ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: BINGO PEDAGÓGICO: UMA ESTRATÉGIA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DAS FUNÇÕES OXIGENADAS

AUTORES: Silva, J.R. (SEDUC- PE) ; Queiroz, M.P. (SEDUC- PE)

RESUMO: Os jogos no ensino possibilitam a aprendizagem e a aquisição de novos saberes; podem ser usados no aporte pedagógico para mediar o ensino de química. Ainda, são utilizados no entretenimento cotidiano e desenvolvem socialização, estratégia e senso lógico. Tais perspectivas corroboraram na aplicação de jogos para subsidiar o ensino das funções oxigenadas, em particular os alcoóis que foram escolhidos por detectarmos entraves na aprendizagem dos educandos que confundem estes com os enóis. O trabalho tem por objetivo mostrar de forma lúdica ser possível aprender de modo prazeroso. A metodologia foi abordada através de regras de simples compreensão. Durante a culminância observou-se interação, troca de aprendizado, e envolvimento significativo, bem como considerável otimização na aprendizag

PALAVRAS CHAVES: estratégia didática; funções orgânicas; jogo pedagógico

INTRODUÇÃO: A dinâmica dos jogos no ensino aprendizagem dos educandos possibilita a aquisição de adjetivos como: disciplina, auto-confiança e socialização . E ainda mais se for um aporte pedagógico, com o intuito de mediar aos educandos o conhecimento no contexto da química. Estes foram encontrados em achados arqueológicos de povos de civilizações antigas, tais como, a Índia, a Mesopotâmia, a Babilônia e a Grécia (SOARES, CAVALHEIRO, 2006). Vale salientar que foi nestes Países onde vários povos fizeram uso dos jogos com inúmeras finalidades, que foram desde o desenvolvimento de regras de caráter disciplinar até mesmo o entretenimento. Na disciplina de química, por fazer parte das ciências exatas e da natureza, muitos educandos apresentam dificuldades, de um modo geral a consideram uma das mais temida do currículo escolar. Diante de tal problemática os PCN’s sinalizam que a abordagem do ensino seja também de forma dinâmica e lúdica (BRASIL, 2002). Tais perspectivas subsidiaram o interesse de utilizar os jogos como estratégia metodológica na práxis, uma vez que estes são vivenciados no cotidiano como lazer e/ ou entretenimento dos educandos. Os jogos contribuem no desenvolvimento da socialização, na estratégia e no senso lógico de quem os utilizam (ROBAINA, 2008). O uso de jogos para fazer a interface entre o conhecimento científico abordado na escola e o cotidiano foi proposto nas aulas de funções oxigenadas. A escolha do conteúdo se deu pelo fato de muitos educandos apresentarem problemas de aprendizagem, por confundirem os alcoóis com os enóis. Assim o uso de jogos de caráter pedagógico veio para otimizar o ensino de química, de forma divertida e contextualizada. Este trabalho tem por objetivo mostrar de uma forma lúdica que é possível aprender química de modo prazerosa e envolvente.

MATERIAL E MÉTODOS: Com uma proposta metodológica de jogos pedagógicos, tendo a finalidade facilitadora de ensino e aprendizagem, a escolha do jogo partiu dos educandos do terceiro ano do ensino médio. Os quais introduziram o jogo tradicionalmente conhecido e utilizados por eles no cotidiano: o bingo. O conhecimento científico apresentado nas aulas de caráter expositivo foi utilizado tanto para a confecção das cartelas, quanto para as bolas. Nascia assim O bingo dos alcoóis. Nas cartelas foram utilizadas fórmulas estruturais de variadas representações encontradas em livros de ensino médio nas consultas realizadas pelos educandos (FELTRE, 2004; MARQUES, 2001; USBERCO; SALVADOR, 2004). Já as bolas sorteadas, constam as nomenclaturas comercial e IUPAC que foram utilizadas simultaneamente como pistas para que os participantes pudessem responder com êxito o que foi proposto. No bingo, dois participantes chamavam as bolas, isto é, as cadeias carbônicas dos alcoóis, enquanto que três participantes procuravam marcar em cada cartela os nomes dos compostos que identificavam. As cartelas confeccionadas foram compartilhadas por grupo de três participantes. Na construção do bingo, o material usado foi de baixo custo, tais como cartolina, papel cartão, tesoura e tampas de garrafa pet para confeccionar as bolas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra quantitativa foi de quarenta e sete educandos que demonstraram na aplicabilidade do jogo um envolvimento significativo. No entanto quarenta e seis dos mesmos verbalizaram, por meio de entrevista, ter compreendido a diferença entre os alcoóis e os enóis. Porém, apenas um educando relatou ainda ter dúvidas com relação aos conteúdos em questão; fato este constatado por meio de exercícios aplicados e discutidos a posteriores. Percebeu-se ainda, a socialização, a cooperação, bem como a euforia por cada descoberta em relação ao conteúdo que foi evidenciado, de tal forma que mesmo quando a aula foi encerrada muitos dos participantes permaneceram jogando. Enfim, percebemos considerável otimização na aprendizagem dos educandos, uma vez que antes da aplicação do jogo, muitos apresentaram dúvidas do referido conteúdo.

CONCLUSÕES: No decorrer do jogo, os educandos mobilizaram todos os saberes adquiridos durante as aulas expositivas. Ainda, detectou-se que o jogo ao ser utilizado como estratégia de ensino e aprendizagem, pode contribuir consideravelmente para o desenvolvimento de mudanças de atitudes, como a respeitar as ideias do outro, instigar o senso crítico, autodeterminação, confiança e colaboração, oportunizando assim a socialização e a interação entre os educandos.

AGRADECIMENTOS: A Deus e aos educandos que tão gentilmente participaram e contribuíram na aplicação do jogo aqui enfatizado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ROBAINA, J. V. L., 2008. “Química através do lúdico: brincando e aprendendo”. Ed. ULBRA, Canoas, Rio Grande do Sul.
SOARES, M. H. F. B. & CAVALHEIRO, E. T. G. 2006. “O Ludo Como Um Jogo Para Discutir Conceitos em Termoquímica”. Química Nova na Escola. 23: 27-31.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Pcn+ Ensino Médio: Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: 2002.

FELTRE, Ricardo. Química: química geral. v 1. 6.ed. São Paulo: Moderna, 2004, 384p.

MARQUES, Martha Reis. Completamente química - ciência, tecnologia e sociedade: Química Geral, v.1. São Paulo: FTD, 2001. 624 p.

USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química 1: Química Geral. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 494 p.