ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química
TÍTULO: Projeto Novos Métodos no Ensino de Química
AUTORES: Estephaneli, J.P.W.C. (IFF - CAMPUS ITAPERUNA) ; Ferreira, S.S. (IFF - CAMPUS ITAPERUNA)
RESUMO: O projeto foi desenvolvido por pouco mais de dois anos, neste período foi possível identificar em quais sentidos os alunos tinham mais dificuldade e com isso desenvolver métodos e formas para sanar tais dificuldades. A base de todos os métodos desenvolvidos foi a química experimental, lúdica e tecnológica; desenvolvemos jogos presenciais, online, animações, programas, entre outros. Estes foram planejados da forma mais acessível economicamente possível, para que dessa forma todos, de alunos à professores pudessem obtê-los.
PALAVRAS CHAVES: Novos métodos de ensino; Ensino de química; Experimentação
INTRODUÇÃO: “O Ensino de Química é, em geral, tradicional, centralizando-se na simples memorização e repetição de nomes, fórmulas e cálculos, totalmente desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram. Assim torna-se uma matéria maçante e monótona, fazendo com que os próprios estudantes questionem o motivo pelo qual ela lhes é ensinada. Por outro lado, quando o estudo da Química faculta aos alunos o desenvolvimento paulatino de uma visão crítica do mundo que os cerca, seu interesse pelo assunto aumenta pois lhes são dadas condições de perceber e discutir situações relacionadas a problemas sociais e ambientais do meio em que estão inseridos, contribuindo para a possível intervenção e resolução dos mesmos.
Uma proposta que contribui para a mudança desse ensino tradicional é a utilização de jogos e atividades lúdicas. Vários autores têm apresentado jogos e destacado sua eficiência para despertar o interesse dos alunos pela Química(SCHRECK & LANG, 1985; UTCHINSON & WILLERTON, 1985; RUSSELL, 1999; ELCHLER et al, 2000, 2005; DEAVOR, 2001; SOARES et al, 2003; DKEIDEK, 2003;BERTOLDI, 2003;CUNHA, 2004; SANTANA & PASSOS, 2004; SOARES, 2004; OLIVEIRA & SOARES, 2006; entre outros). A maioria desses autores destaca os jogos como elementos motivadores e facilitadores do processo de ensino e aprendizagem de conceitos científicos.” (SANTANA, 2005)
O projeto proporciona além do ambiente favorável para o aprendizado, métodos que contextualizam, incentivam e facilitam o aprendizado. São aplicados jogos didáticos, blog, vídeos de experiências, reportagens ligadas a química do dia a dia, monitorias, aplicados por monitores (alunos voluntários) em horários extraclasse. Aliado a interdisciplinaridade, formação de habilidades cognitivas, percepção e resolução de problemáticas.
MATERIAL E MÉTODOS: “Procuramos desenvolver uma abordagem que permita, na construção do conhecimento, uma articulação entre o nível macroscópico e o microscópico, que proporcione um confronto entre o fenômeno e a explicação. Essa atividade tem o objetivo de superar a dicotomia teoria-prática ainda tão presente no Ensino de Química, pois acreditamos que a Química envolve um fazer (empírico) e um pensar (teórico).” (Química Nova na Escola – n° 26,novembro 2007 – p.18)
O projeto conta com um blog, onde são encontrados vídeos com experiências feitas pelos próprios monitores, reportagens que envolvem temas relacionados e contextualizados com a química, curiosidades, listas de exercícios, animações, fórum , tutoria virtual para esclarecimento de dúvidas, tudo feito pelos monitores e com layout motivador aos alunos. Além de serem disponibilizadas todas as atividade desenvolvidas, como, jogos presenciais e materiais de aula. São desenvolvidos jogos de tabuleiro como dominó orgânico, trilha química, entre outros. Atividades experimentais relacionando o que foi aprendido em sala de aula, problemáticas do dia-a-dia com química prática.
Nas monitorias os alunos podem esclarecer dúvidas e praticarem atividades com monitores com idades parecidas o que facilita a desinibição e diálogo, já que o aluno se sente mais a vontade para fazer perguntas, e tem o modo de se expressar (linguagem) parecida com a dos monitores. Foram incluídas questões interdisciplinares, além de questões, textos e diálogos envolvendo química verde, reciclagem e sustentabilidade.
Cabe ressaltar que a participação dos alunos na Olimpíada é voluntária e não acarreta em pontuação na disciplina de química que os alunos estejam cursando. E que a maior parte de atuação dos monitores foi voluntária.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O projeto tem recebido uma resposta positiva, os resultados são obtidos através de questionários aplicados aos alunos, analisando o aumento das notas dos mesmos e a participação com ideias contextualizadas e sofisticadas em sala de aula.
O pilar principal do projeto é a química prática, ande através de experimentos acreditamos conquistar os alunos para essa ciência essencial, confrontamos a química teórica e prática, pois desta forma, como Santos. W, P. disse em 2007 o ensino experimental contribuiu para que os alunos se engajassem nas aulas e percebemos que a forma como o conhecimento químico é transmitido, normalmente em escolas públicas, ora por falta de apoio financeiro, ora por falta de força de vontade, não atende à real necessidade dos alunos. Confirmado por Bueno et. al (2011), “a função do experimento é fazer com que a teoria se adapte à realidade [...]”, desta forma nos preocupamos em unir química prática, teórica e situações do cotidiano como a reciclagem.
Em um dos questionários aplicados, 96% dos alunos relataram que a assimilação foi maior quando a teoria foi confrontada com a prática, para 100% dos alunos o blog contribuiu para que eles conseguissem maior rendimento e aprendizado, 90% dos alunos consideraram o ambiente favorável, confortável e diferente de uma sala de aula, 64% avaliaram como excelente o metodologia.
Foi possível perceber que o projeto trouxe pontos positivos, não só através com diálogos com alunos e professores e resultado dos questionários, mas principalmente através da pontuação dos alunos na disciplina de química em sala de aula através das avaliações regulares, percebemos que as notas dos mesmos aumentaram em média 40% em alguns casos chegando à aumentar 60% em relação as notas dos bimestres anteriores à aplicação do projeto.
Imagem 1
Fotos das monitorias e do blog.
Gráfico 1
Gráfico com as notas dos alunos nas provas antes e depois da aplicação do projeto.
CONCLUSÕES: Os projetos têm sido bem recebidos pela comunidade interna do Instituto e pretendemos estender o projeto às escolas do noroeste fluminense, democratizando o ensino de química e discutindo os problemas atuais. Ao observarmos os questionários respondidos pelos alunos participantes e as notas obtidas no ensino regular(sala de aula)observamos bons retornos. Usando a química prática para ensinar macroscopicamente o que é ensinado microscopicamente em sala de aula, auxiliando nos estudos e aumentando o interesse em estudar ciência, incentivando também professores.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal Fluminense – campus Itaperuna, aos alunos participantes, ao CNPq e a professora Sarah pela orientação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SANTANA, Eliana M. A INFLUÊNCIA DE ATIVIDADES LÚDICAS NA APRENDIZAGEM DE CONCEITOS QUÍMICOS. Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema1/TerxaTema1Artigo4.pdf Acesso 04/07/2012
BUENO, Lígia.; Moreia, Kátia. C.; Soares, Marília; Dantas, J. Denise; Wiezzel, Andréia C. S.; Teixeira, Marcos F. S. O ensino de química por meio de atividades experimentais: a realidade do ensino nas escolas. Encontro do Núcleo de Ensino de Presidente Prudente 2007, São Paulo. Disponível em http://www.unesp.br/prograd/ENNEP/Trabalhos%20em%20pdf%20-%20Encontro%20de%20Ensino/T4.pdf Acesso em 04 jun. 2012.
ZANON, Dulcimeire Aparecida Volante. GUERREIRO. Manuel A. da Silva e OLIVEIRA. Robson Caldas de. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, 13, 2008, 72-81.
WARTHA. Edson J.; REIS, Márcio, S.; SILVEIRA. Marcelo, P.; GUZZI. Neurivaldo, J. F.; JESUS. Raildo, M. Revista Química Nova na Escola – n° 26, novembro 2007. Disponível em http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc26/v26a05.pdf Acesso em 04/07/2012
SANTOS, Wildson Luiz Pereira do. QUÍMICA & SOCIEDADE. Volume único. São Paulo: Nova Geração, 2007.
SOARES, Márlon. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Química Nova Na Escola, 31, 3, 2009, 224-225.