ÁREA: Ambiental

TÍTULO: Gestão dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE): A Educação Ambiental como instrumento de disseminação de informações e sensibilização ambiental

AUTORES: Bandeira, A.A.S. (UFCG) ; Dantas, E.R.B. (UFCG) ; Oliveira, M.J. (UEPB) ; Aires, K.O. (UFCG) ; Souza, M.C. (UFCG) ; Costa, A.F.P. (UEPB) ; Andrade, M.R.A. (UFCG) ; Fernandes, A.J.D. (IFPB) ; Lima, F.S. (UFCG)

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi diagnosticar alguns motivos os quais justificassem o descarte de celulares por estudantes de forma tão precoce, e averiguar qual destinação é dada para os aparelhos. O estudo foi dividido em 2 Etapas: Na Etapa1 foram aplicados 268 questionários para estudantes universitários e 93 para estudantes de nível médio, na Etapa 2 foram ministradas palestras com o temas direcionados para a problemática. Contatou-se que o principal motivo para a troca do aparelho celular é a obsolescência tecnológica programada. Na Etapa 2, foram ministradas palestras com temas relacionados a Gestão dos REEE e sustentabilidade para a disseminação de informações e sensibilização da classe estudantil.

PALAVRAS CHAVES: REEE; Educação Ambiental; Celulares

INTRODUÇÃO: Ao longo do tempo, os resíduos sólidos urbanos vêm mudando suas características devido às inovações tecnológicas. O aumento da geração dos REEE comprova esta realidade. Esses bens de consumo fazem parte cada vez mais do nosso cotidiano. Entretanto, a diminuição da vida útil desses materiais faz com que se tornem rapidamente obsoletos. A Política Nacional dos Resíduos Sólidos no seu art. 3 afirma que não só o setor empresarial, mas também os consumidores de modo geral devem implementar os sistemas de Logística Reversa para os REEE, incluindo celulares e baterias, desta forma, os consumidores devem entregar (independente do serviço público de limpeza urbana), seus celulares após o uso nas lojas onde adquiriram o mesmo. A concorrência no mercado, às inovações em serviços e aparelhos, contribuiu para o crescimento do mercado de telefonia móvel. Em março de 2012, segundo a Teleco, o Brasil alcançou a marca de 253 milhões de usuários de celulares, destes 82% utilizam celulares pré-pagos. Segundo o relatório da Basel Action Network (NETO, 2007) a composição de um aparelho celular é 45% plástico, 40% placa de circuito, 4% de cristal liquido, 3% placa de Mg e 8 % de metais diversos. Ressaltando que estes dados não incluem a bateria.O descarte desses materiais acarreta graves problemas ambientais, não apenas pelo volume, mas também pelo tempo para decomposição desses resíduos, e principalmente pela toxicidade associada a presença de metais pesados em sua composição, os quais são prejudiciais à saúde humana como o mercúrio, chumbo, cádmio, manganês e níquel (PALLONE,2008. As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas segunda a resolução CONAMA nº 10.004 como Resíduos Perigosos – Classe I.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada entre os meses de Julho e Setembro de 2011, na cidade de Campina Grande-PB. Para obtenção dos resultados, o trabalho foi dividido em duas etapas: Etapa 1: Foram aplicados 268 questionários (175 para universitários UEPB/CCT e 93 para alunas de nível médio de duas escolas públicas EEEM Elpídio de Almeida e EEEFM Assis Chateaubriand). Etapa 2: Foram ministradas palestras com o tema Educação Ambiental e sustentabilidade no descarte de REEE. Os sub temas abordados nestas palestram foram: Histórico da telefonia móvel no Brasil, obsolescência programada, PNRS, Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, logística reversa, sustentabilidade e descarte ambientalmente adequado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No que concerne aos motivos que levam os alunos a adquirirem outro celular pode- se observar na Figura 1, que a maioria dos universitários cerca de 77%, afirma que, trocam o celular por desejarem possuir aparelhos mais modernos com funções adicionais como acesso a internet, rede sociais, downloads de jogos e músicas, câmeras fotográficas etc. Os alunos de nível médio também afirmaram ser a adição de novas funções o principal fato que os leva a adquirirem um novo celular, mas numa proporção menor, 54%. Ainda existem “outros motivos” que justificam a troca de celulares segundo os entrevistados, são eles: Arranhões, tela trincada, quebra da capa ou, simplesmente, por não gostar mais da cor do celular. Apenas 10% alegam ter adquirido um celular novo por motivo de defeito técnico do antigo. De acordo com a Figura 2, a maioria dos universitários e alunos de nível médio vende ou troca seus antigos celulares, ou seja, os mesmos estavam em perfeitas condições de uso, não havendo, assim, necessidade de trocar ou vender os antigos aparelhos para compra de outros. Esta atitude é entendida como obsolescência tecnológica programada. O desgaste natural dos produtos é normal. Porém, o produto ser “planejado” para parar de funcionar ou se tornar obsoleto em um curto período de tempo é uma prática da indústria que deve ser combatida, pois a mesma aumenta a quantidade de resíduos eletroeletrônicos e a destinação ambientalmente incorreta. Para finalizar observa-se que dos celulares que realmente tem problemas sérios que inviabilizam sua utilização (cerca de 10% apenas) não têm destinação final ambientalmente correta, pois os entrevistados, simplesmente os descartam no lixo. Apenas 1% dos universitários entrega estes aparelhos no local onde compraram.

Figura 1

Motivo para adquirir um novo celular

Figura 2

Destinação dada ao celular antigo

CONCLUSÕES: A situação dos resíduos eletroeletrônicos no Brasil é uma questão preocupante que requer atenção no que se refere ao descarte correto e à disponibilização de informações sobre esse tipo de resíduos. Na pesquisa, observou-se que grande parcela dos celulares trocados estava em perfeito condição de uso, mesmo assim foram adquiridos novos celulares com funções adicionais mais modernas, segundo os estudantes universitários, dos 10% dos celulares que tinha problemas que inviabilizava seu uso apenas 1% foi devolvido aos postos de revenda como determina a Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário oficial da República. Brasília-DF, 03 de dezembro de 2010.

CHISPIM NETO, J. P. Resíduos: a influência da norma européia WEEE na estratégia da indústria de celulares no Brasil e no mundo e o impacto ambiental do descarte inadequado. Natal: UFRN, 2007. Dissertação (Mestrado).

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. 2004. Resolução CONAMA nº 10004. (Publicado eletronicamente em www.mma.conama.gov.br/conama. Acessado em 03 de dezembro de 2011.