidade de estudos àqueles que não tiveram acesso ao ensino médio na idade regular. Os procedimentos foram: aplicação de pré-teste, texto gerador, a fim provocar questionamentos, aula com realização de experimentos com abordagem investigativa e pós-teste. As atividades foram desenvolvidas com 17 alunos do PROEJA. Os resultados dessa intervenção didática indicam que a contextualização de ácidos e bases, através de textos geradores e de atividades experimentais com caráter investigativo, é uma boa estratégia para o ensino de química, já que 90% apresentaram uma evolução conceitual, conceituando e exemplificando corretamente os ácidos e as bases.

PALAVRAS CHAVES: Contextualização; Ácidos e Bases; Proeja

INTRODUÇÃO: O presente trabalho representa uma estratégia pedagógica inovadora que conduz a uma aprendizagem contextualizada e significativa por parte do interesse do próprio aluno, através da sua interação com objetos e pessoas na busca de esclarecimentos para suas dúvidas, propiciando o fazer e o compreender. Com intuito de melhorar o ensino de química, que na maioria das vezes é apresentada apenas com memorização de fórmulas, cálculos matemáticos e nomenclaturas de compostos, sem valorizar os aspectos conceituais, a aula contextualizada vem aproximar o dia-a-dia dos alunos do conhecimento científico. Portanto, a contextualização no ensino busca trazer o cotidiano para a sala de aula, ao mesmo tempo em que procura aproximar o dia-a-dia dos alunos do conhecimento científico. Nas aulas tradicionais, observa-se a ausência quase total de experimentos em aulas de química, que quando realizados, limitam-se a demonstrações que não envolvem a participação ativa do aluno, ou apenas os convidam a seguir um roteiro, sem levar em consideração a possibilidade de relação entre o experimento e os conceitos. Para que isso ocorra, é necessá¬rio conduzir as aulas de laboratório de maneira oposta às tradicionais. Isso significa que o professor deve considerar a importância de colocar os alunos frente a situações-problema adequadas, propiciando a construção do próprio conhecimento. A importância da contextualização também é salientada por Zuliani (2006), que aponta a investigação a partir de fatos cotidianos como fator essencial no processo de evolução conceitual dos alunos (Química Nova na Escola, 2010). Este trabalho tem por objetivo ministrar uma aula contextualizada sobre ácidos e bases do nosso cotidiano em uma turma formada por 17 alunos do PROEJA, no IF Sertão-PE.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram seguidas as seguintes etapas: 1ª) Pré-teste; 2ª) Texto gerador; 3ª) Realização dos experimentos com alunos; 4ª) Pós-teste. O pré-teste foi aplicado antes da abordagem do assunto para investigar quais seriam os conceitos prévios dos alunos ao tema “Ácidos e Bases do nosso cotidiano”. Em seguida, houve a leitura e o debate do texto gerador: Chuva Ácida. Foram realizados experimentos com caráter investigativo, permitindo a construção do conhecimento de significados para muitos conteúdos a serem estudados, por fazerem parte da realidade dos alunos. Após os experimentos, foram aplicados os pós-testes, para avaliar a construção do conhecimento por parte dos alunos no decorrer da abordagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Baseados na 1ª etapa foi observado que apenas 10% dos alunos responderam corretamente os conceitos de ácidos (Q1) e de bases (Q3). Já 40% dos alunos souberam exemplificar ácidos (Q2) e 20% souberam exemplificar bases (Q4). Ao questionar sobre o conceito de pH (Q5), menos de 10% souberam responder, e nenhum soube falar sobre os indicadores ácido-base (Q6). Apenas uma pequena percentagem (20%) respondeu o que entendia por “Chuva Ácida” (Q7). Durante leitura e debate do texto gerador (2ª etapa) houve a participação ativa dos alunos, o que indica a importância da aula contextualizada, permitindo a construção do conhecimento científico. Na 3ª etapa (Fig. 1), observou-se que os experimentos com caráter investigativo permitiram a construção do conhecimento, com a participação ativa do aluno, onde 100% acertaram os questionamentos relativos às atividades experimentais. Percebeu-se que ao enfatizar situações do dia a dia, a construção de significados foi favorecida, por fazerem parte da realidade dos alunos. Após a realização do pós-teste (4ª Etapa) verificou-se que ocorreu um aumento bastante significativo, comparando com o pré-teste (Fig. 2), das respostas certas, evidenciando que as aulas contextualizadas colaboram significativamente no processo de ensino-aprendizagem. Foram registrados aproximadamente 90% de acertos nas questões Q1 e Q2, relativas aos ácidos, e mais de 90% de acertos nas questões Q3 e Q4, relativas às bases. 60% dos alunos souberam definir pH e indicadores de ácidos/base, e cerca de 50% conseguiram justificar se toda chuva é ácida. Portanto, as aulas contextualizadas cumprem um dos objetivos primordiais do ensino de Química: a sua função social, buscando alternativas que permitem a construção do conhecimento e facilitam o processo de ensino-aprendizagem.

Fig.1.

Figura 1. Construindo conhecimento através da experimentação.

Fig.2.

Figura 2. Percentagens de acertos: Pré-teste e Pós- teste.

CONCLUSÕES: Conclui-se que as aulas contextualizadas são importantes para o processo de ensino-aprendizagem, buscando alternativas que aprimoram a capacidade cognitiva do aluno de buscar informações e através delas construir o conhecimento. Podemos concluir que os resultados dessa intervenção didática indicam que a contextualização de ácidos e bases, através de textos geradores e de atividades experimentais com caráter investigativo, é uma boa estratégia para o ensino de química, já que foi observada uma evolução conceitual por parte da maioria dos alunos do PROEJA.

AGRADECIMENTOS: Aos alunos do técnico em informática do PROEJA do IF Sertão-PE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LUIZ, H. F.; D,R. H.; R. C.O. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Química Nova na Escola, v. 32, N° 2 , MAIO 2010.
ZULIANI, S.R.Q. A. Prática de ensino de química e metodologia investigativa: uma leitura fenomenológica a partir da semiótica social. 2006. Tese (doutorado)- Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2006.