ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

TÍTULO: Experimento e Jogo Didático como Estratégia de Atividade Química Inclusiva para Deficientes Visuais

AUTORES: Silva, A.F.P. (IFAL- CAMPUS MURICI) ; Santos, S.M. (IFAL- CAMPUS MURICI) ; Silva, E.F.A. (IFAL- CAMPUS MURICI) ; Santos, J.B. (IFAL- CAMPUS MURICI) ; Benigno, A.P.A. (IFAL- CAMPUS MURICI)

RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de duas atividades inclusivas de aprendizagem em química – uma experimental e um jogo didático, relacionado ao conteúdo de Eletroquímica – Celas Galvânicas. A primeira atividade foi realizada com a construção de uma pilha utilizando materiais simples e de baixo custo, aliando ao experimento um jogo, denominado emaranhado elétrico. A segunda atividade se baseou na construção de uma cruzadinha envolvendo aspectos históricos, conceituais e ambientais sobre as pilhas. Ressalta-se que ao propor uma atividade química inclusiva, priorizou-se a inclusão de alunos com deficiência visual.

PALAVRAS CHAVES: Experimento; Jogo didático; Deficiência visual

INTRODUÇÃO: Uma possibilidade de ligação entre conteúdos estudados em sala de aula e o cotidiano dos alunos se baseia na realização de atividades experimentais. Estas constituem uma proposta didático-pedagógica importante que pode aumentar a motivação/interesse dos alunos, bem como fomentar o pensamento e a consequente aprendizagem dos conteúdos científicos a partir das discussões e questionamentos dos resultados experimentais (FERREIRA, 2010). Além do uso de experimentos, o uso de jogos didáticos, vem ganhando espaço como instrumento motivador para a aprendizagem de conhecimentos químicos, à medida que propõe estímulo ao interesse do estudante (CUNHA, 2012), pois os jogos educativos possibilita o desenvolvimento de habilidades cognitivas importantes para o processo de aprendizagem como, percepção, criatividade, raciocínio rápido, etc (ZANON et al., 2008). Assim, visando estimular ao estudo, contextualizar e aprofundar o tema Eletroquímica – Celas Galvânicas, bem como incentivar a pessoas com deficiência visual a participarem e compreenderem o tema, o presente trabalho teve como objetivo propor a realização de duas atividades químicas inclusivas para deficientes visuais, uma experimental e outra na forma de jogo – cruzadinha. As atividades supracitadas foram realizadas por alunos do 2º ano do Ensino Médio Integrado do Instituto Federal de Alagoas – Campus Murici.

MATERIAL E MÉTODOS: Para construção da atividade experimental utilizou-se limões, eletrodo de zinco (arame) e cobre (moeda de 5 centavos), um pequeno alto falante e um led. Construiu-se 06 pilhas, ligadas em série, utilizando-se como meio eletrolítico os limões. Ao polo negativo da pilha – constituído do eletrodo de zinco, conectou-se a extremidade negativa do alto falante e do led. Em seguida, prenderam-se, em uma tábua de madeira, as duas extremidades de um fio de zinco (arame) – aproximadamente 1 metro. A uma das extremidades do arame, prendeu-se o outro fio do alto falante e do led, caracterizado pelo lado positivo desses utensílios supracitados. Ao polo positivo da pilha, prendeu-se um fio condutor, que teve sua outra extremidade ligada a uma argola que foi presa ao arame. Assim, preparou-se além da atividade experimental envolvendo a construção de uma pilha, um jogo, chamado emaranhado elétrico, apresentado através da Figura 01. Para realização da segunda atividade, o jogo didático – cruzadinha (Figura 02), utilizou-se folhas de papel A4, lápis, o livro didático e artigos científicos sobre pilhas e baterias. Relacionou-se fatos históricos, conceitos e ações ambientais sobre essa temática e elaborou-se a cruzadinha. Ressalta-se que após a realização da mesma, passou-se para sistema de braile.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após preparada às pilhas e a essas ligado um jogo denominado emaranhado elétrico, observou-se que ocorria a produção de som (pelo alto falante) e acendimento do led, quando a argola toca no fio de arame, pois ocorria a passagem de corrente elétrica. Isso ocorreu porque o lado negativo do alto falante e do led estavam conectados ao lado negativo da pilha, já o lado positivo da pilha estava ligado à argola que quando toca no arame, completava o ciclo de produção de corrente elétrica. Saindo os elétrons do lado negativo e chegando ao lado positivo. Já através da cruzadinha, pode-se relacionar aspectos históricos, conceituais e ambientais sobre o assunto de celas galvânicas, que para ser elaborada precisou de maior conhecimento por parte dos alunos proponentes da atividade, pois para gerar as palavras da cruzadinha, bem como as frases que foram relacionadas as mesmas precisaram se aprofundar ao assunto citado. Além disso, destaca-se que o uso dessa atividade possibilita aos que a responderão, maior compreensão do assunto e a possibilidade de maior interação, discussão para resolução da mesma individualmente ou em grupo. A partir das duas atividades realizadas, por alunos do Ensino Médio Integrado do IFAL, observou-se a importante relação entre conteúdos estudados em sala e a possibilidade de aplicação do mesmo. Além disso, a construção das atividades não foi o término da proposta, pois a partir destas prontas, pode-se interagir com pessoas interessadas sobre a temática. Sendo os interessados tanto pessoas com deficiência visual como não. Assim, através da atividade experimental como o jogo didático procurou provocar a aprofundamento dos conhecimentos sobre cela galvânica, bem como incluir pessoas com deficiência visual na captação do conhecimento sobre o assunto citado.

Figura 01 – Emaranhado elétrico.



Figura 02 – Cruzadinha Proposta sobre Eletroquímica – Celas Galvânicas



CONCLUSÕES: O desenvolvimento da atividade experimental e do jogo didático–cruzadinha foi considerado como uma estratégia positiva para maior aprofundamento sobre o tema eletroquímica – celas galvânicas. Pelo fato, do desenvolvimento dessas atividades terem sido realizadas pelos alunos, sob orientação docente, promoveu aos discentes maior interesse e ampliação de conhecimento pelo assunto estudado. Além disso, as atividades se caracterizaram como uma proposta viável para inclusão/participação e maior compreensão sobre o fenômeno eletroquímico de alunos com deficiência visual.

AGRADECIMENTOS: A Pró-Reitoria de Extensão do IFAL, por apoio e bolsas concedidas. Ao Instituto Federal de Alagoas – Campus Murici.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, M.B. da; Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola, v. 34, n° 2, p. 92-98, 2012.
FERREIRA, L. H.; HARTWING, D. R.; OLIVEIRA, R. C. Ensino experimental de química: uma abordagem investigativa contextualizada. Química Nova na Escola, v. 32, n. 2, p. 101-106, 2010.
ZANON, D.A.V.; GUERREIRO, M. A. DA S.; OLIVEIRA, R. C.; Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, v. 13, p. 72-81, 2008.