ÁREA: Ambiental
TÍTULO: Determinação de Hg em pescada branca (Plagioscion squmossimus) comercializado na ilha de Mosqueiro utilizando a técnica Espectometria de absorção atômica pela técnica de vapor frio
AUTORES: Batalha, F.N. (UFPA) ; Tavares, L.C. (UFPA) ; de Paula, E.M. (UFPA) ; Monteiro, W.R. (UFPA)
RESUMO: O mercúrio é um metal pesado que pode trazer problemas de saúde, onde uma das
maneiras de se ingerir é através da cadeia alimentar, utilizando o peixe como
alimento. Procurou-se analisar a qualidade da Pescada Branca, um peixe muito
comum utilizado na ilha de Mosqueiro, município de Belém. Foi analisado 5
unidades deste peixe e cada uma, cinco vezes pelo método de Espectrometria de
Absorção Atômica acoplada à Técnica de Vapor a Frio, método este alternativo e
de baixo custo e fácil operação, além de atender às recomendações da OMS. Ao
final da análise, observou-se que a concentração do peixe analisado satisfaz o
limite recomendado por esta organização e da Legislação Brasileira. A saúde da
população desta ilha que se alimenta deste pescado não corre risco de
contaminação deste metal.
PALAVRAS CHAVES: mercúrio; pescada branca; espectometria
INTRODUÇÃO: A ilha do Mosqueiro é um distrito administrativo do município de Belém.
Mosqueiro é uma ilha fluvial localizada na costa oriental do rio Pará, no braço
sul do rio Amazonas, em frente à baía do Guajará. Possui uma área de
aproximadamente 212 km² e está localizada a 70 km de distância do centro da
capital Belém. Possui 17 km de praias de água doce com movimento de maré. É
justamente dessa maré que o habitante dessa ilha tira seu principal alimento, o
peixe. Peixe este que é um alimento rico em proteínas e minerais, mas também
pode ser um dos responsáveis por contaminação na população pelo Mercúrio,
através da cadeia alimentar. O metil-mercúrio é o principal responsável pela
intoxicação do ser humano pelo pescado. Existe uma grande preocupação de
governos e empresas, pois o descarte de resíduos, como exemplo o mercúrio, não
possui nenhuma vigilância e controle, e por isso fica difícil uma rigidez sobre
o tratamento para com este.
MATERIAL E MÉTODOS: A avaliação do pescado envolveu três etapas, o pré-tratamento, a determinação e
a comparação da intensidade da cor. Este é um método semiquantitativo empregando
a colorimetria para a comparação das amostras com os padrões. É um método de
baixo custo e de um procedimento mais simples e comum.
O pescado, pescada branca (Fig. 1,) foi lavado para a análise de digestão e
determinação para que haja o mínimo de interferência com o meio. Depois da
lavagem, o material foi levado à estufa. Foram empregados na amostragem cinco
unidades do pescado e cada um foi analisado em cinco triplicatas onde retirou-se
uma posta do músculo para a análise. Foi cortado no formato de pequenos cubos
que seriam aproximadamente em torno de 2 cm2.
Após a pesagem, adicionou-se quatro gotas de anti-espumante (dimeticona, também
sendo conhecida como “luftal”) e 25 mL de solução sulfonítrica (solução
preparada com H2SO4 com pentóxido de vanádio e HNO3). Logo após, o material foi
colocada em banho de areia com aquecimento aproximado de 45 minutos. O sistema
de digestão foi retirado do banho de areia e colocado para esfriar naturalmente.
Com o esfriamento, foi adicionado 20 mL de água e 25 mL de KMnO4 ao sistema de
digestão. A amostra digerida foi transferida para o sistema de determinação. No
momento da sua transferência, foi adicionada 25 mL de solução de SnCl2 50%. Os
sistemas de determinação foram fechados e em seguida colocou-se os papéis
detectores. Os papéis detectores foram adaptados ao suporte para evitar a perda
de umidade pelo papel. A aeração foi mantida borbulhando a amostra por 20
minutos. A retirada do papel detector foi feita ainda com a bomba de aeração
ligada. Retirou-se o papel e logo em seguida foi feita a comparação visual com
os padrões para usar como parâmetro para análise (Fig. 2).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Esses valores de concentração de mercúrio foram divulgados em faixa de
concentração. De acordo com a Legislação Brasileira e a Organização Mundial de
Saúde (OMS), a quantidade de mercúrio em peixe para o consumo freqüente deve ser
menor que 300 ppb. A pescada branca (Plagioscion squmossimus) analisada
apresentou a quantidade permitida, onde todas as espécies tiveram uma análise
onde a faixa de concentração ficou entre 100 e 300 ppb.
Peixe 1: 100 – 300
Peixe 2: 100 – 300
Peixe 3: 100 – 300
Peixe 4: 100 – 300
Peixe 5: 100 – 300
Figura 1
Figura 2
CONCLUSÕES: Existe uma preocupação com o pescado, pois este é um hábito alimentar que é muito
grande nesta região. É uma importante fonte de nutrientes. Há a necessidade do
local que é estabelecido este peixe tivessem estratégias de monitoramento da
qualidade destes em relação ao mercúrio. Pode-se concluir que neste período
estudado, o peixe pescada branca proveniente desta ilha do Município de Belém, na
faixa amostral estudada, encontrou-se em condições próprias para o consumo humano,
atendendo aos limites estabelecidos pela Legislação Brasileira Lei 986 de
21/10/1969: Portaria 686 de 27/08/1988 e OMS.
AGRADECIMENTOS: UFPA e IFPA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Lei e Decretos. Código Nacional de Saúde. Dec. Lei 986 de 21/10/69: Portaria 686 de 27/08/1998, DOU de 24/09/1998. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+Interesse/Legislacao> acessado em 06/07/2012
SANTOS, L. do S. N. dos. Concentração de Hg Total em Peixes no Municipio de Itaituba e Outros Municipios do estado do Pará. Dissertação (mestrado). Universidade Federal do Pará Belém, Pará, 1999
YALLOUZ, A. V. Método alternativo de determinação de mercúrio em amostras ambientais: uma ferramenta na prevenção de intoxicação por peixes contaminados. CETEM, Rio de Janeiro, 2000.