ÁREA: Ambiental
TÍTULO:  UTILIZAÇÃO DE SERRAGEM COMO MATERIAL ADSORVENTE ALTERNATIVO PARA A REMOÇÃO DE CROMO (VI)
AUTORES:  Pelisson, M.R. (UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ)  ; Barros de Almeida, P. (UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ)  ; Antunes Martim, C. (UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ)  ; Fernandes Montanher, S. (UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ)
RESUMO:  Neste trabalho foi  estudada a eficiência das serragens de pinus e itaúba na 
adsorção de Cromo (VI). Os parâmetros de adsorção estudados foram pH, cinética e 
concentração inicial de Cr(VI) na solução. A adsorção foi mais eficiente em pH = 
1 para ambas as serragens. A cinética de adsorção utilizando a serragem de 
itaúba foi rápida, com o equilíbrio atingido em 1 hora, enquanto que para a 
serragem de pinus não obteve-se um ponto evidente de equilíbrio. Variando-se a 
concentração inicial de Cr(VI) foi possível construir a isoterma de Langmuir. Os 
valores de qmáx. foram de 4,35 e 14,49 mg g-1, para as serragens de pinus e 
itaúba, respectivamente. A serragem de itaúba apresentou-se mais eficiente, 
sendo possível sua aplicação no tratamento de efluentes ácidos contendo baixas 
concentrações de Cr(VI).
PALAVRAS CHAVES:  cromo (VI); serragem; adsorção
INTRODUÇÃO:  Este trabalho tem como objetivo avaliar a utilização das serragens de pinus e 
itaúba na adsorção de Cr(VI) presentes em soluções aquosas. O Cromo (VI) é um 
metal tóxico e biocumulativo, sendo necessário que efluentes contendo esse metal 
sejam tratados antes de serem descartados no meio ambiente. O uso da serragem 
como material adsorvente alternativo, pode ser um método economicamente 
vantajoso no tratamento de efluentes que contêm Cr(VI), pois esta apresenta 
baixo custo, fácil obtenção, é abundante no meio ambiente, exige pouco 
processamento, além de ser um subproduto da indústria da madeira (SILVA, 2010). 
Vários métodos físico-químicos têm sido utilizados para a remoção e recuperação 
de Cr(VI), no entanto estes métodos são muitas vezes restritos por inviabilidade 
técnica e/ou econômica (BAYER, 2005. p.4). Diante da busca por métodos que sejam 
eficientes e de baixo custo, o processo de adsorção surge como uma alternativa 
para o tratamento de metais pesados.
MATERIAL E MÉTODOS:  As serragens foram coletadas em uma pequena marcenaria na região de Cascavel 
(PR). O material foi peneirado e utilizado na granulometria < 600 µm. Os estudos 
de adsorção foram realizados em sistema de batelada usando 0,2000 g de serragem 
e 50 mL de solução de K2Cr2O7      (Cr(VI) 10 mg L-1). As misturas foram 
filtradas em papel de filtro qualitativo e a concentração de Cr(VI) remanescente 
na solução foi determinada em espectrofotômetro UV/VIS (PG Instruments modelo 
T80+ de feixe duplo) empregando 1,5-difenilcarbazida como reagente cromogênico. 
Os parâmetros de adsorção avaliados foram pH (pH = 1, 2, 3, 4 e 5), cinética (t 
= 5 min, 10 min, 20 min, 30 min, 45 min, 1 h, 2 h, 4 h, 6 h e 12 h) e isotermas 
(variando a concentração inicial de Cr(VI) = 20, 40, 60, 80 e 100 mg L-1). Os 
resultados foram expressos em termos de q (massa de Cr(VI)/ massa de serragem) 
ou % de adsorção. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO:  Variando-se o pH pode-se observar que à medida que o pH da solução diminui a 
remoção de Cr(VI) aumenta, sendo obtida maior eficiência em pH = 1, para ambas 
as serragens. De acordo com Freitas (2009), isto ocorre, pois quanto mais ácido 
o pH maior será a protonação dos grupos funcionais do adsorvente, deixando a 
superfície carregada positivamente e com maior capacidade de atrair os ânions 
dicromato   (Cr2O72-), portanto melhor será a adsorção. Na Tabela 1 pode-se 
observar os parâmetros otimizados para a remoção de Cr(VI) pelas serragens de 
pinus e itaúba. 
A serragem de itaúba mostrou-se mais eficaz na remoção de Cr(VI) em pH 1, 
comparada a serragem de pinus. A cinética da adsorção em um sistema líquido-
sólido é um fator importante a ser considerado em processos de adsorção, uma vez 
que a mesma determina a viabilidade da utilização do material como adsorvente. A 
serragem de itaúba alcançou o equilíbrio em tempo bem inferior à serragem de 
pinus que não teve um ponto evidente de equilíbrio, sendo que ambas apresentaram 
boa adsorção de Cr (VI). A diferença no comportamento cinético das duas 
serragens foi evidenciado utilizando modelos cinéticos.  A serragem de pinus se 
adequou melhor ao modelo de pseudo-primeira ordem, enquanto que a serragem de 
itaúba apresentou melhores resultados com o modelo de pseudo-segunda ordem.  O 
modelo de isoterma de Langmuir foi utilizado, e os parâmetros q Max (que indica 
a saturação do adsorvente) e KL (constante relacionada com a afinidade entre 
adsorvente e adsorvato) foram calculados. Analisando esses valores pode-se 
concluir que a serragem de itaúba apresentou-se mais eficiente na adsorção de 
Cr(VI)
Tabela 1

Parâmetros otimizados para a adsorção de Cr (VI) em 
serragens de pinus e itaúba.
CONCLUSÕES:  Pode-se concluir que o uso de serragem, principalmente a serragem de itaúba, como 
material adsorvente alternativo, pode ser um método economicamente vantajoso no 
tratamento de efluentes ácidos que contenham quantidades traços de Cr(VI), pois 
trata-se de um adsorvente abundante, de baixo custo e com capacidade comprovada de 
remover Cr(VI) de soluções aquosas.
AGRADECIMENTOS:  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:  BAYER, Vinicius. Estudo da extração de cromo hexavalente, pela técnica de membranas líquidas surfatantes, visando o tratamento de efluentes líquidos de curtumes. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Escola de Engenharia da UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005. 
FREITAS, Flávio A. de. Caracterização e uso das sementes de noni (Morinda citrifolia L.) como bioadsorvente de Cromo (VI). Monografia (Bacharel em química industrial). Universidade Federal do Ceará. Fortaleza – CE, 2009. 
SILVA, Márcia L. da; FERNANDEZ Nedja S. Análise da Serragem de Madeira utilizada como adsorvente dos metais Cr3+ e Pb2+ de resíduos laboratoriais. 45 f. Dissertação, Departamento de química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2010. 
