ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Aplicação de classe de taninos em conjunto com alcalinizantes em tratamento de efluente de lavanderia industrial.
AUTORES: Cardoso, R.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA) ; Resende, M.A. () ; Thompson Jr, J.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA) ; Costa, T.F.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA) ; Canobre, S.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA) ; Amaral, F.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA)
RESUMO: O trabalho teve o objetivo de desenvolver uma metodologia realizada em "jar test"
que utilizasse classe de taninos em conjunto com alcalinizantes para o tratamento
de efluentes de lavanderia industrial. A metodologia do tratamento do efluente
consiste em tratamento físico-químico onde coagulação/floculação são feitos por
coagulante natural, taninos e polímeros sintéticos respectivamente. A aplicação de
alcalinizantes como NaAlO2 e Ca(OH)2, desestabilizam os coloides facilitando a
coagulação. Com a aplicação dos alcalinizantes se consegue um efluente com redução
de cerca de 4 vezes em turbidez e um volume de lodo entre 200-400 mL. O lodo final
formado depois de caracterizado por infravermelho e raios-x não são perigosos para
posterior reutilização.
PALAVRAS CHAVES: Taninos; Alcalinizantes; Tratamento de Efluentes
INTRODUÇÃO: A partir do século XXI, se começou a dar mais importância a relação
homem-natureza e como a segunda parte desta vem sendo destruída. De todos os
problemas que hoje assolam a sociedade um que merece atenção e o da escassez de
água. Água essa que é um recurso natural continuamente contaminada, desde o
desenvolvimento agrícola e industrial até a produção de bens de consumo.
Sabendo da importância vital dessa, todas as possibilidades de reuso devem ser
tratadas com a devida importância. Assim as possibilidades de tratamento
encontradas devem ser amplamente estudas e otimizadas para a eficiência
de reaproveitamento desse recurso. Uma das atividades mais corriqueiras do
cotidiano e que despende de um grande gasto de água e o de lavagem de roupas.
Hoje estima-se que 10% de toda a água consumida nas cidades, sejam destinadas as
operações de lavagens de roupas. Sendo então esta uma atividade de grande
utilidade tanto domestica quanto comercial, assim se faz importante um estudo
sobre a tratabilidade desse tipo de efluente(MENEZES,2005). Segundo o Sindicato
das Lavanderias de São Paulo, estima à existência de aproximadamente 9000
lavanderias no Brasil, sendo que se espera um crescimento ainda maior do
setor até 2016 o que agrava o consumo de água. A grande dificuldade encontrada
por este setor atualmente, está na disposição de espaço físico para um
tratamento rápido e eficaz, visto que a maioria destas lavanderias industriais
encontra-se em centros urbanos. Portanto, o trabalho em questão se baseia no
desenvolvimento de uma metodologia para o tratamento de efluente de lavanderia
industrial, utilizando no tratamento físico-químico classes de taninos como
coagulante, conjuntamente com auxiliares de coagulação como Hidróxido de Cálcio
e Aluminato de Sódio.
MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi baseado em uma estação de tratamento de efluentes e suas etapas.
Para isso utilizou-se um “jar test” (Nova Ética, modelo 218) contendo 6 jarros
de 2 litros cada e um sistema de agitação que simula o que ocorre numa estação
de tratamento real.As principais etapas otimizadas no tratamento do efluente da
lavanderia industrial foi geração de cargas, adequação das faixas de pH,
coagulação/floculação e sedimentação. O tratamento se iniciou com a adição de
H2SO4 10% até pH próximo a 2,0 para quebra de óleos e graxas que pudessem estar
contidos no efluente. Em seguida fez-se adequação do pH com NaOH 10% para que se
pudesse atingir o melhor ponto de atuação de coagulantes/floculantes no
tratamento. Como a melhor faixa de atuação da classe de taninos escolhida está
entre 4,5 e 8,0 foi determinado que nesta etapa pH fosse ajustado em 5,0. A
próxima etapa, que é de total importância é a da coagulação, na qual foram
adicionadas diversas classes de taninos, na qual a escolhida para os testes e
denominada SL. A concentração usada da classe de tanino SL foi fixada em 750 ppm
por jarro.A etapa posterior foi a adição dos alcalinizantes Ca(OH)2 e NaAlO2,
todos em solução 10% até pH 7,0. A floculação sendo a etapa final do tratamento
químico do efluente é responsável por unir os coágulos formados na coagulação
formando flocos de tamanhos relativamente grandes que facilitassem sua remoção,
por sedimentação. Nesse trabalho foi usado um polímero sintético aniônico como
floculante. Ao final retirava-se dados referentes a Índice de Turbidez e volume
de Lodo formado utilizando um cone Imhoff de 1000 mL, além de amostras para
caracterização do lodo por infravermelho e raios-X.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O efluente de lavanderia industrial utilizado no trabalho apresentava
inicialmente índices de turbidez elevados de aproximadamente 1638 NTU e
coloração roxa escura. O pH inicial de tal efluente estava aproximadamente em
2,0 pois este já havia passado pela etapa de retirada de óleos e graxas.
Inicialmente a proposta era apenas utilizar a classe de tanino em todo o
tratamento, mais ficou evidente nos testes que não seria adequado. Além de que
os taninos serem mais caros comercialmente que os coagulantes mais comuns, como
Sulfato de Alumínio e o Cloreto férrico os resultados não eram eficientes. Pela
literatura a indicação da adição de alcalinizantes ao tratamento aumentaria a
eficiência devido a uma desestabilização que ocorre na camada difusa dos
coloides de maneira que a mesma, para restabelecer seu equilíbrio, reduz sua
espessura, eliminando a repulsão(ZABEL,1984). Por fim, à coagulação da partícula
possibilitando assim a coesão. Sendo assim os resultados obtidos em geral com a
aplicação dos alcalinizantes são cerca de 4 vezes melhores do que os na ausência
desses. Como pode ser visto nas imagens a utilização de ambos alcalinizantes
fornece ótimos índices de turbidez comparados ao inicial, todos com remoções
acima dos 90%. Pelas caracterizações feitas do lodo, por infravermelho pode se
inferir bandas características as classes de taninos hidrolisados o que sugere a
maioria destes no lodo final. Já as realizadas por Raios-X pode se inferir os
picos a estrutura da calcita que provavelmente e gerada da utilização do
Hidróxido de Cálcio no tratamento. Assim o lodo pode ser considerado não
perigoso e pode ser tanto descartado ou reaproveitado em outras áreas como na
construção civil na fabricação de tijolos por exemplo.
Tabela Resultados Aluminato de Sódio alcalinizantes
Pode-se observar que os pode-se conseguir Índices de
Turbidez de cerca de 30 NTU com a aplicação desse
alcalinizante
Tabela Resultados Hidróxido de Cálcio
Pode se observar que com este alcalinizante se obtém
pouco volume de lodo e índices de turbidez que
variam entre 12-25 NTU
CONCLUSÕES: A partir dos dados obtidos pode-se concluir que a utilização de classes de taninos
consorciados com a aplicação de alcalinizantes são sugeridas ao tratamento de
efluentes provindos de lavanderias Industriais.
A utilização de hidróxido de Cálcio obteve os melhores resultados quanto a redução
de turbidez e uma menor formação de lodo, sendo que para aplicação desse deve-se
haver certa atenção devido ao residual final de Ca2+, gerando dureza a água final.
Pelas caracterizações feitas por infravermelho e por Raios-X pode se ver que o
resíduo é não perigoso, podendo ser reutilizado ou descartado.
AGRADECIMENTOS: Agradecimentos a :FAPEMIG (processo APQ 2279-10), ao Laboratório de Saneamento
(FECIV-UFU), TANAC S.A. e a Alsco Toalheiros do Brasil Ltda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1- MENEZES, J.C.S.S. „‟ Tratamento e Reciclagem do Efluente de uma Lavanderia Industrial „‟ Porto Alegre, 2005.
2-Zabel 1984, apud Aisse et al. Aplicabilidade da flotação por ar dissolvido no pós tratamento de efluentes de reatores anaeróbios 2001.