ÁREA: Ambiental
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA POTABILIDADE DA ÁGUA DO AÇUDE BOQUEIRÃO DO CAIS DA CIDADE DE CUITÉ - PB
AUTORES: Santos, J.A.M. (UFCG) ; Araújo, M.L.M. (UFCG) ; Santos, C.S. (UFCG) ; Pereira, F.K.D. (UFCG) ; Lucena, M.H.N. (UFCG)
RESUMO: O acesso à água potável é muito importante para humanidade que necessita dela
diariamente para as mais diversas finalidades. Sendo assim, o presente trabalho
avaliou a qualidade da água do Açude Boqueirão do Cais situado na cidade na Cuité-
PB, tal como, a água distribuída pelo sistema de tratamento público municipal. As
análises realizadas foram de dureza total e cloreto por meio de titulações;
sólidos totais, deixando uma quantidade conhecida de água evaporar em uma chapa
aquecedora; condutividade e pH medidos em condutivímetro e pHmêtro,
respectivamente. De acordo com os resultados obtidos pelas amostras analisadas da
água do Açude e da água da torneira, essas não atenderam os padrões de
potabilidade determinados pelo Ministério da Saúde.
PALAVRAS CHAVES: análise; potabilidade; tratamento de água
INTRODUÇÃO: A água é o liquido mais abundante da terra. Ela cobre cerca de 72 % da
superfície terrestre (BROWN et al, 2005) no entanto, uma grande parcela da
população mundial já sofre com sua escassez devido a maior parte dessa água ser
salgada e imprópria para o consumo humano. O Brasil é um país privilegiado, pois
detém aproximadamente 12% do total de água doce existente no planeta (MOSS,
2012).
Com o aumento da atividade industrial e poluição do meio ambiente, a
preocupação com a qualidade da água é cada vez mais presente. Dessa forma, para
que a água possa ser utilizada para diversos fins pelo ser humano, ela deve
receber um tratamento adequado e os padrões de potabilidade definidos pelos
órgãos competentes devem ser obedecidos. No Brasil, o Ministério da Saúde, por
meio da Portaria de n° 2.914, de dezembro de 2011, dispõe sobre os procedimentos
de controle e de vigilância da qualidade da água para o consumo humano e
determina quais substâncias devem ser monitoradas.
A água necessária para o uso doméstico, na agricultura e nos processos
industriais é retirada dos lagos naturais, rios e de fontes no subsolo (BROWN et
al, 2005). Na região do Curimataú paraibano, o reservatório que abastece as
cidades de Cuité e Nova Floresta é o açude Boqueirão do Cais, que tem, segundo a
Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba - AESA, capacidade
máxima de 12.367.300 m3 de água em sua extensão. Com o intuito de verificar a
qualidade da água do referido açude, alguns parâmetros físico-químico foram
analisados: dureza total, cloreto, condutividade elétrica, pH e sólidos totais
(ST) dissolvidos.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de água utilizadas nas análises foram coletas, em triplicatas, de
diferentes pontos do açude Boqueirão do Cais e armazenadas em garrafas pet.
Dureza total: Na obtenção do teor de dureza, foram realizadas titulações
complexométricas, com EDTA a 0,01M, utilizando tampão com pH igual a 10 e o
Negro de Ericromo T como indicador (BACCAN et al, 2001). Nos ensaios de
titulação foram utilizados 100 ml de amostra de água do açude de três pontos
diferentes. A análise foi realizada em triplicata e a média de volumes gasto de
EDTA em cada titulação foi calculada.
Cloreto: Para a obtenção da quantidade de cloreto nas amostras, uma titulação do
tipo argentométrica foi realizada. Nesse processo, foi utilizado Nitrato de
Prata (AgNO3) a 0,1M e uma solução de Dicromato de Potássio (K2CrO4) a 0,5M,
como indicador (SKOOG et al, 2007). Foram usadas 100 ml de cada amostra, sendo
que o experimento foi realizado em triplicata para as diferentes amostras.
Sólidos totais dissolvidos (ST): A determinação dos ST foi realizada em
triplicata com duas amostras da água do açude e uma de água de torneira. Foram
colocados 50 ml de cada amostra em béqueres individuais previamente pesados e na
sequência as mesmas foram transferidas para uma chapa aquecedora e deixadas
evaporar.
Condutividade e pH: A condutividade e pH das águas foram medidas pelo
condutivímetro e pHmetro, respectivamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos na metodologia experimental estão apresentados na tabela
1, como foi descrito, todas as análises foram feitas em triplicata das amostras
I, II, III, do açude do Caís e da água de torneiras do Campus de Cuité. Para
efeito de comparação dos resultados, encontra-se apresentado na última coluna da
tabela 1, o valor máximo permitido (VMP) para cada propriedade físico-química
fixada pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a tabela 1, podemos verificar que a água do açude Boqueirão do
Cais encontra-se bem acima dos valores permitidos pelos órgãos oficiais. Apenas
o pH apresenta valores permitidos. Para os Sólidos Totais, Condutividade,
Cloreto e Dureza, os valores são preocupantes. A dureza representa a soma da
quantidade de Cálcio e Magnésio, gerando problemas de entupimentos em todas as
tubulações, além de vir causar problemas de pele. Já o aumento do Cloreto
influencia diretamente no sabor da água, fato que é constatado pela população da
cidade.
Tabela 1: Parâmetros físico-químicos analisados.
CONCLUSÕES: A água é essencial para vida dos seres vivos e que todo cidadão, segundo o
Ministério da Saúde, tem direito a uma água dentro das condições de potabilidade.
No entanto, o que se observa nessas análises é o quanto a população inteira de uma
cidade pode estar exposta a riscos de saúde dos mais diversos possíveis, pois
pelas análises realizadas, as amostras não obedecem ao padrão de potabilidade.
Pode ser que os resultados encontrados tenham sido causados pela baixa quantidade
nos volumes de água, provocado pela seca que castiga o sertão nordestino.
AGRADECIMENTOS: A CAPES pela bolsa de Iniciação a docência, no âmbito PIBID/UFCG/CAPES, vigência
2011 - 2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba – AESA. Monitoramento, disponível em: http://sites2.aesa.pb.gov.br/aesa/volumesaçudes. Acesso em: 05 de julho de 2012.
BACCAN, N.; et al. Química Analítica Quantitativa Elementar. Edgar Blucher LTDA. 3ª ed. São Paulo, 2001.
BROWN, T.L.; et al. Química: A Ciência Central. Pearson Prentice Hall. 9ª ed, São Paulo, 2005.
Ministério da Saúde, Resolução n° 2.914, de dezembro de 2011,
MOSS, G. M. Projeto Brasil das águas, disponível em < www.brasildasaguas.com.br>. Acesso em: 05 de julho de 2012.
SKOOG, A. D.; et al. Fundamentos de Química Analítica. Thomson Learning. Trs: Marcos Grassi: Pioneira Thomson Learning. 9ª ed. São Paulo, 2007.