ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: ESTUDO DA ESTABILIDADE DAS ÁGUAS SANITÁRIAS COMERCIALIZADAS EM FORTALEZA.

AUTORES: Gonçalves, R.L. (DQAFQ-UFC) ; Magalhães, A.C. (DQAFQ-UFC) ; Almeida, M.M.B. (DQAFQ-UFC) ; Lopes, M.F.G. (DQAFQ-UFC)

RESUMO: A água sanitária é um saneante de alta eficiência e por ter um baixo custo é utilizado por todas as classes sociais. Seu princípio ativo é o hipoclorito de sódio, devido a sua sensibilidade a luz e ao calor. O estudo realizado teve a finalidade de averiguar se o teor de cloro ativo, das águas sanitárias comercializadas em Fortaleza, permanece dentro da faixa exigida pela legislação durante seu prazo de validade. Para isto, durante um prazo de quatro meses, foram realizadas análises físico-químicas como, densidade, determinação do pH e o teor de cloro ativo. Os testes se repetiram a cada trinta dias, por um período de quatro meses. Das amostras avaliadas, 20,0% estavam conforme quanto ao teor do cloro.

PALAVRAS CHAVES: Água sanitária; Estabilidade; Cloro ativo

INTRODUÇÃO: Produtos usados na limpeza e conservação de casas, escritórios, lojas, hospitais são considerados saneantes. Eles eliminam as sujeiras, germes e bactérias, evitando assim, o aparecimento de doenças causadas pela falta de higienização dos ambientes. São exemplos de saneantes: detergentes, ceras, desinfetantes, inseticidas, repelentes e águas sanitárias (ANVISA, 2012). A água sanitária é uma solução aquosa com a finalidade de desinfecção e alvejamento, cujo componente ativo é o hipoclorito de sódio ou de cálcio, com teor de Cloro Ativo entre 2,0 e 2,5% p/p, podendo conter apenas os seguintes componentes complementares: hidróxido de sódio ou de cálcio, cloreto de sódio ou de cálcio e carbonato de sódio ou de cálcio. O produto tem ação bactericida e alvejante (branqueamento), além de eliminar odores. É usado na limpeza geral e também para descontaminar alimentos. As águas sanitárias devem atender ao disposto em legislações específicas que seguem atualmente a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 55 (ANVISA-RDC, 2009), da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. O presente trabalho teve o objetivo de averiguar a estabilidade das águas sanitárias disponibilizadas para a população fortalezense, tendo como parâmetros de qualidade avaliar, se tais produtos atendem as legislações especificas da ANVISA. Para isso, houve contínuas análises físico-químicas dentro do prazo de validade dos produtos e a verificação das informações contidas nos rótulos dos produtos. Além de examinar se existe diferença na qualidade das águas sanitárias com a variação de preço.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras submetidas à análise foram adquiridas em um supermercado de Fortaleza e foram denominadas A, B, C, D e E. Todas tendo como princípio ativo o hipoclorito de sódio. Para acompanhar a estabilidade das águas sanitárias, a cada trinta dias, em um período de quatro meses, as amostras foram analisadas em seus valores de pH, de cloro ativo e densidade. Durante o estudo, elas foram mantidas em suas embalagens, acondicionadas em uma prateleira (despensa) com uma temperatura em torno dos 29ºC, longe da luz solar. Os valores de pH foram obtidos por método potenciométrico, no qual foi utilizado um eletrodo de vidro combinado. Para determinação da densidade, utilizou-se como especificado na bibliografia (RUSSEL, 1981). Para a avaliação de rotulagem foram abordados os critérios estabelecidos pela resolução RDC da ANVISA, n.º 55, de 10 de novembro de 2009. Para a determinação do cloro, princípio ativo das águas sanitárias, utilizou-se a análise titrimétrica de oxi-redução, empregando a Iodometria (HARRIS, 2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre as marcas das águas sanitárias estudadas, algumas são renomadas e outras apresentam uma menor participação no mercado. Porém, todas estão com registro no Ministério da Saúde, logo estão aptas à comercialização. No quesito embalagem, todas também apresentaram conformidade diante da exigência da legislação. Em relação ao aspecto, somente a amostra A se diferenciou das demais. A mesma apresentou-se turva, enquanto as demais estavam límpidas. Todas as amostras apresentaram altos valores de pH, como pode ser visto na Figura 1, isso ocorre, pois são usados na produção das águas sanitárias estabilizantes de natureza alcalina. Quanto à densidade (Figura 2), como era o esperado, todas as amostras apresentaram uma densidade maior que 1g/cm3. Em relação ao teor de cloro ativo, na primeira análise pode-se observar que apenas uma estava conforme, visto que duas amostras tiveram o valor acima do declarado no rótulo, D e E, e o restante abaixo do declarado, A e C. Os teores apresentaram uma pequena diminuição durante o prazo do estudo, mas ainda sim, somente a amostra B demonstrou conformidade (Figura 3).

Figuras 1 (pH versus tempo) e Figura 2 (densidade versus tempo)



Figura 3

Teor de cloro ativo versus tempo

CONCLUSÕES: Das cinco amostras, apenas uma está de acordo com a legislação vigente, quanto a teor de cloro ativo. Em relação à rotulagem, todas estão fora da conformidade. Isto implica no descumprimento das normas estabelecidas pela ANVISA. O teor de cloro ativo das amostras não apresentou variação significativa dentro do seu período de validade. O mesmo foi observado na análise de pH e densidade. Os resultados mostraram que somente a amostra B teve o teor de cloro ativo exigido, da primeira análise até a última. Vale salientar que a amostra B foi mais cara. Mostra-se assim o custo benefício do produto.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a empresa Tecnoquímica Indústria e Comercio LTDA onde foram realizadas as análises.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/saneantes> Acesso em: 6 de abril de 2012.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC N.º 55, 10 de novembro de 2009.

HARRIS, DANIEL C., Análise Química Quantitativa, 6ª Edição, LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro-RJ, 2005.

Russel, J.B. Química Geral. Editora McGraw – Hill, São Paulo, 1981.