ÁREA: Ambiental
TÍTULO: MONITORAMENTO DO CONCENTRADO DE UM DESSALINIZADOR VIA OSMOSE INVERSA EM RELAÇÃO A RAZÃO DE ADSORAÇÃO DE SÓDIO E A SALINIDADE
AUTORES: Monteiro, G. (IF-SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Heleno, V. (IF-SERTÃO PERNAMBUCANO)
RESUMO: O trabalho trata do monitoramento do concentrado de um sistema de dessalinização
via osmose inversa com o objetivo de verificar se o mesmo pode ser utilizado
para fins de irrigação. Durante o processo de dessalinização, são geradas duas
correntes de águas, uma com baixa concentração de sais,e outra com elevada concentração de sais, o concentrado ou rejeito. Todas as análizes foram realizadas no laboratório de Referência em Dessalinização. Os parâmetros analizados foram Na⊕,Ca2⊕,Mg2⊕ e
Condutividade Elétrica, todas as análises foram realizadas de acordo com a
metodologia descrita em SMEWW e observou-se que o concentrado do dessalinizador
não pode ser utilizado na irrigação por apresentar um alto grau de salinidade e
de sodicidade.
PALAVRAS CHAVES: dessalinização; salinização; sodicidade
INTRODUÇÃO: Os recursos hídricos existentes desde o inicio da humanidade, do ponto de vista quantitativo, mantêm-se basicamente os mesmos. Todavia, podem representar um aspecto crítico uma vez que, a água é uma substância essencial à vida e a várias atividades humanas, à medida que a população cresce, aumenta consequentemente à sua demanda, (SOUSA, 2003).
Por conta da formação geoquímica, poços artesianos situados no semi-árido pernambucano podem apresentar elevadas concentrações de sais dissolvidos, impossibilitando assim o uso da mesma pelas comunidades, tanto para o seu consumo como para sua utilização na irrigação.
Durante o processo de dessalinização, são geradas duas correntes de águas, uma com baixa concentração de sais, e outra com elevada concentração, concentrado ou rejeito. A utilização do rejeito se dará de a cordo com sua concentração.
Para fins de irrigação, são tomados parâmetros que medem o potencial de impermeabilidade do solo como a Razão de Adsorção de Sódio – RAS, juntamente com a salinidade. Onde uma água com uma elevada concentração de sais, apresenta uma grande velocidade de infiltração, enquanto águas com baixa salinidade, ou alta proporção de sódio em relação ao cálcio e magnésio, RAS elevado, diminui essa velocidade, prejudicando assim, todo processo de irrigação.
Segundo o U.S. SALINIT LABORATORY SATFF a classificação da água utiliza a condutividade elétrica (CE) para avaliar o risco de salinidade e RAS para avaliar o risco de sodicidade. A classificação das águas em relação à salinidade é a seguinte: C1 – baixa salinidade, C2 – média salinidade, C3 – alta salinidade e C4 – muito alta. No que diz respeito à sodicidade se classificam em: S1 – baixa, S2 – média, S3 – alto, S4 – muito alto, (BERNARDO et al., 2005).
MATERIAL E MÉTODOS: O sistema de dessalinização estudado encontra-se na comunidade Atalho no município de Petrolina no estado de Pernambuco. O sistema foi construído em uma estrutura metálica e é composto por um vaso de alta pressão contendo três elementos de membrana CPA2 4040 da Hydranautics, uma bomba de alta pressão de 2 CV da Dancor, uma bomba de auxílio de 1/3 CV da Dancor, três elementos filtrantes de acetato de celulose de 5 micra, dois rotâmetros com escala de (0 a 40) L/min e dois manômetros glicerinados com escala de (0 a 15)kgf/cm2 onde o dessalinizador opera com uma recuperação de 40%.
O rejeito do dessalinizador foi monitorado durante os anos de 2007 a 2010 com o intuito de avaliar se o mesmo poderia ser utilizado para fins de irrigação.
As análises físico-químicas das amostras do concentrado do dessalinizador foram realizadas no Laboratório de Referência em Dessalinização – LABDES, localizado na Universidade Federal de Campina Grande – UFCG.
Os parâmetros analisados foram Sódio (Na+), Cálcio (Ca2+), Magnésio (Mg2+) e Condutividade Elétrica (CE). Todas as análises foram realizadas de acordo com a metodologia descrita em SMEWW, (SMEWW, 1998).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Tabela 01, encontram-se os valores dos parâmetros analisados bem como o valor da Razão de Adsorção de Sódio. Observa-se que a concentração de sais de sódio avaliado nos anos de 2007 e 2008 são iguais, já nos anos de 2009 e 2010 observa-se um pequeno acréscimo desses sais se comparados aos dois primeiros.
Em relação à RAS foi observado uma pequena variação entre os resultados encontrados durante o período de observação.
Tabela 01
Tabela 02
A salinidade das correntes do concentrado durante o período observado não sofreu variações significativas, mas as características físico-químicas do concentrado indicam sua utilização para irrigação com restrições.
A RAS para a água da corrente do concentrado, foi considerada alta durante o período observado, o que indica um potencial de impermeabilidade do solo caso aplicado diretamente.
Tabela 01
Variação da RAS para os diferentes tipos de pré-tratamento estudados.
Tabela 02
Classificação das amostras quanto à salinização e sodificação.
CONCLUSÕES: • As características físico-químicas da água do concentrado utilizada neste trabalho indicam uma elevada salinidade, e uma sodicidade alta, sendo que não foi observado uma variação significativa durante o período do experimento;
• No caso da utilização do concentrado para fins de irrigação, o solo poderá apresenta um elevado grau de salinização devido aos valores da salinidade e sodicidade encontros;
• No caso do aproveitamento do concentrado para a irrigação, o mesmo pode passar por um processo de diluição, atingindo assim as características necessárias para sua utilização.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERNARDO, S.; SOARES A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de Irrigação, 7 ed. - Viçosa: UFV, 2005.
SOUSA, J. T. Tratamento e Utilização de Esgotos Domésticos na Agricultura, 2° ed. – Campina Grande-PB, EDUEP, 2003.
SMEWW - Standard Methods For Examination Of Water And Wastewater. Américan Public Health Association – APHA. 20ª Edition. Washigton, 1998.