ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A influência do conhecimento prévio na aplicação do jogo de memorização químico

AUTORES: Osajima, J.A. (UFPI) ; Furtini, M.B. (UFPI) ; Souza, J.S.N. (UFPI) ; Santos, P. (UFPI) ; Abreu, Y.L. (UFPI) ; Lopes, M. (UFPI)

RESUMO: Este trabalho teve o objetivo de verificar a influência do conhecimento prévio na aplicação de um jogo de memorização químico que relaciona o nome químico com seu respectivo símbolo e classe do composto. A aplicação do jogo foi realizada em duas escolas diferentes (escola Estadual e Federal) da cidade de Bom Jesus-PI. Os resultados mostraram que a escola a qual possuía alunos com conhecimento da matéria tiveram melhor aproveitamento do jogo em relação a outra escola. Em ambas as escolas foi notório que a turma que jogou teve mais sucesso nas respostas em relação a outra turma. Conclui-se que o jogo é uma ferramenta didática importante no processo ensino-aprendizagem, porém a obtenção de sucesso no processo de aprendizagem do aluno é dependente do conhecimento prévio que o mesmo possua.

PALAVRAS CHAVES: joigo de memorização; química; ensino-aprendizagem

INTRODUÇÃO: Muitas vezes, os alunos não sentem entusiasmo em assimilar os conhecimentos de Química que lhe são ministrados, e muitas são as razões para que isso aconteça. Uma das principais é o sentimento de que os conteúdos que são ensinados não tem ligação com o mundo real (FERNANDES, 2007). O uso da ludicidade no ensino de Química pode levar alunos e professores a um meio de transformação social, visando um sistema educacional mais eficiente que promova instrumentos motivadores e atraentes no processo de construção do conhecimento, além de representar uma fuga das metodologias tradicionais comumente utilizadas pelos professores (SANTANA, 2008). O jogo pedagógico possui duas funções: a lúdica e a educativa, sendo que as mesmas devem coexistir em equilíbrio. Se a função lúdica prevalecer, não passará de um jogo e se a função educativa for predominante será apenas um material didático, segundo Kishimoto (1994) apud Santana , 2008. Pensando nisso, o objetivo deste trabalho foi verificar a influência do conhecimento prévio na aplicação um jogo de memorização químico em duas escolas diferentes para avaliar sua contribuição no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

MATERIAL E MÉTODOS: A aula foi ministrada em duas escolas diferentes, sendo uma escola Estadual e outra Federal do Município de Bom Jesus-PI. Ambas as turmas foram do 2º ano do Ensino Médio, cada turma possui 30 alunos, totalizando 120 alunos. A escolha da turma foi de acordo com o projeto político pedagógico, o qual apresenta o conteúdo necessário para a aplicação do jogo. O jogo foi desenvolvido como parte do trabalho de conclusão de curso de uma aluna do curso de Licenciatura de Ciências Biológicas. O jogo é composto por 80 cartas divididos em 10 ácidos fortes e fracos, 10 sais, 10 base, 10 óxidos entre nomes e símbolos. As regras deste jogo é a mesma de jogo de memorização comum. O aluno deve relacionar o nome químico com seu respectivo símbolo e classe do composto. Antes da aplicação do jogo foi dada uma explicação do assunto de nomenclatura e sua importância para os alunos do 2º ano do Ensino Médio. Após a explicação foi divida a turma através de sorteio para que fosse feita a divisão de uma maneira aleatória. Foi aplicado um questionário sobre o assunto abordado para a metade dos alunos e a outra parte além da explicação foi aplicado o jogo pedagógico e posteriormente foi aplicado o questionário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados neste trabalho mostraram que o conhecimento prévio é essencial para o sucesso da atividade didática. Embora em ambas as escolas, as turmas que brincaram com o jogo pedagógico obtiveram resultados de acerto maiores dos que aqueles que não brincaram, ainda não foi atingido um percentual favorável para a escola estadual. Na escola Estadual, os resultados mostraram que 59% dos alunos se identificaram com o jogo e 41% não se identificaram. Apesar dos alunos se identificarem com o jogo, foi observado que a sua utilização não atingiu seu objetivo de verificar o ensino aprendizagem do aluno, pois de acordo com a resposta correta da segunda pergunta do questionário apenas 22% conseguiram identificar o composto pedido pela questão. Na outra escola, este percentual foi de 81% e segundo os alunos (89%), o jogo contribuiu para a memorização da classe dos compostos inorgânicos. Para entender este resultado deve-se considerar que os alunos da escola Estadual possuem um fraco conhecimento de química, pois quando a aluna de graduação desenvolveu a aula introdutória foi nítida a falta de conhecimento na área. Assim, percebe-se que o jogo deve ser trabalhado novamente com uma nova estratégia de ensino e maior interação com o professor e aluno. Considerando que, a utilização dos jogos na educação vem ao encontro de uma opção diferenciada, capaz de atuar como esforço de conteúdos, que por sua vez podem ser avaliados ou não pelo professor e, também, como um instrumento interessante e motivador no ensino-aprendizagem. Porém, é válido relembrar que esses jogos são de apoio e que, para realizá-los, o aluno deve ter já um conhecimento do assunto (FIALHO, 2007).

CONCLUSÕES: É necessário que aluno tenha conhecimento para jogar material proposto, pois sem o conhecimento adquirido ele perde motivação e não é atingido o objetivo do jogo. A explicação que antecede a aplicação da atividade é válida apenas para lembrar o aluno de conteúdo já visto, mas o que foi percebido é que era a primeira vez que o aluno viu determinados compostos. Conclui-se que o jogo é uma ferramenta didática importante no processo ensino-aprendizagem, porém a obtenção de sucesso no processo de ensino-aprendizagem do aluno é dependente do conhecimento prévio que o mesmo possua.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FIALHO, N.N.; Jogos no ensino da Química e Biologia. Ibpex. Curitiba, 2007.
FERNANDES, M.L.M.; O Ensino da Química e o Cotidiano. Ibpex. Curitiba, 2007.
SANTANA, E. M. A Influência de Atividades Lúdicas na Aprendizagem de Conceitos Químicos. In: senept, 2008, Belo Horizonte, Anais do 1º senept, 2008a.
Fialho