ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: ANÁLISE QUANTITATIVA DE DIÓXIDO DE CARBONO, LIBERADO PELAS GARRAFAS PET DE REFRIGERANTES A BASE DE COLA.
AUTORES: Arcas, A.S. (IFMT-BELA VISTA) ; Marins, E. (IFMT-BELA VISTA) ; Magalhães, F.A. (UNIVAG) ; Pardinho, F.C. (IFMT-BELA VISTA) ; Santos, G. (IFMT-BELA VISTA) ; Pantoja, M. (IFMT-BELA VISTA)
RESUMO: Nossa preocupação com o dióxido de carbono não é de hoje. Por isso, analisamos a
quantidade desse gás liberado para a atmosfera durante o tempo de prateleira de
bebidas a base de cola. Visamos que, estes produtos são acondicionados em
embalagens do tipo PET, mostramos experimentalmente, as médias de emissão de CO2,
durante o tempo de 1 mês de prateleira do produto, sob condições características,
bem como propomos alternativas que visem minimizar esses impactos de modo a
preconizar à sustentabilidade e o crescimento econômico. As medidas de pressão
foram realizadas no momento da fabricação do produto, e feito o acompanhamento
durante 1 mês. Os resultados encontrados foram julgados e classificados segundos
as análises feitas, permitindo comparações com o CONOMA, IPCC, EPA e ANVISA.
PALAVRAS CHAVES: refrigerante; dióxido de carbono; garrafas pet
INTRODUÇÃO: A quantidade de dióxido de carbono liberado pelas garrafas PET durante o tempo
de prateleira de refrigerantes a base de cola, podem ser mensuradas através de
medidas e estimadas por meio de cálculos. Essa liberação se deve,
principalmente, porque as garrafas PET em sua constituição possuem poros, que
apesar de microscópicos, permitem a entrada ou saída de moléculas. O CO2, em
parte é absorvido pelos vegetais, que utilizam esta molécula na conversão de
energia radiante em energia química, liberando oxigênio (O2) e água. Sua emissão
em excesso durante a queima de combustíveis fósseis, ou queima de florestas, tem
acentuado o chamado efeito estufa. Naturalmente temos este efeito como forma de
manutenção da temperatura terrestre em condições de sobrevivência. Atualmente
tem se constatado através de pesquisas cientificas um aumento gradual da
temperatura durante os últimos anos, resultando no chamado aquecimento global.
Buscamos comparar os resultados encontrados com parâmetros de emissão de gases
acentuadores do efeito estufa, estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA), IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas),
EPA (Environment Protection Agency) e ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária). Trata-se, portanto de uma temática séria, instigante, pouco
trabalhado em pesquisas e pertinente tanto a questões ambientais quanto ao
aprimoramento da produção de alimentos. Queremos, antes de tudo, quantificar
estes valores, como instrumentos para novas pesquisas e até mesmo como
parâmetros de comparação.
MATERIAL E MÉTODOS: Com o apoio da Indústria de Bebidas do estado de Mato Grosso, realizamos e
acompanhamos o início da produção de refrigerantes a base de cola, envasadas em
embalagens do tipo PET 2 litros. Em seguida, coletamos 10 (dez) garrafas da
referida bebida devidamente codificada e analisamos de imediato a carbonatação e
a temperatura. Organizamos as informações em uma tabela onde calculamos as
médias, comparando com os padrões estabelecidos pela indústria. Coletamos também
4 (quatro) garrafas que foram analisadas semanalmente durante o período de 1(um)
mês e acondicionadas em temperatura ambiente (Cuiabá-MT), para a verificação da
perda gradual de CO2.
Com as médias conhecidas, seguindo o padrão de carbonatação e utilizando a lei
de Henry, realizamos comparações com regulamentações brasileiras e artigos
científicos referentes à emissão de gases poluentes na atmosfera em nível
nacional e mundial.
As medidas foram realizadas em equipamentos próprios da indústria como: a)
termômetro digital portátil, modelo 3120.00 de fabricação da LUFFT; sistema de
medida de pressão composto de; b) aparelho para determinação de volume de CO2 em
garrafas PET modelo CTC-101 e; c) Manômetro Indicador de Volume de CO2 ambos da
empresa ESCHER Instrumentos Industriais Ltda. As medidas foram realizadas no
momento da fabricação, e em intervalos de sete dias a contar dessa data. Os
cálculos de concentração de CO2 foram realizados a partir do programa
DataMetrics de computador próprio da empresa. Os resultados são
registrados em unidades de pressão (libras por polegadas quadradas / psi) e
volume de CO2 em cada volume de bebida (v/v). As unidades são convertidas para o
Sistema Internacional de Unidades para efeito desta publicação.Por fim, foi
feito a divulgação das informações obtidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O propósito deste trabalho foi verificar se a quantidade de refrigerantes
envasados em embalagens do tipo PET podem contribuir significativamente com a
liberação de CO2 para a atmosfera. Constatou-se que em 1 mês de análise, após a
produção da bebida, a temperatura vai aumentando de acordo com as condições de
armazenamento. Conforme ocorre o aumento, a solubilidade do dióxido de carbono
no líquido diminui e a pressão aumenta permitindo que parte do gás atravesse as
paredes do plástico.
Os resultados encontrados foram organizados conforme a tabela (1), utilizando o
Sistema Internacional de Unidades.
Analisando a tabela (1), verificamos que uma garrafa PET de 2 (dois) litros
libera para o ambiente cerca de 2,64 g de CO2 em um mês. Segundo informações
concedidas quanto à produção de bebidas carbonatadas, em média são fabricados em
1(um) mês, 5.832.000 garrafas de refrigerantes a base de cola, liberando para o
ambiente cerca de 15.396,48 ton. de CO2 (dados variam conforme a necessidade do
mercado e época do ano). Partindo desta perspectiva podemos estimar que em 1
(um) ano sejam liberados para o ambiente aproximadamente 184.757,76 ton. de CO2.
Tabela (1)
Resultados encontrados durante a análise de
carbonatação de refrigerantes a base de cola e sua
perda semanal de CO2
CONCLUSÕES: Concluímos que, a emissão de CO2, devido ao acondicionamento de refrigerantes em
embalagens do tipo PET, apresentaram constantes liberações, e suas perdas durante
o período analisado apresentou-se de forma significativa. Pensando na
sustentabilidade, propomos como forma rápida de se minimizar estes possíveis
impactos, seja pelo complicado processo de reciclagem dos plásticos, ou por
consequências como o efeito estufa, sugerimos o incentivo do consumo de bebidas
carbonatadas, envasadas em recipientes tais como: latas de alumínio e vidro (no
sistema retornável) cujas embalagens conservam com maior eficácia a carbonatação,
além de ser um material possível de reciclagem e de baixo custo.
AGRADECIMENTOS: RENOSA – MT, CNPq, IFMT CAMPUS CUIABÁ-BELA VISTA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RE nº 9, de 16 de janeiro de 2003 . Republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, pág. 2.
Disponível no site:http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/re/09_03_1.pdf. Acessado em 13 de junho de 2012.
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CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Nº 433, de 13 de julho de 2011. Publicada no DOU nº 134, de 14/07/2011, pág. 69. Disponível no site: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=654. Acesso em 18/abril/2012.
INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Relatório Técnico Sintético, novembro de 2012. Disponível pelo site: http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Emissoes_CO2_2009.pdf. Acessado em 13 de junho de 2012.
LIMA. A.C. S; Afonso. J.C. A química do refrigerante. 2008. Disponível no site: http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/10-PEQ-0608.pdf. Acesso em 15/abril/2012.
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