ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Revelação de Impressões Digitais: Uma proposta experimental para ser desenvolvida na própria sala de aula
AUTORES: Regina Ferreira da Silva, P. (FAMASUL) ; Valéria da Silva, M. (FAMASUL) ; Mylena Pereira e Silva, L. (FAMASUL) ; Soares Lima, A. (FAMASUL) ; Lopes Fernandes, E. (FAMASUL) ; Souto Pereira da Silva, O. (FAMASUL) ; José de Melo Dias, I. (FAMASUL)
RESUMO: O objetivo deste trabalho é explorar impressões digitais, bastante comum em
seriados de investigações de crimes na TV, através da utilização de experimentos
simples e rápidos que torne possível a revelação de impressões digitais na
própria sala de aula. Para isso, uma pesquisa bibliográfica foi realizada no
intuito de selecionar artigos sobre revelação de impressões digitais. Uma
intervenção em sala de aula foi realizada, e após abordagem da parte teórica
realizou-se a parte experimental. Todos os experimentos revelaram de maneira
fácil e rápida as impressões digitais em materiais de papel, plástico, madeira e
vidro, proporcionando uma aprendizagem mais significativa uma vez que a parte
experimental e a contextualização proporciona um maior envolvimento dos alunos
com a atividade proposta.
PALAVRAS CHAVES: Impressões de digitais; Experimentação; Ensino
INTRODUÇÃO: Há diversos programas de investigações de crimes na TV como a série americana
CSI (Crime Scene Investigation), entre outros, que exploram diversas técnicas de
elucidação de crimes em seus episódios. E esses programas, tem grande aceitação
pelo público mais jovem, além de possuir grande audiência de forma geral. Daí a
importância de se explorar em sala de aula, os conceitos científicos que
permitem que essas técnicas sejam utilizadas para fornecer evidências que possam
incriminar o suspeito de um crime.
Um ramo da área de investigação criminal que é bastante explorado nos episódios
desses programas é a Química Forense, que é bastante utilizada para revelar
impressões digitais, revelar evidências da utilização de armas de fogo,
adulteração em chassi de veículos, revelar manchas de sangue, em testes anti-
dopping, em toxicologia e etc. (IZASA, 2005).
E sendo a revelação de Impressões Papilares Latentes (IPL), conhecida de
forma geral por impressão digital, uma das técnicas mais comumente empregada
nesses programas, e que permite identificar de forma bem segura se um suspeito
esteve na cena de um crime. Esses seriados são adequados para terem seus
conteúdos explorados em sala de aula, facilitando dessa forma, a intera¬ção dos
conteúdos escolares com a vida cotidiana do aluno e com o mudo que o cerca
(DIAS-FILHO e ANTEDOMENICO, 2010).
O objetivo deste trabalho é explorar a revelação de impressões digitais,
bastante comum nesses programas de investigações de crimes, através da
utilização de experimentos simples e rápidos que torne possível a revelação de
impressões digitais durante uma abordagem sobre o tema na própria sala de aula.
MATERIAL E MÉTODOS: Uma pesquisa bibliográfica foi realizada no intuito de selecionar artigos sobre
revelação de impressões digitais. Foram selecionados artigos que atendiam a
alguns critérios quanto à execução da parte experimental (MARCONDES, 2006;
CHEMELLO, 2006). Critérios como; facilidade de execução, materiais acessíveis, e
obtenção de resultados. Segundo Costa (1920), uma IPL é um conjunto de linhas
regulares e enfileiradas que formam desenhos distintos, presente na ponta dos
dedos de cada ser humano. As glândulas sudoríparas sob a pele liberam secreções
contendo diversas substâncias como ácidos graxos, sais diversos e alguns
aminoácidos. Isso faz com que ao tocarmos nas coisas que nos cercam, deixemos
ali um registro, que pode depois, através de alguns processos físicos ou
químicos serem revelados, embora os mesmos não possam ser perceptíveis de
imediato (CHEMELLO, 2006). Os experimentos foram selecionados, testados e
modificados quando necessário para se adequar a realidade de uma sala de aula,
objetivando revelar de maneira que fosse bem visível e rápida uma IPL.
O trabalho foi desenvolvido numa turma do primeiro período de química do curso
de licenciatura em química desta IES( Faculdade de Formação de Professores da
Mata Sul-PE),Palmares-PE no intuito de validar a proposta aqui apresentada que
poderá ser adaptada e utilizada em outras situações de sala de aula, inclusive
de forma bem oportuna por professores do ensino médio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após seleção dos experimentos mais adequados para execução na sala de aula,
todos foram testados exaustivamente para que ao ser executados tudo saíssem
conforme aqui sugerido.
Experimento 1: Colocar o material contendo a IPL dentro de um frasco de maionese
fechado com cristais de iodo. O iodo ao sublimar irá interagir fisicamente com
as substancias presentes na IPL fazendo-a aparecer como uma mancha marrom.
Experimento 2: Pincelar ou borrifar sobre o material contendo a IPL, uma solução
de Nitrato de prata (AgNO3) a 8% e deixar secar ao abrigo da luz.
Ao expor a IPL á luz solar, haverá redução dos íons de prata, revelando a IPL
sob um fundo preto.
Experimento 3: Pincelar com um pincel de maquiagem de cerdas grandes a
superfície contendo a IPL, com o pó preparado com 50% de negro de fumo, 25% de
carvão finamente triturado e 25% de argila. O pó irá aderir, aos componentes
liberados pelas glândulas sudoríparas, deixados no material através da IPL.
Experimento 4: Em um frasco de boca larga contendo uma gota de super-cola,
colocar o material a ser revelado, tampar o frasco e aguardar um minuto. Os
vapores do solvente (cianoacrilato) irão aderir aos componentes químicos
presentes na IPL revelando sob um fundo branco.
Os alunos ficaram encantados e muito satisfeitos com os resultados que permitia
de forma simples facilitar a interação dos assuntos de sala de aula como
conhecimento científico aplicado pela área forense na revelação de uma impressão
digital.
CONCLUSÕES: Todos os experimentos revelaram de maneira fácil e rápida as impressões digitais
em materiais de papel, plástico, madeira e vidro. Sendo assim, essa atividade
experimental despertou um maior interesse dos alunos pelas aulas de química,
facilitando e contextualizando a aprendizagem de assuntos como reações químicas,
propriedades físicas das substâncias, forças intermoleculares e até da metodologia
científica no desenvolvimento da parte experimental. Tudo isso contribui para
desenvolver o interesse investigativo e o espírito crítico no aluno.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHEMELLO, E. Ciências Forenses: Impressões digitais. Química virtual, dezembro, 2006.
Costa, A. B. Revelações de impressões digitais. Tese de doutorado. Faculdade de medicina do Porto, 1920.
DIAS-FILHO, C. R. e ANTEDOMENICO, E. A Perícia Criminal e a Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências Naturais. Química nova na escola. vol. 32, n° 2, 2010.
IZASA, L.C.O. 2005. Química Forense. Imprensa Nacional da Colômbia
MARCONDES, M. E. R (org.). 2006. Oficinas temáticas no ensino público visando a formação continuada de professores. GEPEQ/IQUSP.