ÁREA: Ambiental
TÍTULO: DIAGNÓSTICO DO ESTADO TRÓFICO E DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RESERVATÓRIO DO RIBEIRÃO JOÃO LEITE, GOIÂNIA-GO, BRASIL
AUTORES: Gomes dos Santos, A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) ; Alves Oliveira, W. (SANEAGO)
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi o de analisar espacialmente e sazonalmente as
características tróficas do reservatório do ribeirão João Leite, no estado de
Goiás, por meio da determinação do Índice do Estado Trófico de Lamparelli (IETL)
através dos dados de qualidade das águas registrados em cinco pontos de coleta ao
longo do reservatório. Os resultados obtidos indicam que o estado trófico do
reservatório sofreu variações de ultraoligotrófico a mesotrófico sendo
influenciado pelo período de chuva e estiagem.
PALAVRAS CHAVES: Índice de Estado Trófico; Eutrofização; Qualidade da água
INTRODUÇÃO: A eutrofização é um dos componentes do processo de degradação que afeta
qualitativamente e quantitativamente a qualidade da água em rios, lagos e
reservatórios tornando-a imprópria para diferentes usos e encarecendo o processo
de tratamento (TUNDISI, 2008).
Dessa forma, para quantificação do estado trófico de um corpo hídrico são
necessários vários parâmetros que permitem, através de uma fórmula empírica,
calcular o índice do estado trófico de uma massa de água e a sua classificação
em categorias.
Entre os principais métodos utilizados para medir o estado trófico, o de Carlson
(1977) tem sido o mais usual. Definindo um índice que considera a relação entre
a biomassa algal e a transparência pelo disco de Secchi, podendo ser expresso em
função das concentrações de fósforo total e clorofila a.
O Índice de Estado Trófico de Carlson (IETC) foi elaborado para regiões
temperadas, modificado por Toledo Jr. et al (1983) para rios e reservatórios
tropicais e alterado por Lamparelli (2004) para ambientes lênticos e pode ser
calculado conforme a equação a seguir:
IET (Ptotal) = 10 x [6 – (1,77 – 0,42 x ln (P)/ ln 2)]
IET (Cl ) = 10 x [6 – (0,92 -0,34 x ln (Cl))/ ln 2]
IET médio = [ IET (Ptotal) + IET (Cl )] / 2
Onde Cl é a concentração de clorofila a e Ptotal a concentração de fósforo
total.
O presente trabalho teve o objetivo de analisar espacialmente e sazonalmente as
características tróficas do reservatório do ribeirão João Leite, no estado de
Goiás, por meio da determinação do Índice do Estado Trófico de Lamparelli (IETL)
em amostras coletadas em cinco pontos distribuídas ao longo do reservatório.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste estudo foram realizadas coletas de amostras de água
bruta, mensalmente, em cinco pontos ao longo do reservatório do ribeirão João
Leite, no período de agosto de 2011 a abril de 2012. As análises foram
realizadas no laboratório da Saneago, localizado no munícipio de Goiânia.
O ribeirão João Leite é um dos principais afluentes da margem esquerda do rio
Meia Ponte. É um dos componentes da bacia hidrográfica Paranaíba, abrangendo
parte dos municípios de Goiânia, Anápolis, Ouro Verde, Nerópolis, Campo Limpo,
Terezópolis e Goianápolis.
Os métodos determinados para os parâmetros de referência seguem as recomendações
do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” da APHA
(1998), os valores dos parâmetros foram analisados segundo a Resolução Nº357 de
17 de Março de 2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA que enquadra
os corpos de água em classes e o Índice de Estado Trófico foi calculado segundo
Lamparelli (2004).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Tabela 1 estão apresentados os resultados das concentrações de fósforo total,
clorofila-a e os índices de estado trófico.
A partir dos resultados das análises, foram feitas as classificações do estado
trófico para os pontos em estudo, conforme Tabela 2.
De acordo com estes dados, o nível trófico dos pontos amostrados variaram
de ultraoligotrófico a mesotrófico sendo influenciado pelo período de chuva e
estiagem.
As maiores concentrações de fósforo foram registradas no mês de novembro de
2011, período em que foi registrada uma grande quantidade de chuva, que pode ter
contribuído para o aumento do aporte de nutrientes para o reservatório.
O Índice de Estado Trófico Médio (IETmédio) calculado para os cinco pontos
variou de 54 a 64, sendo que os pontos que apresentaram maiores concentrações de
fósforo total estão situados no início da formação do reservatório do ribeirão
João Leite que coincide com a zona de transição do regime lótico para lêntico.
O ponto 01 localizado próximo à barragem, zona lacustre, apresentou as menores
concentrações de fósforo total em comparação aos demais pontos.
Tabela 1 – Concentrações de fósforo total,
clorofila-a e índices de estado trófico dos pontos
amostrados.
Tabela 2 - Nível trófico de acordo com as
concentrações de fósforo total, segundo metodologia
proposta por LAMPARELLI (2004).
CONCLUSÕES: De acordo com o Índice de Estado Trófico de Carlson (IETC) elaborado para regiões
temperadas, modificado por Toledo Jr. et al (1983) para rios e reservatórios
tropicais e alterado por Lamparelli (2004) para ambientes lênticos o nível trófico
dos pontos amostrados variaram de ultraoligotrófico a mesotrófico sendo
influenciado pelo período de chuva e estiagem.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: APHA - American Public Health Association. Standard methods for the examination of water and wastewater. 19 ed. Washington, APHA, 1998. 1100 p.
CARLSON, R. E. A trophic state index for lakes. Limnology and Oceanography, v. 22, n. 2, p. 261-269, 1977.
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005: dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.
LAMPARELLI, M. C. Grau de trofia em corpos d’água do estado de São Paulo: avaliação dos métodos de monitoramento. 238f. 2004. Tese (Doutorado em Ecologia Aplicada) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
TOLEDO Jr., A. P.; TALARICO, M.; A aplicação de modelos simplificados para a avaliação do processo da eutrofização em lagos e reservatórios tropicais. 1983, p. 1-34.
TUNDISI, J.G.; MATSUMURA-TUNDISI, T. Limnologia. Editora: Oficina de Textos, São Paulo, 2008, 632 p.