ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: EDUCAÇÃO EM QUÍMICA E CIDADANIA: A RELEVÂNCIA DA ESCOLA NA REDUÇÃO DO CONSUMO DE DROGAS LÍCITAS PELOS JOVENS
AUTORES: Damasceno, T.V. (IFPA) ; Abreu, J.N.N. (IFPA) ; Mourão, K.Q. (IFPA)
RESUMO: A Química tem o papel de contribuir à formação do cidadão, na busca de soluções para os problemas existentes, como por exemplo, o consumo elevado de drogas lícitas(álcool e cigarro) por jovens. Assim, este estudo investigou fatores relacionados ao consumo de drogas lícitas por jovens da Escola E.E.F. Prof. Paulo Maranhão, onde 40 alunos do 8º e 9º ano,foram entrevistados. Quanto ao conhecimento sobre os malefícios do consumo de drogas, (70%) desconhece. Em relação a realização de palestras pela escola, (60%) afirmaram a existência destas, mas que não fazer uso dos conhecimentos adquiridos em seu cotidiano.Verificou-se que a disciplina Química pode abordar assuntos em sala de aula através de metodologias inovadoras, de maneira a contribuir para a redução do consumo de drogas lícitas.
PALAVRAS CHAVES: química; drogas; lícitas
INTRODUÇÃO: Segundo Antón (2000, p. 32) não são poucos os problemas que encontramos na hora de utilizar uma classificação das diferentes drogas, uma vez que existe um imenso número de classificações. Isso se deve por um lado, ao fato de se tratar de um tema abordado por muitas disciplinas, com distintos pontos de vista. No entanto, essa multiplicidade ocorre, sobretudo porque são muito diversos os objetivos e critérios de cada estudioso.
As drogas foram classificadas segundo: sua origem (naturais e sintéticas), sua estrutura química, sua ação farmacológica, as manifestações produzidas no comportamento dos indivíduos e considerações de ordem legal e/ou sociológica.
O consumo de drogas é uma prática humana, milenar e universal. Não existe sociedade que não tenha recorrido ao seu uso, em todos os tempos, com finalidades diversas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “droga” é qualquer substância que, não sendo produzida pelo organismo, tem a capacidade de modificar o funcionamento desse organismo.
O uso indiscriminado de drogas na idade escolar é considerado como uma das grandes preocupações de saúde pública. Dessa forma é necessário pensar em medidas preventivas que devem ser tomadas a partir de programas educativos, de conscientização e informação, utilizando o papel da escola para levar o jovem a pensar criticamente, a refletir sobre suas ações, a inseri-lo no contexto social ao qual pertence, criando em cada mente o senso de responsabilidade. Com o uso de artigos, livros e revistas, pretendemos criar situações para estudarmos a quantidade de alunos usuários, quais drogas lícitas eles consumiram e/ou consomem e, ainda, o que os incentivou a fazer o uso.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada na Escola E.E.F. Prof. Paulo Maranhão, situado em um bairro periférico, na cidade de Belém, tendo como sujeitos da pesquisa 40 alunos da referida escola das series entre o 8º e 9º ano.
A metodologia teve por objetivo coletar dados quantitativos e qualitativos, em relação ao consumo de drogas lícitas por alunos e analisar se a escola possui o interesse em levar informações para os mesmos, a respeito dos ricos do consumo de drogas lícitas.
As coletas dos dados foram realizadas através de uma pesquisa experimental, que segundo Marconi (2006, p.20) apud Hymann (1967, p.107-108) é o levantamento de dados explicativos, avaliativos e interpretativos, que tem como objetivo a aplicação, a modificação e/ou a alterações de algumas situações ou fenômenos. Dessa forma a pesquisa teve como objetivo promover um maior conhecimento pelos alunos sobre o assunto abordado e a possível mudança de opinião deste sobre as drogas licitas.
A pesquisa foi aplicada em quatro momentos: primeiramente, foi entregue ao público alvo um questionário com perguntas relacionadas ao conhecimento prévio dos sujeitos participantes sobre o consumo de drogas lícitas e as diferenças entre as drogas lícitas e ilícitas,em seguida ministrou-se as orientações em forma de palestra onde foram abordados os seguintes assuntos: a diferença entre drogas lícitas e drogas ilícitas; Os efeitos das drogas lícitas na saúde; Os riscos sociais e familiares que o consumo pode causar.
Em um terceiro momento, foram entregues aos alunos outro questionário, sedo este com o objetivo de analisar o conhecimento adquirido. Por fim, destinou-se um momento para os questionamentos dos alunos em relação às orientações apresentadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Relacionando o nível de conhecimento dos alunos acerca das drogas lícitas e ilícitas, 70% possuem conhecimentos e 30% não possuem conhecimento acerca do tema, podendo concluir que os jovens estão ciente a cerca da diferenças entre as drogas licitas e ilícitas, mas que devido a tradição e divugação nos meios de comunicação, as drogas lícitas são consideradas como substâncias de menor prejuizo a saúde, quando comparadas as ilícitas.
Em relação aos de alunos que fazem ou não uso de droga lícita percebe-se que entre os entrevistados, 50% consomem e 50% não consomem. Da porcentagem que faz uso, ao escolherem o tipo de droga lícita (álcool, cigarro ou ambos), observou-se que, 80%, faz uso somente de álcool, 10% consome apenas cigarro e 10% usa ambos. Para Abromovay e Castro (2001, p.35) os fatores que justificam a escolha pelo álcool são: prazer do consumo, mediador de sociabilidade, desibinidor e estimulante.
A partir dos dados coletados percebeu-se que a escola realiza algumas atividades voltadas a sensibilizar os alunos sobre os riscos que podem estar sujeitos no dia-a-dia, 60% afirmaram que existe esse tipo de atividade, mas 40% alegaram não haver atividades. Segundo Piletti (1999, p.152), a educação escolar pode ser um fator de mudança de comportamento interno e externo na escola, ou seja, através da conscientização a escola pode estar atuando de forma significativa no comportamento de seus alunos.
Em relação a avaliação dada a palestra realizada, 100% dos alunos entrevistados afirmaram que a palestra foi positiva aos seus conhecimentos, nos remetendo a importância de difundir conhecimentos sobre assuntos comuns do dia-a-dia dos alunos. Demo (1988 apud SANTOS, 2003 p.31) inclui que a contextualização está vinculada ao ensino com a vida do aluno e suas potencialidades.
CONCLUSÕES: A partir dos resultados, percebeu-se um grande envolvimento dos jovens com as drogas lícitas, sendo necessárias escolas mais envolvidas com a contextualização de temas que os cercam diariamente. Observou-se também que existe uma carência por parte dos jovens de informações sobre as drogas lícitas, sendo o ensino de química de total importância na contribuição dos conhecimentos relaciona as substâncias e seus efeitos sobre o seu organismo. Além disso, a Química deve ser compreendida não somente como uma disciplina e sim como uma ciência de total importância para o processo de construção social.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABROMOVAY, Mirian; CASTRO, Mary. Drogas nas escolas: versão resumida. Brasília: UNESCO, 2005 (p. 24-61)
ANTÓN, Diego Marciá. Drogas – conhecer e educar para prevenir. São Paulo; Scipione, 2000.
BRASIL, Secretaria Nacional Antidrogas. Livreto Informativo sobre drogas psicotrópicas. São Paulo: Lastro Editora, 2007. p.13-42.
HYMAN, Herbert. Planejamento e análise da pesquisa: Princípios, casos e processos. Rio de Janeiro: Lidador, 1967.
PILETTI, Nelson. Sociologia da educação.18. ed. São Paulo: Editora Ática, 1999.
SANTOS, Wildson; SCHNETZLER, Roseli. Educação em Química: compromisso com a cidadania.3ª Edição. Ijuí: Unijuí, 2003. p. 31-95.