ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO SOBRE USO DA EXPERIMENTAÇÃO EM AULAS DE QUÍMICA

AUTORES: Freitas, L.P.S.R. (UFCG) ; Freitas, J.C.R. (UFPE) ; Freitas Filho, J.R. (UFRPE)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma pesquisa qualitativa das concepções de 63 estudantes do nível médio de escolas públicas do estado da Paraíba. As manifestações desses estudantes foram diagnosticadas através da aplicação de um questionário formulado com questões abertas e fechadas. Os resultados desta pesquisa diagnosticaram que apesar das aulas práticas serem pouco frequente nas escolas públicas, os estudantes investigados, consideram as aulas experimentais importantes para o aprendizado da química, possibilitando uma aprendizagem mais dinâmica, interacionista e de melhor compreensão dos conceitos abstratos, pois permite uma melhor visualização das ocorrências dos fenômenos químicos, promovendo uma aproximação desses fenômenos com cotidiano do estudante.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Experimentação; Ensino Aprendizagem

INTRODUÇÃO: O papel da experimentação tem sido um dos temas de destaque das pesquisas em ensino de química. Para Giordan (1999), a experimentação prioriza o contato dos alunos com os fenômenos químicos, possibilitando ao aluno a criação dos modelos que tenham sentidos para ele, a partir de suas próprias observações. Segundo vários autores especialistas nessa área (Baratieri e colaboradoes, 2008; Schnetzler, 2002) da experimentação no ensino de química tem por objetivo maior promover o caráter investigativo favorecendo a compreensão das relações conceituais da disciplina, permitindo que os alunos manipulem objetos e ideias, e negociem significado entre si e com o professor, durante a aula. De acordo com Schnetzler (2002), as atividades experimentais são relevantes quando caracterizadas pelo seu papel investigativo e por sua função pedagógica em auxiliar o aluno na compreensão de fenômenos. Para Baratieri e colaboradoes (2008) as atividades experimentais assumem um caráter construtivista quando os professores incentivam os alunos à percepção de conflitos cognitivos, que são motores da aprendizagem porque conduzem os alunos a buscar e confrontar informações, levando a uma reconstrução de ideias que ajudem a explicar os problemas. Partindo desses pressupostos e de uma ideia construtivista de que as atividades experimentais são promotoras de um processo de aprendizagem dinâmico, contextualizado e interacionista, este trabalho teve por objetivo investigar o que os alunos do ensino médio pensam sobre as atividades experimentais vivenciadas por eles em aulas de química.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi orientada por uma análise qualitativa das concepções de 63 estudantes do nível médio de escolas públicas do estado da Paraíba. As manifestações dos alunos foram diagnosticadas através da aplicação de um questionário formulado com questões abertas e fechadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com as respostas dos estudantes investigados às perguntas do questionário, 48% afirmaram que seus professores já levaram algum tipo de experimentos para ilustrarem suas aulas, seja no laboratório ou em sala de aula, o que consideramos um número bem significativo. Outro dado importante que extraímos das respostas dos estudantes, é que, mesmo com um bom número de professores utilizando experimentos em suas aulas, quando foi perguntado sobre a frequência de uso desse recurso pelos professores, dentre os listados no questionário, os alunos apontaram os livros didáticos como o de maior frequência com 90% de indicação, a experimentação teve apenas 7% e 3% para outros como vídeos e softwares educativos. Os dados também nos mostram que quase 75% dos estudantes nunca tiveram aulas de química no laboratório, onde eles deram como justificativa o fato da maioria dos experimentos serem adaptados para sala de aula ou por que em suas escolas não possuíam laboratório. Nesse sentido, os alunos consideraram que, com o laboratório o professor poderia além de preparar mais aulas experimentais, leva- los para um ambiente diferente da sala de aula. Quanto à pergunta sobre o que eles pensam das aulas experimentais de química e de que forma as mesmas contribuem para um melhor aprendizado dos conceitos químicos, a maioria respondeu que se tivessem mais aulas experimentais se sentiriam mais motivados pelo estudo da química e que achariam os conteúdos menos complicados, as aulas não seriam tão repetitivas e a química iria parecer algo mais real. Estes resultados corroboram com os dados apresentados por Queiroz (2004) que considera que o grande desinteresse dos alunos pelo estudo da química se deve, em geral, a falta de atividades experimentais que possam relacionar a teoria e a prática.

CONCLUSÕES: Os resultados desta pesquisa diagnosticaram que apesar da falta de laboratórios equipados e de não ser frequente o uso de aulas práticas pelos professores de químicas, os estudantes consideram as aulas experimentais importantes para o aprendizado da química, possibilitando uma aprendizagem mais dinâmica, interacionista e de melhor compreensão dos conceitos abstratos, pois permitem uma melhor visualização das ocorrências dos fenômenos químicos, promovendo uma aproximação desses fenômenos com cotidiano do estudante.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Secretaria de Educação do estado da Paraíba e aos órgãos de fomento CAPES e CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n. 10, p. 43-49, 1999.

[2] BARATIERI, S. M.; BASSO, N. R. de S.; BORGES, R. M. R.; ROCHA FILHO, J. B. da. Opinião dos estudantes sobre a experimentação em química no ensino médio. Experiências em Ensino de Ciências. 3(3), pp. 19-31, 2008.

[3] SCHNETZLER, R. P. A Pesquisa em Ensino de Química no Brasil: Conquistas e Perspectivas. Química Nova, v. 25, s1, p.14, 2002.

[4] QUEIROZ, S. L. Do fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química. Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n. 1, 2004.