ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: MICHAEL FARADAY, “A HISTÓRIA QUÍMICA DE UMA VELA” E METODOLOGIAS SIMPLES ACERCA DA DIVULGAÇÃO E EXPOSIÇÃO DA CIÊNCIA.

AUTORES: Lopes, T.C. (IFPA) ; Couto, A.M. (IFPA) ; Couto, A.M. (IFPA) ; Melo, K.C. (IFPA) ; Rodrigues, A.C.V. (IFPA) ; Santos, V.A. (IFPA) ; Corrêa, A.S. (IFPA)

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi além de divulgar a obra de Michael Faraday, “A história química de uma vela” dentro da análise de propagação das metodologias apresentadas por ele naquela época e a sua articulação dentro dos métodos atuais, conhecer a opinião dos alunos acerca de como eles visam a química e como eles desejariam que fosse. O trabalho foi realizado em duas escolas da Região Metropolitana de Belém – PA. Essa interação entre a exposição das palestras do livro realizadas por Faraday, a opinião dos alunos em relação a metodologia usada por ele os possibilitou montar uma cartilha com a exposição dessas “soluções” para a simplificação dos conceitos científicos por parte dos professores e a realização de uma palestra para a discussão desses dados.

PALAVRAS CHAVES: Metodologia; Michael Faraday; Divulgação da ciência

INTRODUÇÃO: Os professores de ciências em geral vêm encontrando vários desafios, um deles é o de como construir os conceitos científicos junto ao aluno, como trazer o abstrato no mundo da ciência para eles e aplicar ao cotidiano da forma mais didática possível. Essa discussão não vem de hoje, fala-se bastante em novas metodologias. O ensino de ciências é alvo de intenso debate há pelo menos 30 anos (BIZZO,2002), em diversos lugares o professor só é considerado competente se estiver preparado para ousar na inovação metodológica, os recursos de mídia então, são uns dos mais comentados, quase obrigatórios quando se pensa em qualidade de aula. Porém, nem tudo é tão complicado assim. Alguns educadores já acostumados com tal inovação acreditam que apenas colocar toda a aula monótona de antes em um programa de apresentação é uma mudança, melhoria no ensino e contrária às expectativas, acaba sendo apenas inovação conservadora. Além disso, algumas escolas não dispõem desses recursos. É a realidade cotidiana de grande parte das escolas públicas do nosso país [...] que servem a comunidades carentes [...]que não dispõem do recurso tecnológico mais fundamental que é uma biblioteca atualizada razoável (CYSNEIROS,1999). Este trabalho possui o intuito de evidenciar a grandiosa proposta de divulgação da ciência por Michael Faraday no livro “A história Química de Uma Vela”, onde a ciência deixa de ser um empecilho dentro da caracterização do ensino, para brilhar diante das perspectivas de melhores esclarecimentos do que os nossos olhos podem enxergar, sem precisar de muito. Dentro da analise de como essa propagação da ciência se adéqua a assimilação do publico alvo, onde o autor, mesmo há dois séculos já demonstrava, através de palestras que a ciência não é tão complicada quanto se pensa

MATERIAL E MÉTODOS: Advindo da metodologia utilizada no livro a “História Química de uma vela” de Michael Faraday, esse trabalho foi aplicado a um total de 110 alunos, de duas escolas diferentes de Belém-PA. Procurou-se passar aos alunos o ensino da química em uma linguagem mais simples para relatar a ciência redefinindo novos métodos de aplicabilidade. Dessa forma pode-se exaltar que as metodologias apresentadas por Faraday poderiam servir para fortalecer os laços de ensino aprendizagem do estudo da química. O livro foi exposto aos alunos de forma didática, explicando-se cada método usado pelo autor naquela época, com o intuito de divulgar a ciência, e mostrando que quando novas metodologias são aplicadas a química fica muito mais simples. Foi frisado, que as palestras do livro, podem ser transformadas em aulas nos dias atuais, de forma espontânea, simplista e com uma linguagem próxima do coloquial podem satisfazer o propósito de mostrar que a ciência não é apenas uma fonte de conhecimento de poucos, mas que pode ser disseminado entre os demais membros relacionados. Após essa interação, aplicou-se um miniquestionário com as seguintes perguntas: 1-Como você enxerga a química? 2-O livro exposto lhe sugeriu metodologias aplicáveis? 3-O professor tem capacidade de trazer a química para o cotidiano, para facilitar o aprendizado? Após a aplicação do questionário, como continuação da proposta do trabalho, os alunos se reuniram e confeccionaram uma “Cartilha Master” onde todos sugeriram melhorias para a abordagem da química em sala de aula, com opiniões, fotos e ilustrações. De forma artesanal. Após a confecção da cartilha, foi ministrada uma palestra ao corpo químico docente junto aos discentes para destacar os pontos principais da cartilha, para moldar a forma de abordagem da disciplina

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Figura 1, na primeira pergunta, quando questionados sobre como visavam a química a maioria (69%) respondeu que era uma ciência, que estava presente em quase tudo, 26 % disseram que era uma ciência, porém muitas vezes abstrata e os outros 5% só estudam porque cai na prova. Na segunda pergunta sobre a aplicabilidade das metodologias do livro, 92% respondeu que gostaram e não sabiam todos os processos existentes na vela (os outros, 5% responderam que a química não serve para muita coisa e só estudam por causa da prova). Figura 2, quando perguntado se o professor tem capacidade de trazer a química para o cotidiano 42% responderam que, o professor traz para o cotidiano e o aluno se estimula a estudar. 35% mencionaram que esse é o verdadeiro papel do professor e 23% acreditam que, cabe ao aluno se interessar e estudar. Após a análise desses dados, constatou-se que alguns alunos, até “suportam” a química, mas a visualizam de forma abstrata e que a solução na maioria dos casos é a contextualização, a demonstração, a abordagem de forma didática e simplória, como fez Faraday, que mesmo naquela época, onde a ciência era vista como um bem intelectual para poucos a demonstrou de forma simples, com linguagem coloquial, como citado por um aluno na cartilha “O professor tem que falar em uma linguagem mais acessível, sempre exemplificando com fatos do dia-dia para nossa melhor compreensão”, enfim, montando um conjunto de metodologias inovadoras e simplórias, assim como fez Faraday naquela época com uma simples vela, conseguirá aos poucos mudar a concepção de química na cabeça de muitos alunos que hoje não suportam essa disciplina.

Figura 1

Gráfico estatístico das duas primeiras perguntas.

Figura 2

Gráfico estatístico da terceira pergunta.

CONCLUSÕES: Percebeu-se aqui, que há diversos tipos de alunos, dos mais esforçados aos quase nada esforçados, porém fazer com que a ciência os conquiste aos poucos, não é uma tarefa muito difícil que necessita unicamente de tecnologia avançada, eles demonstraram que se o professor tiver uma linguagem acessível e aplicar os processos científicos explícitos em sala de aula, com dedicação como fez Michael Faraday, com as palestras sobre a vela, pode-se melhorar essas estatísticas sim, melhorar a visão de todos em relação ao ensino da química e trazê-la cada vez mais para perto do aluno.

AGRADECIMENTOS: À Deus, ao IFPA e às Escolas envolvidas na pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BALDINATO, J.O; PORTO, P.A. Michael Faraday e A História Química de uma Vela: Um estudo de caso sobre a Didática da Ciência. Química Nova Escola, N°30, Novembro de 2008. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc30/04-HQ-5308.pdf>.

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BIZZO, N.M.V. Metodologia e prática de ensino de ciências: A aproximação do estudante de magistério das aulas de ciências no 1º grau. Faculdade de Educação da USP. Disponível em:< http://www.ufpa.br/eduquim/praticadeensino.htm>

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CHASSOT, A. I. Para quem é útil o ensino? Alternativas para um ensino (de química) mais crítico. Canoas, Editora da ULBRA, 1995.

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CYSNEIROS, P. G. Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora? . Informática Educativa Vol 12, No, 1, 1999 UNIANDES - LIDIE pag. 11-24.