ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O USO DE ESTUDO DE CASO PARA ABORDAR O CONTEÚDO CINÉTICA QUÍMICA NO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO

AUTORES: Macedo, S.K.S. (IF SERTÃO-PE) ; Souza, J.A. (IF SERTÃO-PE) ; Andrade, K.S. (IF SERTÃO-PE) ; Nascimento Luz, S. (IF SERTÃO-PE) ; Santos Neta, V.P. (IF SERTÃO-PE) ; Silva Junior, F.A.G. (IF SERTÃO-PE) ; Amorim, D.C.G. (IF SERTÃO-PE)

RESUMO: O presente trabalho foi desenvolvido com 38 alunos do 2º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual Jesuíno Antônio D’Ávila situada na cidade de Petrolina-PE, com intuito de avaliar como o estudo de casos pode facilitar a aprendizagem de conceitos químicos, verificando seus conhecimentos, suas visões e sua capacidade de solucionar um caso. Com a análise dos resultados percebe-se que o aluno ressalta a importância do estudo de caso na sala de aula como facilitador do aprendizado, visto que a aula tornou-se mais enriquecedora, completa, dinâmica e interativa.

PALAVRAS CHAVES: Estudo de caso; Aprendizagem; Ensino de química.

INTRODUÇÃO: Pesquisadores da área de educação em ciências apontam para a necessidade da organização de aulas em que os estudantes tenham a oportunidade compreender as diferenças entre a linguagem cotidiana e a linguagem científica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) afirmam que o aprendizado deve contribuir não só para o conhecimento técnico, mas também para uma cultura mais ampla, desenvolvendo meios para a interpretação de fatos do cotidiano. Nessa perspectiva, foi desenvolvido um trabalho com 38 alunos do 2º Ano do Ensino Médio da Escola Estadual Jesuíno Antônio D’Ávila localizada na cidade de Petrolina - PE, no qual, objetivou-se avaliar como o estudo de casos pode contribuir para o ensino de um conteúdo específico: Cinética Química, com o caso “A maçã ficou preta” em um contexto real da sala de aula. Assim descreveu-se uma proposta de ensino baseada no método de Estudo de Caso de Sá e Queiroz (2009), no qual alguns aspectos foram considerados para a elaboração de um “bom caso” e são citados a seguir: um bom caso narra uma história; um bom caso desperta o interesse pela questão; um bom caso deve ser atual; um bom caso produz empatia com os personagens centrais; um bom caso inclui citações; um bom caso é relevante ao leitor; um bom caso deve ter utilidade pedagógica; um bom caso provoca um conflito; um bom caso força uma decisão; um bom caso tem generalizações; um bom caso é curto. Essa é uma proposta que se difere das aulas tradicionais, por que, além de introduzir o conteúdo, o professor estimula o aluno a desenvolver a capacidade de tomada de decisão; a aplicação de conceitos na prática; desenvolve a habilidade em resolver problemas; trabalhar em grupo, além da comunicação oral, escrita e o pensamento crítico.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi apresentado aos alunos do 2º ano do ensino médio o conceito de estudo de caso e seus objetivos como método de ensino. Foi entregue cópias do artigo ESTUDO DE CASO EM QUÍMICA de Sá e Queiroz (2009) aos alunos para que conhecessem mais sobre a aplicação do estudo de caso no ensino de química, em seguida aplicou-se o caso “Ameaças nos Laranjais”, para que lessem e apresentassem possíveis soluções. Depois das discussões, as licenciandas em química elaboraram um caso denominado “A maçã ficou preta” envolvendo o fato da metade da maçã que deixada exposta, sem proteção alguma, fica preta. As questões levantadas foram por que a maça muda sua coloração? Quais reações ocorrem durante o processo? Quais os fatores que aceleram a reação? Tiraram-se cópias do caso elaborado e aplicou-se com os discentes. O conhecimento sobre conteúdo de cinética química, necessário para a resolução do caso foi explicado antes da entrega do mesmo aos alunos. A turma foi dividida em sete equipes as quais leram o caso. Após discussão entre os integrantes da equipe sobre o problema existente, cada grupo apresentou uma solução para o mesmo. Ao término aplicou-se um questionário com quatro questões sobre a importância do estudo de caso no ensino de química e quais os fatores positivos e negativos desse método de ensino-aprendizagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se através da análise dos questionários que a maior parte dos alunos demonstrou aceitação pelo estudo de caso. O questionamento sobre o uso do estudo de caso como avaliação, grande parte dos alunos, cerca de 92%, afirmaram que pode ser usado como método avaliativo, pois a maneira que se resolve o estudo de caso é atrativa. Mas, percebeu-se nas respostas que não compreenderam o que é uma avaliação. Através do questionamento se o estudo de caso poderia ser usado ao invés de conteúdo, 84% dos alunos afirmaram que pode ser utilizada, 13% alegaram que não seria interessante, pois o estudo de casos não abrange o conteúdo completo. E os 3% restantes disseram talvez. A maioria dos discentes respondeu que o aprendizado da química melhora com o uso do estudo de caso, totalizando 92% dos discentes, o restante afirmou que somente aprendem quando o conteúdo é dado por completo em sala de aula. Com os dados acima, nota-se que o uso do método estudo de casos na sala de aula interfere positivamente no processo de ensino-aprendizagem. O caso a “maçã ficou preta” apresenta duas soluções possíveis: para manter a cor original da fruta, basta deixá-la imersa em uma solução de suco limão, que é considerado um conservante, pois a fruta não sofre oxidação. Outra medida é deixar as frutas susceptíveis de escurecer por alguns segundos em água fervente. Esta destrói as enzimas que catalisam as reações de oxidação do ar. Em relação ao caso aplicado dos sete grupos formados, cinco apresentaram uma solução convincente para o caso, levaram em consideração o armazenamento da fruta e a reação que pode ocorrer com o ar, a partir de discussões. Os outros dois levantaram hipóteses equivocadas com a literatura, por isso não foi considerado.

CONCLUSÕES: Apesar de dois grupos, não terem conseguido chegar a uma solução do caso, pode-se perceber um resultado satisfatório, uma vez que contribuiu para o ensino de um conteúdo específico: Cinética Química. A relação do aluno com o estudo de casos foi aceitável, pois, conseguiram mostrar a capacidade de solucionarem problemas, além de introduzir o conteúdo, o professor estimulou o aluno a desenvolver a capacidade de tomada de decisão, trabalhar em grupo, comunicação oral e escrita. A aula tornou-se mais enriquecedora, visto por eles, mais interativa diferindo das aulas tradicionais.

AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; IF SERTÃO-PE, campus PETROLINA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasíslia: MEC/Semtec, 1999.
SÁ, L. P.; QUEIROZ, S. L. Estudo de Casos no Ensino de Química. Campinas, SP: Ed. Átomo, 2009.