ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: A RELAÇÃO ENTRE O APRENDIZADO COM MATERIAIS DE BAIXO CUSTO E MATERIAIS DE LABORATÓRIO
AUTORES: Reis da Silva Filho, L.C. (IFRJ) ; Aurélio Correa, M. (IFRJ) ; de Lima, T.C. (IFRJ) ; Salomão Alves Pinho, G. (IFRJ) ; Araujo Branco, M. (EEGF) ; Correa Sampaio, M.E. (IFRJ) ; Aristeu Lima Silva, G. (IFRJ) ; Eloy Botelho da Silva, G. (IFRJ)
RESUMO: Este resumo trata das atividades realizadas e desenvolvidas pelos alunos bolsistas do Projeto do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID/CAPES, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ Campus Duque de Caxias, na Escola Estadual Gilberto Freire, junto às turmas de segundo segmento do ensino fundamental. Foram realizadas diversas atividades práticas utilizando materiais de baixo custo com o intuito de mostrar aos alunos atendidos pelo projeto, que a química está presente no cotidiano, evidenciando a comparação do uso dos laboratórios, ou seja, de dois métodos didáticos.
PALAVRAS CHAVES: PIBID; ensino fundamental; ensino de química
INTRODUÇÃO: O trabalho em questão tem o intuito de relatar a percepção dos alunos acerca de uma aula produzida com materiais de baixo custo, que estão presentes no cotidiano dos mesmos, e também, da mesma aula produzida com materiais de laboratório. Dessa forma, pode-se comparar os diferentes olhares que são reflexos da mesma aula com materiais e objetos diferentes. Inicialmente, no começo do projeto, eram elaboradas somente aulas com materiais de baixo custo que eram facilmente encontrados em farmácia, mercearias e padarias, entre outros locais que eram comuns aos alunos, pois queríamos demonstrar através destas aulas que a “ciência” não estava restrita somente ao laboratório. Após um período, começamos a perceber nos alunos certa curiosidade de conhecer os materiais de laboratório, pois para muitos a “verdadeira ciência” ainda estava presente somente neste ambiente. E então, para desmistificar esse conceito e para dar suporte à nossa fala de que a ciência estava presente tanto no laboratório como no cotidiano dos alunos, o grupo de bolsistas/voluntário resolveu aplicar um mesmo experimento com materiais de baixo custo e de laboratório, demonstrando dessa maneira, que podemos conseguir o mesmo resultado com materiais de origens diferentes.
MATERIAL E MÉTODOS: Antes da aula em que realizaríamos a atividade prática envolvendo os materiais de baixo custo. Efetuamos com eficiência os experimentos e os alunos se mostraram bastante impressionados, assim, eles puderam perceber como a ciência estava presente em seus cotidianos, à maioria dos alunos se mostrou interessado em reproduzir os experimentos realizados em suas casas para os familiares. Um dos experimentos utilizados para fazer uma relação com materiais de baixo custo e os de laboratório foi o “elevador de naftalina”, onde utilizamos como materiais de baixo custo: garrafa pet 1,5l, bicarbonato de sódio 1pct, vinagre 50 ml, água 300 ml, colher e 3 bolas de naftalina e materiais de laboratório: proveta 50 ml, bicarbonato de sódio 1g, ácido acético 1,7 ml 0,1m, água 30 ml, espátula e 3 bolas de naftaleno. Relacionando os dois tipos de materiais a prática teve um impacto muito maior, pois muitos nunca tinham visto a maioria das vidrarias e nem os reagentes de laboratório. E isso só evidenciou que não se precisa apenas possuir materiais técnicos para se realizar um experimento científico, mas que a ciência esta presente no cotidiano deles próprios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A proposta deste PIBID é embasada pelas diretrizes do Projeto Pedagógico Institucional, que ressalta ser fundamental considerar a comunidade na qual a unidade educacional está inserida e, assim, articular com esta comunidade ações e atividades visando elevar seu entendimento sobre suas vidas, tornando o ambiente escolar criativo, interativo e comprometido com as mudanças nos campos cultural, laboral e social da vizinhança/entorno, em que o IFRJ está inserido. Somado a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), em seu Art. 12º estabelece que: “Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; também traz a necessidade da construção de diálogo com o território em que a escola está inserida”. É preciso entender que os processos de ensino e de aprendizagem se fazem de forma interativa diante do acesso aos diferentes saberes, que nem sempre necessitam ser abordados em disciplinas específicas. Promover a articulação com a sociedade num compromisso educativo significa ter como objetivo principal a valorização dos aspectos que dizem respeito à cultura, a formas de produção, para que possamos estabelecer uma relação dialética, na qual o IFRJ interage na esfera da produção do conhecimento, assim como na aquisição do mesmo, alicerçada em trocas que se estabelecerão no processo do “produzir juntos”. Nesse sentido, é fundamental que entendamos o perfil da comunidade na qual estamos inseridos, suas expectativas, acesso às políticas públicas, sua cultura, sua forma de ver o mundo, pois a conjuntura económica, política e social devem ser os ponteiros que norteiam a ação pedagógica.
CONCLUSÕES: As atividades introdutórias facilitam aos alunos perceberem como os conteúdos teóricos estão relacionados com o cotidiano. Confirmando que a ideia de ciência não está restrita aos laboratórios e livros didáticos, mas também, está presente no nosso dia a dia. Estabelecendo uma relação dialógica com o conhecimento acadêmico-tecnológico e a vida cotidiana inicia um processo de sentido e significado do ensino e da aprendizagem. Assim, não basta o contato com a realidade para se chegar ao conhecimento, mas é na mediação do processo de ensino-aprendizagem que podemos interagir com o contexto geral.
AGRADECIMENTOS: À professora supervisora, à Escola Estadual Gilberto Freire e a CAPES, pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FELTRE, Ricardo - Fundamentos da Química (4ª edição), São Paulo - 2005 (Ed. Moderna).
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991.
GONÇALVES, Susana. Teorias da Aprendizagem e Praticas de Ensino. ESEC. 2001
MAGALHÃES, Mariza. Técnicas Criativas para Dinamizar aulas de Química, São Paulo - 2009 - 2ª Ed. Revisada e Alterada (Ed. Muiraquitã).