ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO:  EXTRAÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA CAFEÍNA OBTIDA A PARTIR DE CAFÉ TORRADO E MOÍDO
AUTORES:  Saad, M.C.B. (UFU)  ; Garcês, B.P. (UFU)  ; Oliveira, C.A. (UFU)
RESUMO:  A cafeína é branca, sem gosto e sem cheiro, constituinte de folhas de chá, grãos de café e nozes de cola por exemplo. Além disso, também pode ser encontrada em refrigerantes, estimulantes e em vários analgésicos devido a sua ação biológica de estimulação cardíaca e respiratória, bem como, efeito diurético. Neste trabalho, procurou-se obter a cafeína de modo prático e econômico. Utilizou-se café para a extração do tipo ácido-base, pois o café é a substancia com maior quantidade de cafeína. Na purificação, utilizou-se o processo de sublimação da cafeína obtida anteriormente. E por fim, na caracterização conseguiu-se obter os espectros UV-Visível e Infravermelho da cafeína pura, resultando em um método bastante eficaz para o objetivo desejado, obtendo um rendimento de 0,78%.
PALAVRAS CHAVES:  cafeína; purificação; extração
INTRODUÇÃO:  Apesar do que a maioria das pessoas pensam, o café possui apenas de 1 a 2,5% de 
cafeína e várias outras substâncias em maior quantidade, além de minerais, 
aminoácidos, lipídios, açúcares e vitaminas do complexo B. A cafeína consumida 
todos os dias em altas quantidades (>600mg) pode produzir o “cafeinismo”, uma 
síndrome caracterizada por ansiedade, cansaço e distúrbios do sono, efeitos mais 
suscetíveis a pessoas ansiosas ou com ataques de pânico. A quantidade diária 
consumida no mundo é cerca de 50mg/pessoa/dia que vem geralmente do consumo de 
bebidas estimulantes. Uma xícara (175 mL) de café contém de 85 a 115mg de 
cafeína. Esta é um fármaco quimioterápico e é um pó branco ou cristais 
aciculares. Comporta-se como uma base fraca, pois seus sais dissociam-se 
facilmente na água. No sistema nervoso central a cafeína age como estimulante, 
sendo rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal e metabolizada no 
fígado. A toxicidade e os efeitos adversos tem sido motivo de vários estudos.
MATERIAL E MÉTODOS:  Para este trabalho, fez-se a extração da cafeína por meio de ácido e base. 
Inicialmente, aqueceu-se o café com ácido sulfúrico concentrado e água por 
alguns minutos, fazendo com que as combinações naturais das bases púricas fossem 
destruídas. Dessa forma, a polaridade da cafeína aumenta, tornando sua diluição 
em água possível. Depois de esta solução ser filtrada à vácuo, neutraliza-se com 
hidróxido de amônio e procede-se por fim à extração em funil de separação com 
clorofórmio. Por este processo, é possível extrair rapidamente a cafeína. Para a 
purificação, utilizou-se o método de sublimação, que é quando a substância passa 
diretamente do estado sólido para o estado gasoso. Assim, colocamos sobre o 
béquer, contendo a cafeína extraída e em aquecimento por volta de 200°C, um 
vidro de relógio com gelo e pouca água sobre o mesmo. Em poucos minutos, pôde-se 
observar a formação de cristais brancos no fundo do béquer subindo para a 
superfície. Depois de extrair e purificar comparou-se a cafeína obtida com um 
padrão por meio dos métodos de UV-visível e Infravermelho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:  Os resultados mostram que o método foi eficiente, atendendo aos objetivos iniciais 
de extrair e purificar a cafeína por meios práticos e econômicos. O rendimento foi 
satisfatório comparado com a literatura, tendo em vista inicialmente 60g de café 
torrado e moído, obtendo 886mg de cafeína impura.  A purificação por sublimação 
foi realizada três vezes, gerando cristais brancos, inodoros e resultados de 
470mg, 214mg, 126mg, respectivamente. Os espectros de absorção mostram a 
similaridade entre a cafeína padrão e a cafeína obtida. O comprimento de onda 
máximo de onda do ultravioleta é o mesmo para ambas as amostras (273 nm).
Figura 1

Espectro de absorção no Infravermelho da cafeína P.A 
e purificada.
Figura 2

Espectro de absorção no UV-Visível
CONCLUSÕES:  Por fim, conclui-se que o procedimento apresentado, pode ser usado para diversos 
fins, como uma aula prática devido à rapidez de sua execução e à utilização de 
reagentes básicos, fáceis de encontrar. Além disso, pode ser usado como um método 
simples para obter a cafeína para posteriores usos, como para produção de 
cosméticos ou fármacos. Uma desvantagem seria a quantidade de clorofórmio usada, 
para caso de necessidade de maiores quantidades de cafeína. Trabalhos posteriores 
serão utilizados para otimizar a extração e purificação.
AGRADECIMENTOS:  Agradecemos ao CNPq, CAPES, FAPEMIG e ao IQUFU
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:  Ikan, R.;  Natural Products: A Laboratory Guide, Harcourt Brace
Jovanovich Publishers: New York, 1991, p. 226.
5. O’Connor, R.; J. Chem. Educ. 1965, 42, 492.
