ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ANÁLISE DO DESPERDÍCIO DE AGUA NO MEIO RURAL DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO/PA

AUTORES: Nascimento Alves, J.D. (UFRA) ; Martins Carvalho, M.B. (UEPA) ; Lima da Silva, R.T. (UFC) ; Sousa Lima, K.N. (UEPA) ; da Silva Lima, N. (UEPA) ; Castelano Gama, M. (UEPA) ; Trindade Oliveira, M. (UEPA) ; Rosa Venâncio, C.R. (UEPA) ; Arrais Furtado, C.T. (UEPA)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar a real situação frente ao desperdício da água e a conscientização das pessoas no meio rural do município de Capitão Poço/PA. Foi realizado por meio de aplicação de questionário com produtores. Este buscou traçar o perfil do produtor rural mediante a sua conscientização ambiental, o desperdício de água e medidas de reuso da água. Por meio da análise dos dados pôde-se observar que a maioria dos produtores utilizam água proveniente de rios e igarapés, não realizam práticas de não desperdício e que não recebem orientação técnica sobre este tema. Constatou-se que as medidas para evitar o desperdício não chegam de forma eficaz e que existem índices significativos de desperdício água no meio rural.

PALAVRAS CHAVES: Educação ambiental; Recursos hídricos; Sociedade

INTRODUÇÃO: Sabe-se que a água é um recurso essencial para a sobrevivência de qualquer ser vivo e que com o crescimento populacional a água potável, encontra-se cada vez mais escassa devido à atividade humana. Com o crescimento exponencial da população fez-se necessário o aumento da produção agrícola, implicando nos avanços tecnológicos para gerar maior produção de alimento de maneira a suprir a crescente demanda. Neste contexto, uma alternativa que vem ganhando força é a agricultura irrigada, apesar de grandes vantagens, possui seu lado negativo como afirma Paz et al.(2000) “A expansão da agricultura irrigada se tornará uma questão preocupante, devido ao elevado consumo e às restrições de disponibilidade de água. Avaliando-se a necessidade de água dos cultivos,em termos médios, é possível verificar-se que, para produzir uma tonelada de grão, são utilizadas mil toneladas de água, sem se considerar a ineficiência dos métodos e sistemas de irrigação e o seu manejo inadequado; avaliações de projetos de irrigação em todo o mundo indicam que mais da metade da água derivada para irrigação se perde antes de alcançar a zona radicular dos cultivos.” A falta de tratamento de esgotos e de efluentes industriais e agroindustriais e o desperdício de água na irrigação agrícola contribuem para este cenário de escassez de água. A demanda por água potável e conflitos pelos usos múltiplos da água, especialmente na região Sudeste do Brasil, vem pressionando a tomada de decisões que envolvam o tratamento de água, esgoto e resíduos, assim como o aproveitamento dos efluentes tratados (BERTONCINI,2008). O presente trabalho tem como objetivo analisar a real situação frente ao desperdício da água e a conscientização das pessoas no meio rural do município de Capitão Poço/PA.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi realizado por meio de aplicação de questionários, a agricultores, escolhidas aleatoriamente, do município de Capitão Poço/PA, no mês de junho de 2012. O questionário era composto de questões fechadas, de maneira a esclarecer o perfil do produtor rural mediante a sua conscientização ambiental, o desperdício de água e medidas de reuso da água, sendo esta pesquisa realizada com 10 produtores rurais. A análise dos dados foi feito por meio de estatística simples.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Por meio da análise dos dados pôde-se observar com relação à fonte da água utilizada na propriedade rural, que 62,5% usam água proveniente de rios, igarapés ou outra fonte superficial, isso evidencia a importância dessas fontes naturais para a produção agrícola, no entanto, as mesmas podem oferecer certos riscos, quando não se faz a análise bioquímica da água destas fontes para determinar certos riscos à saúde decorrentes da qualidade desta água. Quando questionados sobre o destino dos resíduos da atividade agropecuária e humana, obteve-se um resultado preocupante em que 12,5% disseram rios e igarapés e 87,5% marcaram a opção outra, observa-se com isso a falta de conhecimento dos produtores, com relação ao destino dos resíduos sólidos, que na sua maioria, ainda são despejados em cursos d’água, agravando a questão da poluição e redução de água potável. Quanto ao reuso da água, todos afirmaram que não se utilizam desta prática, demonstrando que mesmo sendo uma alternativa que vem ganhando destaque devido a questão ambiental, esta ainda é inexistente em vários casos. Outro item abordado foi sobre as práticas realizadas pelos agricultores para evitar o desperdício da água, 62,5% afirmaram que não realizam essas práticas. Isso remonta o paradigma de que a água é um recurso inesgotável e que se faz necessária à divulgação de informações paraessa parcela da população contribuindo para a conscientização dos produtores de forma que estes desenvolvam uma maior preocupação e cuidados com a água. Por fim, foram questionados sobre o recebimento de orientações técnicas quantoao não desperdício de água, onde apenas 25% afirmaram ter recebido este tipo de orientação e 75% não, evidenciando, a necessidade de medidas que possibilitem a informação com relação ao uso da água.

CONCLUSÕES: Constatou-se que mesmo que existam discussões de conscientização quanto ao desperdício da água esclarecendo que um dia a água potável pode acabar, no meio rural essas informações não chegam de forma eficaz, onde os produtores, mesmo sem perceber, desperdiçam água na atividade agrícola e não utilizam de alternativas de reuso da água, havendo então um grande desperdício da água tendo como fator agravante a falta de assistência técnica voltada para a educação ambiental dos produtores, sendo esta uma proposta para minimizar o problema em questão.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERTONCINI, E. I. Tratamento de Efluentes e Reúso da Água no Meio Agrícola. Revista Tecnologia & Inovação Agropecuária, junho. 2008.
PAZ, V. P. S. Paz; et al. Recursos hídricos, agricultura irrigada e meio ambiente. Rev. bras. eng. agríc. ambient. v.4 n.3. Campina Grande, set./dez. 2000.