ÁREA: Ambiental
TÍTULO: AVALIAÇÃO DO DESCARTE DE PILHAS E BATERIAS USADAS NA CIDADE DE PONTES E LACERDA – MT
AUTORES: Oliveira, D.F. (IFMT-FO/PL) ; Pereira, I.H.A. (IFMT-FO/PL) ; Almeida, V.F. (IFMT-FO/PL) ; Silva, S.T. (IFMT-FO/PL)
RESUMO: O presente trabalho objetivou-se em diagnosticar como é feito o descarte de pilhas
e baterias usadas no município de Pontes e Lacerda-MT, apontando qual a visão
construída pela população e avaliando a necessidade de ferramentas que possam
auxiliar na conscientização dos munícipes. O trabalho foi realizado pela divisão
em quatro etapas: a exploratória, a elaboração de questionários, a incursão no
universo da pesquisa de campo e a análises e conclusões. Os dados obtidos
permitiram observar que o descarte ocorre de modo irregular, motivado basicamente
pela ausência de postos de coleta e pela falta de informação da população. Sendo
possível perceber que a população carece de informações quanto à destinação e
impactos ambientais causados por pilhas e baterias.
PALAVRAS CHAVES: Pilhas e Baterias; Meio Ambiente; Conscientização
INTRODUÇÃO: A tecnologia está, de forma intensa, presente direta e indiretamente em nossas
vidas, fato este evidenciado quando a utilizamos como ferramenta de comunicação,
lazer e para um modo de viver mais prático e dinâmico. Tanta facilidade,
entretanto, está ligada a uma maior agressão ao meio ambiente. A partir deste
ponto, o presente trabalho objetivou-se em investigar e mostrar como é feito o
descarte de pilhas e baterias – dispositivos tecnológicos geradores de energia
elétrica – usadas em Pontes e Lacerda-MT – uma vez que, desde 1999, há
legislação específica no Brasil que dispõe sobre pilhas e baterias que contêm
mercúrio, chumbo e cádmio (Resoluções CONAMA: nº. 257, de 30/06/1999; e nº. 263,
de 12/11/1999 apud Reidler-Günther, 2002) –, identificando também qual o nível
de informação da população e avaliando a necessidade de ferramentas que auxiliem
na conscientização dos moradores acerca da temática, sendo que os resíduos
provenientes desses dispositivos podem provocar danos ao ambiente e à saúde dos
seres que o habitam, sejam em curto ou longo prazo, devido à diversa quantidade
de componentes tóxicos e metais pesados presentes em sua constituição como, por
exemplo: o mercúrio, o chumbo, o níquel e o cádmio.
MATERIAL E MÉTODOS: A população testada foi de 103 pessoas (54 homens e 49 mulheres, faixa etária
entre 13 e 72 anos, nível de escolaridade de não-alfabetizado ao doutorado,
período de fevereiro à março de 2012, no município de Pontes e Lacerda-MT). O
trabalho foi realizado a partir da divisão em quatro etapas: 1- exploratória
(pesquisa bibliográfica, num aprofundamento conciso da temática); 2- elaboração
de questionários (dois modelos: (a) 01 pergunta discursiva e 05 perguntas
objetivas, aplicados em lojas e estabelecimentos que comercializam pilhas,
baterias e aparelhos eletrônicos portáteis, na cidade de Pontes e Lacerda - MT;
(b) 11 perguntas objetivas, aos moradores do município); 3- incursão no universo
da pesquisa de campo (questionários nos estabelecimentos e aos moradores); 4-
análises e conclusões (análise quantitativa e qualitativa dos dados obtidos).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para saber se os entrevistados possuíam acesso às informações foi questionado
sobre qual mídia era acessada com maior frequência, resultando em: internet
(46%), televisão (44%), outras mídias (8%) e nenhum acesso (2%). Quanto ao uso
de pilhas e/ou baterias, todos os entrevistados afirmaram fazer uso, mas quando
perguntados quanto ao descarte: 60% descartam no lixo doméstico, 28% armazenam
em casa, 8% jogam diretamente no meio ambiente e apenas 4% devolvem no
estabelecimento onde comprou. Quando foi questionado sobre os impactos causados
à saúde e ao meio ambiente pelos resíduos de pilhas e baterias, 51% afirmaram
desconhecer os mesmos, entretanto a quantidade dos que afirmaram ter
conhecimento dos problemas foi considerável (com 49%), sendo confrontados com os
dados relativos a pergunta sobre a falta de informações para o descarte correto,
91% reconheceram a carência de informações, dos quais atribuíram a
responsabilidade ao/à: fabricante (48%), prefeitura municipal (31%),
estabelecimentos comerciais (12%) e a própria comunidade (9%). Quanto ao
recolhimento desses dispositivos, os moradores afirmaram que a responsabilidade
era: da prefeitura municipal (43%), do fabricante (32%), dos estabelecimentos
que comercializam os dispositivos (15%) e da própria comunidade (10%). Outra
parte do trabalho foi dedicada aos estabelecimentos que comercializavam pilhas,
baterias e aparelhos eletrônicos portáteis, dos quais foram pesquisadas sete
lojas, sendo que apenas duas faziam recolhimento de pilhas e baterias.
Descarte de Pilhas e Baterias, segundo os pesquisados
Modos de descartes de Pilhas e Baterias indicados
pelos moradores de Pontes e Lacerda-MT.
CONCLUSÕES: Podemos perceber que o descarte de pilhas e baterias ocorre de forma inapropriada,
facilitando a ocorrência de danos ao meio ambiente e à saúde dos moradores. Sendo
que o motivo do descarte irregular desses materiais acontece por, basicamente,
dois motivos: a ausência de postos de coleta e, principalmente, a falta de
informação da população, que se constata nas respostas dos entrevistados, quando
afirmam que além de não saberem como fazer o descarte correto, dizem não possuírem
informações sobre os impactos que os resíduos podem causar e de quem cobrar
providências e soluções. Evidenciando assim, que a população ponteslacerdense
carece de informações quanto à destinação correta e consciente de pilhas e
baterias.
AGRADECIMENTOS: Ao IFMT-FO/PL pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REIDLER, N. M. V. L.; GÜNTHER, W. M. R. Impactos sanitários e ambientais devido aos resíduos gerados por pilhas e baterias usadas. 2002. In. XXVIII CONGRESO INTERAMERICANO DE INGENIERÍA SANITARIA Y AMBIENTAL. Cancún, México, 2002.