ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Líquido da castanha de caju (LCC) como abordagem didática no ensino de química

AUTORES: Rocha, R.C.C.L. (FAMASUL) ; Paula, K.K. (FAMASUL) ; Silva, J.L. (FAMASUL) ; Monteiro, M.F.M. (FAMASUL) ; Fernandes, E.L. (FAMASUL) ; Nascimento, L.M. (FAMASUL) ; Dias, I.J.M. (FAMASUL)

RESUMO: Uma vez que experimentos facilitam a compreensão da natureza da ciência e dos seus conceitos (PCN, 1999), este trabalho teve como objetivo explorar o LCC como agente de contextualização em sala de aula. A intervenção foi realizada na Escola Estadual Costa Azevedo localizada no Município de Catende - PE, numa turma de 3º Ano do ensino médio com 30 alunos em duas aulas de 50 min. Tendo como ponto inicial a narrativa histórica da importância do caju e seus derivados químicos e em seguida dividiu-se a turma em 6 grupos com 5 alunos. Cada grupo após realização da sua pesquisa sobre a importância do LCC organizou os aspectos mais importantes de seus dados na forma de um banner. Assim, o presente trabalho cumpriu seu propósito de explorar uma temática estimulante que favorecesse a aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: LCC; Castanha de Cajú; Contextualização no Ensin

INTRODUÇÃO: O caju (Anacardium occidentale L.), além de ser muito conhecido pelo sabor e valor nutricional de suas amêndoas e pendúculos (pseudofruto), é uma cultura de grande importância sócio-econômica para o Brasil. A amêndoa e o líquido extraído da casca da castanha de caju (LCC) são produtos de exportação muito valorizada no mercado internacional (CORREIA, 2006). O cajueiro tem sido descrito, há séculos, como uma ótima fonte medicinal. No Brasil, é usado como analgésico, diurético, líquido para higiene bucal, tratamento de astenia, problemas respiratórios, gripe, bronquite, tosse, escorbuto infantil, eczema, infecções genitais, sarna, doenças de pele e feridas. Do cajueiro, tudo se aproveita: seu teor de vitamina C é maior que o da laranja, contém niacina, uma das vitaminas do complexo B, e ferro sendo seu pedúnculo utilizado na fabricação de sucos, vinhos, licores, doces e compotas (MAZZETTO et al., 2009). Este líquido (LCC) é uma das fontes mais ricas de lipídeos fenólicos não-isoprenoides de origem natural, contendo como principais constituintes químicos o ácido anacárdico, cardonol, cardol e o 2-metil-cardol (TREVISAN et al., 2006). Possui diversas aplicações na química fina, de acordo com a funcionalização dos produtos isolados (CALÒ et al., 2007). O cardanol um dos mais importantes e promissores componentes do LCC, uma vez separado, pode ser empregado no setor da química fina, onde os preços dos produtos finais são elevados: aditivos, surfactantes, fármacos, pesticidas, dentre outros. Uma vez que experimentos facilitam a compreensão da natureza da ciência e dos seus conceitos (PCN, 1999), este trabalho tem como objetivo explorar o LCC como agente de contextualização em sala de aula para aprendizagem de química.

MATERIAL E MÉTODOS: A intervenção foi realizada na Escola Estadual Costa Azevedo localizada no Município de Catende - PE, numa turma de 3º Ano do ensino médio com 30 alunos em duas aulas de 50 min. Tendo como ponto inicial a narrativa histórica sobre a importância do caju e seus derivados químicos a partir daí dividiu-se a turma em 6 grupos com 5 alunos onde cada grupo se encarregou de ampliar e explorar os constituintes químicos dos derivados do caju fazendo assim uma abordagem contextualizada. Em seguida houve uma explanação em forma de seminários no que tange a parte química dos constituintes do caju destacando as fonções orgânicas ,tipos de ligações e a geometria molecular existentes na estrutura molecular e sua aplicabilidade no cotidiano abrangendo assim conteúdos específicos de química como: funções orgânicas, ligações químicas e geometria molecular facilitando dessa forma a absorção dos conteúdos específicos de química .

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Cada grupo após realização da sua pesquisa sobre a importância do LCC organizou os aspectos mais importantes de seus dados na forma de um banner. Todos os grupos apresentaram seus banners em sala de aula e ao mesmo tempo. Assim todos os integrantes puderam observar o que cada grupo havia destacado de importante em sua pesquisa e assim compará-lo aos demais, dessa forma ficando evidente o quanto podemos explorar conteúdos específicos de química sobre uma mesmo tema de forma diversificada estabelecendo uma relação entre conhecimento cientifico e o cotidiano.Após essa apresentação gerou-se uma discussão entre todos os participantes esclarecendo dúvidas e indagações no que concerne as diferentes forma de se abordar vários conteúdos em um mesmo eixo temático e acatando sugestões pertinentes aos conteúdos de química explorados em cada banner por cada grupo gerando assim uma grande troca de informações geradas a partir de uma temática comum a todos os grupos motivando a aprendizagem de forma recíproca.Percebe-se então a grande importância de usar a contextualização como ferramenta didática no processo de ensino aprendizagem.

CONCLUSÕES: A sistemática desenvolvida neste trabalho serviu pra despertar nos alunos um maior envolvimento com os trabalhos realizados. Vale ressaltar que a temática LCC serviu para contextualizar a importância dessa classe de substancias para muitas pessoas, substancias essas até então desconhecidas. Além de proporcionar ao aluno um maior estimulo na aprendizagem e na interação dos conteúdos pesquisados com aqueles vivenciados em sala de aula. Este presente trabalho cumpriu seu propósito de explorar uma temática que favorecesse ao aluno a capacidade de observar, sintetizar e agir frente as dificuldades.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação-MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica-Semtec, 1999. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, MEC/Semtec: Brasília.

CALÒ, E.; MAFFEZZOLI, A.; MELE, G.; MARTINA, F.; MAZZETTO, S. E.; TARZIA, A.; STIFANI, C. 2007. Synthesis of a novel cardanol-based benzoxazine monomer and environmentally sustainable production of polymers and bio-composites, Green chemistry, 9: 754-759.

CORREIA, S.J.; DAVID, J.P.; DAVID, J.M. 2006. Metabólitos secundários de espécies de anacardiaceae. Química nova, 29: (6), 1287-1300.

MAZZETTO, S. E.; LOMONACO, D; MELE, G. 2009. Óleo da castanha de caju: oportunidades e desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial. Química Nova, 32: (3), 732-741.

TREVISAN, M. T. S.; PFUNDSTEIN, B.; HAUBNER, R.; WURTELE, G.; SPEIGELHALDER, B.; BARTSCH, H.; OWEN, R. W. 2006. Characterization of alkyl phenols in cashew (Anacardium occidentale) products and assay of their antioxidant capacity.Food Chemistry Toxicology, 44: 188-197.