ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: O ENSINO DE QUÍMICA PARA A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA AOS OLHOS DOS DISCENTES DO 3° ANO DO ENSINO MÉDIO DA UNIDADE ESCOLAR DESEMBARGADOR VIDAL DE FREITAS
AUTORES: Leal, N.J.S. (IFPI) ; Silva, S.R. (IFPI) ; Coelho, T.L.S. (IFPI) ; Moura, M.N.T.S. (IFPI) ; Coelho, A.S.L. (IFPI) ; Araújo, A.M.L. (IFPI) ; Passos, M.H.S. (IFPI)
RESUMO: O ensino de química deve ser realizado de forma a possibilitar o reconhecimento e
a importância da química como ciência e contextualizado com o meio onde o discente
está inserido para que a sua função social seja compreendida. A metodologia
adotada se fez necessário à aplicação de questionários cujo objetivo é determinar
se os discentes do 3° ano da Unidade Escolar Desembargador Vidal de Freitas
consideram o ensino de química da escola como apropriado para sua formação como
cidadãos e se os mesmos atribuem relevância a disciplina de química para tal
formação. Constou-se que a parcela maioritária dos discentes atribuiu relevância a
disciplina de química como agente para formar cidadãos conscientes, e diante
vivencia pelos mesmos na escola, o ensino de química não teve a mesma atribuição.
PALAVRAS CHAVES: formação de cidadãos; ensino de química; Química
INTRODUÇÃO: A atual realidade do ensino de química apresenta diversos desafios, entre eles
está o de apresentar o conteúdo de química de forma dinâmica e contextualizada
que venha possibilitar aos alunos compreender as influências da química na
sociedade e construir significados que sejam transmitidos e reconhecidos além do
ambiente escolar, pois para que cidadãos participem na sociedade é preciso
compreender a Química enquanto ciência já que a mesma é de grande importância no
desenvolvimento social e tecnológico e, além disso, entendam o meio no qual
estão inseridos.
A realidade do ensino de química apresentado tem resultado numa visão da Química
associada a vários aspectos negativos e prejudiciais, como por exemplo,
causadora de grandes impactos ambientais. Tal realidade oferece um grande
desafio aos futuros e atuais professores, já que segundo Ausubel et al. (1980),
são eles que irão orientar e reestruturar as novas aprendizagens, fazendo
necessário apontar que “é preciso reformular o ensino de química nas escolas”
(AMARAL, 1996).
Assim, o presente trabalho propõe investigar na percepção dos alunos se o ensino
de química na escola alvo da pesquisa tem possibilitado a compreensão da química
enquanto ciência e como ferramenta para entenderem os fenômenos a sua volta,
ressaltando seu papel para o desenvolvimento da cidadania, uma vez que como
afirma a Constituição Brasileira e a Legislação de ensino, a mesma é função
primordial da educação básica nacional, e “a função do ensino de química deve
ser a de desenvolver a capacidade de tomada de decisão, o que implica a
necessidade de vinculação do conteúdo trabalhado com o contexto social em que o
aluno está inserido” (SANTOS & SCHNETZLER, 1996, p.28).
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho teve como base para desenvolvimento um questionário aplicado
às três turmas de 3° ano dos turnos matutino e vespertino da escola pública
estadual da cidade de Picos-PI, a Unidade escolar Desembargador Vidal de
Freitas. Os questionários foram aplicados a 81 alunos, sendo eles composto de 06
questões, todas objetivas. Com tais questionários, buscou-se primeiramente
verificar de uma forma geral o que os alunos acham da química, para depois
identificar na escola em questão, se o ensino de química possibilita: a
compreensão dos fenômenos químicos observados no dia a dia (por meio de um
ensino contextualizado); o reconhecimento da química como ciência de fundamental
importância para sociedade; a formação de cidadãos capazes de atuarem de forma
responsável no meio onde estão inseridos. Buscou-se também identificar o grau de
importância que os estudantes atribuem a química como ciência e a disciplina
química para a formação do cidadão. Assim, o presente trabalho tem como objetivo
determinar se os discentes do 3° ano da Unidade Escolar Desembargador Vidal de
Freitas consideram o ensino de química da escola como correspondente para sua
formação como cidadãos, e se atribuem relevância a disciplina de química para a
respectiva formação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando indagados de uma forma geral sobre o que acham da química, 37,03% dos
discentes consideram a mesma como uma disciplina de difícil compreensão,
enquanto 29,63% e 25,93% respectivamente a consideram como essencial para a
compreensão do cotidiano e como uma importante ciência. É válido ressaltar ainda
que, 7,41% dos alunos consideram a química como a causadora de desastres, sendo
vista por eles com aspecto negativo e prejudicial.
A maioria dos alunos, num total de 70,37%, considera que o ensino de química da
escola possibilita pouca compreensão dos fatos ocorridos no seu dia a dia e 81,
49% também consideram que a escola possibilita pouca compreensão da química como
ciência. Esses resultados implicaram que nenhum discente considera que o ensino
de química da escola contribui muito para a sua formação enquanto cidadão,
enquanto 55,56% o consideram pouco e 25,92% nada contribuinte, sendo que 18,52%
nada e não sabem desse caráter do ensino de química. No entanto, pode se
constatar também que os alunos atribuem muita importância à química como
ciência, num total de 77,78%, assim como 85,18% atribuem a disciplina de química
como fundamental no ensino médio para a formação de cidadãos capazes de atuar de
forma consciente na sociedade onde vive.
CONCLUSÕES: Constatou-se que a parcela maioritária dos discentes atribuiu e se mostra conhecer
que a disciplina de química é importante para a formação de cidadãos e, no
entanto, eles não consideram o ensino de química abordado na escola com a mesma
atribuição, pois segundo os mesmos, o ensino não está possibilitando compreensão
dos fatos do cotidiano e não atribui importância à química como ciência. Assim, o
ensino de química oferece o desafio aos educadores e agentes responsáveis de
buscar um ensino dinâmico e acessível, que possa tornar o aluno capaz atuar
conscientemente no meio onde está inserido.
AGRADECIMENTOS: Principalmente A DEUS e as nossas famílias, assim como ao IFPI, ao PIBID e ao
professor Marcos Henrique da Silva Passos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo, 1996.
Ausubel, D. et al. (1980). Psicologia Educacional. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana.
SANTOS, W. L. P. dos; SCHNETZLER, R. P. Função social: o que significa o ensino de química para formar o cidadão? Revista Química Nova na Escola, n°04, novembro, 1996, p. 28 e 29.