ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: CTS – CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE: UMA PROPOSTA PARA UMA EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS, NO INTUITO DE FORMAR CIDADÃOS

AUTORES: Sartório, L.P. (FAESA - FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITO-SANTENSES) ; Rais, L.C.R. (FAESA - FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITO-SANTENSES)

RESUMO: A perspectiva ao se articular os conteúdos programáticos com os temas sociais, é tentar levar o aluno a uma formação para cidadania. Este artigo tem como objetivo de realizar um estudo dos conceitos de química, através do movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), mostrando como esta ferramenta se torna útil para educação de ciência. Através de entrevista, observações feitas em duas escolas estaduais do Estado do Espírito Santo, em momentos atípicos de ensino e o uso de literaturas, extraíram-se informações importantes para elaboração de uma proposta, que visa usar a ciência e suas tecnologias para formação de cidadãos. Chega-se a uma conclusão que o aluno necessita de uma interação maior com a ciência envolvendo palestras, feiras científicas, filmes e entre outras atividades.

PALAVRAS CHAVES: Ciência; Tecnologia; Sociedade

INTRODUÇÃO: O movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade - CTS surge em meados da década de setenta a fim de discutir temas da época tais como ilhas de calor, o efeito da inversão térmica, sendo esses temas consequência do desenvolvimento a qualquer custo. Em 1972 houve a Conferência de Estocolmo, a partir deste momento o movimento CTS começa a questionar como levar estas discussões para sala de aula, relacionando os temas ambientais/sociais com o conteúdo programático oferecido pelo currículo (SANTOS e MORTIMER, 2002). Um dos pressupostos do movimento CTS é a alfabetização científica, para Aguilar (1999) é considerada uma linha emergente didática para as ciências, pois comporta um conhecimento dos fazeres da ciência no cotidiano, da linguagem científica e da decodificação das aderidas a ela. No que diz sobre alfabetização científica para ter bons resultados com esse pressuposto é aplicar exemplos que está no dia-a-dia da grande parte da população. Um dos autores que defende a alfabetização científica, Chossot (2000), diz que a ciência é uma linguagem construída pelos homens e pelas mulheres para explicar o nosso mundo natural. Nessa idéia, ele completa que os alfabetizados cientificamente, não apenas tivessem habilitadas a leituras do meio em que vivem, mas também entendessem as necessidades de transformarem essas informações deste meio em algo melhor para a vivência no seu cotidiano. Em sua literatura, Widson Dos Santos e Roseli Schnetzler (2003) diz que o objetivo principal do ensino de química para cidadania, é preparar o indivíduo para que ele identifique e faça uso de informações sobre a química necessárias para sua participação na sociedade, ou seja, compreender os fenômenos químicos que estão presentes em seu cotidiano.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados para este estudo, a fim de colher dados e informações, entre outras importantes, a literatura de Wildson L. P dos Santos e Roseli P. Schnetzler, Educação em Química – Compromisso para cidadania, pois relata de forma clara o contexto e o objetivo do movimento CTS. A partir de observações realizadas por uma turma de estagiários em uma escola “A” localizada na capital do Estado do Espírito Santo, Vitória, durante o estágio supervisionado, alguns universitários de outra instituição de ensino superior, também localizada na capital, organizaram uma intervenção nesta escola com exposição de banners, materiais de laboratório, amostras de petróleo e alguns derivados. A fim de relacionar o conteúdo programático com o cotidiano dos alunos. Em um momento atípico de ensino realizado por outra turma de estagiários em uma escola “B”, situada em Vitória, a qual se oportunizou a convivência dos mesmos com a rotina escolar e uma interação maior com os alunos dessa escola, pois estes estagiários levaram duas turmas de alunos, especificamente estudantes da EJA - Educação de Jovens e Adultos, ao laboratório de química de sua instituição de ensino. A princípio houve uma palestra sobre química ambiental, sucessivamente no laboratório se aplicou uma aula experimental com temas diversos aplicados em seu cotidiano. Para este artigo estas observações formam-se uma análise qualitativa que será apresentada nos resultados e discussão. A fim de acrescentar mais informações realizou-se um diálogo com o Professor Doutor Sidnei Quezada do Instituto Federal do Espírito Santo, pelo fato dele ser especialista na área de Ciência, Tecnologia e Sociedade e também por ser coordenador do curso de pós-graduação em educação, a qual uma das linhas de pesquisa é o movimento CTS e suas aplicações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na escola “A” durante exposição, a curiosidade por parte de alguns estudantes era perceptível, pois eles questionavam a utilidade de algumas das vidrarias jamais vistas e sobre o mecanismo da destilação do petróleo para aquisição de alguns derivados (gasolina, óleo diesel, querosene) ali exposta, pois o único contato com este método de separação de substâncias era através de literaturas. Em outro momento de intervenção em uma escola “B”, durante a visita técnica à instituição de ensino, houve uma palestra sobre química ambiental, na qual notou-se o interesse dos estudantes pelo assunto, devido ao fato de estar ligado com o seu dia-a-dia. Já no laboratório, a aula experimental prosseguiu-se através de experimentos e diálogos, explicando aos estudantes a relação da química com o seu cotidiano. A curiosidade dos estudantes era visível diante das reações químicas e suas opiniões surpreendentes. Houve um estudante que declarou não gostar de estudar química, após a intervenção logo mudou de opinião, expressada com a seguinte frase: “Quero ser igual ao senhor, professor!”, direcionando ao professor que aplicou esta aula experimental. Em um diálogo com o Professor Dr. Sidnei Quezada, questionado sobre aplicação do ensino de química com base nos preceitos de CTS, o mesmo diz que é necessário obter conhecimentos em alguns pressupostos, tais como: a alfabetização científica, pois a partir daí transmite ao aluno uma prévia do que é ciência; o livro didático, onde a escolha de um livro contextualizado é indispensável para a formação do aluno no ensino CTS; o currículo, para que haja um bom aproveitamento é necessário mudanças no currículo atual; e também sobre a História e Filosofia da Ciência, pois faz o docente obter as informações básicas para serem aplicadas em suas aulas.

CONCLUSÕES: Após o estudo sobre a utilização dos conceitos de CTS conclui-se que, é importante a contextualização dos conteúdos programáticos, pois dessa maneira haverá do aluno uma boa interpretação com os conteúdos aplicados. Oportunizar momentos como: palestras, visitas técnicas, exposições e feiras científicas, fazem com que o aluno em questão adquira informações básicas para construção de um conhecimento e que facilmente se aplicará no seu cotidiano, pois tornará ele mais crítico e assim será capaz de tomar decisões importantes diante da sociedade.

AGRADECIMENTOS: Às Professoras Marta Gonçalves Santos, Mônica Ribeiro Mello e ao Professor Dr. Sidnei Quezada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHOSSOT, Attico. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Editora Unijuí. (2000).
SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência – Tecnologia –Sociedade) no contexto da educação brasileira. Revista Ensaio - Pesquisa em Educação em Ciência, vol. 2, n. 2, dezembro, 2002.
SANTOS, Wildson Luiz Pereira Dos e SCHNETZLER, Roseli Pacheco. Educação em Química: Compromisso com a Cidadania. 3ª Ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.