ÁREA: Ambiental
TÍTULO: CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA CONSUMIDA PELA POPULAÇÃO URBANA NAS PERIFERIAS DA REGIÃO DO ALTO TURI\MA
AUTORES: Costa Pereira, E. (IFMA) ; Camelo Chaves, D. (IFMA) ; França Carvalho, M. (IFMA) ; Silva, A.J. (IFMA)
RESUMO: São inúmeras as enfermidades transmitidas pelo consumo de água de má qualidade.
Na área periférica das cidades da região do Alto Turi, o abastecimento de água
oriunda de poços rasos é muito comum. Com o objetivo de divulgar as
características da água consumida pela população que não tem acesso ao
abastecimento de água no Alto Turi- MA e como é descartado o lixo. Para tanto
foi realizado uma coleta de dados em campo e analises microbiologias em
laboratório para identificar se existe contaminação por coliformes totais e
termotolerantes. Os resultados demonstraram que a água consumida não é tratada
adequadamente e não há quantidade suficiente para o atendimento da população.
Concluiu-se que a água consumida é de péssima qualidade e que grande parte da
população desconhece os riscos do consumo
PALAVRAS CHAVES: Saneamento; Água ; Saúde
INTRODUÇÃO: Durante o século XIX, surgiram abruptamente várias epidemias nas cidades
europeias, matando milhares de seres humanos em Londres, Paris, Lisboa e outras
grandes cidades. Uma dessas epidemias em Londres, como a de 1854, levou ao
estabelecimento das primeiras medidas de saúde pública, após constatação que em
poços contaminados estavam na origem da doença, pois John Snow descobriu a
relação entre água suja e cólera em 1854 (FILHO, 2008).
A OMS indica que nos países em desenvolvimento 70% da população rural e 25% da
população urbana não dispõem de abastecimento adequado de água potável. Sendo
responsável por 65% das internações hospitalares no Brasil se devem a veiculação
hídrica e a falta de saneamento básico (BRAGA, 2005).
A contaminação das águas naturais representa um dos principais riscos à saúde
pública, sendo amplamente conhecida a estreita relação entre a qualidade da água
e inúmeras enfermidades que acometem as populações, especialmente aquelas não
atendidas por serviços de saneamento (LIBÂNIO, 2005).
Servir água potável para à população é um fator muito importante para manter a
saúde das pessoas. Isso faz parte do saneamento básica, isto é, o conjunto de
medidas que são tomadas para preservar e melhorar as condições de saúde da
população (GOWDAK e MARTINS, 2006).
A região do Alto Turi onde o descarte de resíduos sólidos se faz de maneira
aleatória e próxima a mananciais são lançados diretamente nos rios e lagos. Como
não existe um sistema de tratamento de efluentes, as principais fontes de
contaminação dos recursos hídricos são os esgotos das cidades. Com o objetivo de
descrever a característica da água consumida por grande parte da população que
não tem acesso á água fornecida pela Companhia Abastecimento de Água e Esgoto do
Maranhão (CAEMA).
MATERIAL E MÉTODOS: A coleta de dados em campo foi realizada, visitando varias cidades de região do
Alto Turi, onde foram observadas as características do tipo de abastecimento,
condições em que se encontram os poços, tipo de tratamento, rede de distribuição
de água, características dos esgotos, onde são descartados os resíduos, tipos de
tratamento que recebem, qual o risco de contaminação do lençol freático, qual o
conhecimento da população com relação a risco de infecção e intoxicação por água
contaminada, qual o conhecimento da população com relação a importância do
consumo de água de qualidade e qual a qualidade do serviço prestada pela
empresa responsável pelo abastecimento das cidades.
Para tanto, realizou-se coletas de água para analises microbiológica em alguns
pontos da cidade de Zé Doca, Nova Olinda do Maranhão e Governador Nunes Freira.
O recolhimento do material a ser analisado foi em igarapés e poços rasos
escolhidos de maneira aleatória em áreas não atendias pela rede de abastecimento
que ficam localizadas próximas a córregos e igarapés.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das analises para coliformes a 45 ºC foram positivos para a água
de igarapés e poços rasos que ficam próximo a córregos e igarapés. Muitos desses
igarapés passam pelo perímetro urbano, os mesmos vêm de lixões ou se encontram
próximos, onde é descartado material de classe I, II, e III em grande quantidade
e sem tratamento.
Em todas as cidades visitadas as condições ambientais são as mesmas e, é comum
às pessoas consumirem água oriunda de poços rasos, principalmente nas áreas
periféricas e sem tratamento, onde não usam filtros e consumo água clorada é
pouca.
A quantidade de água fornecida é suficiente para atender pouco mais de 40% da
população, vale destacar, que não há critérios para a abertura de poços há um
estudo sobre as condições d’água que a grande maioria da população está
consumindo, pois nem todos os dados de fontes oficiais disponíveis relacionados
com a temática esta de acordo com a realidade. Por exemplo, o tratamento de água
realizado pela CAEMA em muitas cidades na área estudada se restringe a adição de
cloro uma vez por mês em poços profundos, e depois água é bombeada direto na
rede de abastecimento, sendo chamada de água tratada, alem de muitos dos poços
esta localizado em local impróprio.
Pouco se conhece sobre a importância do consumo d’água de qualidade na área em
estudo. Não existe uma estação de tratamento e nem mesmo um projeto de água e
esgoto funcionando para atender a comunidade nos municípios em estudo.
Portanto, demonstra-se que para estes municípios há uma necessidade de mudança
cultural e investimentos em saneamento ambiental, alem de uma maior participação
da comunidade, visando minimizar o descarte de resíduos em locais impróprios
para se eliminar os problemas nas fontes de contaminação da água.
CONCLUSÕES: Concluiu-se que o saneamento ambiental inexiste na região do Alto Turi, o que
demonstra a necessidade de investimentos social, ambiental e econômicos na área de
maneira a minimizar os problemas que tendem a piorar a saúde da população que
consomem água de má qualidade por causa da destinação incorreta de resíduos. O
problema já mostrou na Europa que pode ser devastado para a saúde humana podendo
leva a várias enfermidades fatais e problemas ambientais que refletem na qualidade
de vida por séculos.
AGRADECIMENTOS: A DEUS e ao IFMA\Campus Zé Doca
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRAGA, Benedito et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2005.
FILHO, P. M. Cólera. Doença negligenciada. Disponível em <www.aldeiamaracu.org.br/colera.pdf> Acesso em 12 de março de 2012.
GOWDAK, D., MARTINS, E. Ciências novo pensar edição renovada. 2 ed. São Paulo: FTD, 2006. BÂNIO P. A.C., CHERNICHARO, C. A. DE L., NASCIMENTO, N. DE O. A dimensão da qualidade de água: avaliação da relação entre indicadores sociais, de disponibilidade hídrica, de saneamento e de saúde pública. Disponível em<PAC Libânio, CAL Chernicharo… - … sanitária e ambiental, 2005 - SciELO Brasil> Acesso em 15 de março de 2012