ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: EXTRATO DO MURICI COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO AÇO-CARBONO EM HCl 1M

AUTORES: da Silva Gomes, R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Alves de Alencar, M.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Freitas de Oliveira, L.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Nunes da Silva Filho, M.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; de Carvalho Magalhães, C.E. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Sousa Gomes, F.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Barros da Silva, R.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo verificar a eficiência inibitória (IE) de aço carbono corrosão em HCl 1M na presença do extrato das folhas de Byrsonima sericea. Os resultados revelam que 36,6 28,4 e 40,5% de perda de massa em solução espectrometria de absorção atômica e as curvas de polarização, respectivamente. Observou-se que a adição do extrato houve uma diminuição da corrente na região catódica e sua varição é praticamente nula e com o aumento da temperatura a diferença de potencial diminue desfavorecendo a dsorção do extrato na superficie do aço. Os produtos de corrosão na superfície do metal de ocorrer. No entanto, parece que o extrato tem dificultado este processo.

PALAVRAS CHAVES: extrato do murici; aço-carbono; corrosão

INTRODUÇÃO: Com o aumento do interesse sobre a química verde, incrementado pela consciência ambiental e da necessidade de desenvolver processos ecológicos, atenção tem sido focada nas propriedades inibidoras de corrosão dos recursos naturais, especificamente produtos de origem vegetal. Esta área de pesquisa é de grande importância porque, além de serem ambientalmente amigáveis e ecologicamente aceitáveis, os produtos vegetais são baratos, fontes prontamente disponíveis e materiais renováveis. Com isso propriedades de inibição de corrosão de partes diferentes das plantas têm sido estudadas e o processo de inibição é devido à adsorção de componentes fitoquímicos na superfície do metal(Okafor et al., 2005). Seu desempenho depende do tipo de metal, do meio corrosivo e da composição fitoquímica. Isto porque os extratos de plantas contêm diferentes compostos orgânicos (por exemplo, taninos, alcalóides, pigmentos, saponinas, carboidratos, proteínas e aminoácidos), alguns dos quais têm sido relatado possuir habilidade inibidora de corrosão. O gênero Byrsonima é composto por cerca de 150 espécies, pertence à família Malphigiaceae e uma das plantas comumente consumida no nordeste brasileiro, sendo amplamente encontrada nos vários estados que compreendem o bioma Caatinga. Portanto, neste sentido, cabe-se avaliar o potencial de plantas como veículos promotores de inibição da corrosão de metais.Sendo assim, o uso de inibidores de corrosão tem ampla aplicação na decapagem ácida. objetivo: investigar a eficiência de inibição da corrosão do aço-carbono em solução de HCl 1M na presença do extrato da fruta da planta Bysonima sericea, vulgarmente conhecida como murici.Para este efeito, recorreram-se ao ensaio de imersão com perda de massa, à polarização potenciodinâmica de varredura.

MATERIAL E MÉTODOS: A amostra de aço-carbono de 1cm2 foi submetida ao polimento mecânico, depois lavada com água destilada. Foram utilizados um eletrodo de aço carbono (eletrodo de trabalho). O eletrodo de referência era o Ag/AgCl.O extrato foi feito a partir das folhas do murici , armazenada, depois imersa em álcool etílico 70% durante 7 dias. Após este período, a mistura foi filtrada. Foi medida certa massa do extrato e adicionaram-se 30 mL de solução de HCl 1M, a esta, sob vigorosa agitação e aquecimento a 60o C e posterior tratamento em banho ultrassônico durante 30 minutos, repetida algumas vezes, para melhor diluição. O ensaio de imersão foi realizado a temperatura ambiente de 27°C. Findado o tempo de imersão pré-estabelecido (0,5; 1; 4; 10; 15 e 24 h), a amostra foi secada e, imediatamente, submetida à medida de sua massa. Portanto, foi calculado também o valor da taxa de corrosão das amostras nas soluções ácidas e, consequentemente, foi determinada a eficiência de inibição de corrosão. Após os ensaios de imersão, foram retiradas alíquotas de 5 mL das soluções residuais. A partir desta técnica foi realizada a determinação de teor de íons Fe total em solução. As correntes de corrosão foram obtidas a partir das curvas de polarização que, por sua vez, foram construídas sob velocidade de varredura de potencial de 1 mV.s-1, tendo o potencial inicial de -1,0 V e o final igual a +1,0 V, a temperatura ambiente (~25 oC). Após o ensaio de imersão de 24h, as amostras foram encaminhadas para a caracterização superficial.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos valores obtidos da analise de perda de massa para na ausência e na presença do extrato, respectivamente foram encontrados, as eficiências de inibição 36,6%. Ambos os perfis denotam que o processo corrosivo na superfície do aço-carbono ocorre; porém, é minimizado na presença do extrato. Portanto, indicando que o extrato tem baixo efeito inibidor. A partir do teor de íons ferro total encontrou-se o valor de 28,24% de eficiência inibitória do processo corrosivo indicando uma concordância observações obtidas anteriormente. As curvas de polarização estão ilustradas na Figura 1. Nota-se que ambos os valores foram ligeiramente alterados na presença do inibidor, tendo um valor de eficiência de 40,5%. Observou-se que a adição do extrato houve uma diminuição da corrente na região catódica e sua varição é praticamente nula e com o aumento da temperatura a diferença de potencial diminue desfavorecendo a dsorção do extrato na superficie do aço. A Figura 2 mostra a micrográfia da superfície do aço após imersão em 24h em solução na presença do extrato, observou-se que a superfície do aço foi menos modificada em comparação com da ausência de inibidor onde teve-se bastante formação de produto de corrosão, que se assemelham a óxido de ferro, esse produto cobriu toda a superficie do aço que esteve em contato com o meio. Observou-se que a adição do extrato houve uma diminuição da corrente na região catódica e sua varição é praticamente nula e com o aumento da temperatura a diferença de potencial diminue desfavorecendo a dsorção do extrato na superficie do aço.

Figura 1

Curva de polarização do aço carbono na presença e ausência do extrato

Figura 2

Superfície do aço após imersão em HCl 1M + extrato. Aumentado x500

CONCLUSÕES: Concluiu-se que o extrato não é um bom inibidor de corrosão do aço-carbono em HCl 1M, pois sua eficiência de inibição(36,6%)perda de massa,(28,4%) teor de íons Fe(40,5%)curva de polarização são menores que aquela considerada para um bom inibidor(70%).Estes valores estão em concordância, haja vista os fenômenos químicos e eletroquímicos ocorrendo na superfície do aço. No MEV podemos observar que houve uma pequena cobertura do aço pelo o extrato e uma formação de estruturas que podem ser do extrato ou da corrosão.

AGRADECIMENTOS: Os autores gostariam de agradecer à FUNCAP e ao CNPq pelo suporte financeiro ao projeto de pesquisa no qual está inserido este trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CASERES, A.; FRANS, K.; KAI, L.; JUAREZ, X.; DEL AGUILA, J.; GARCIA, S. Plants used in Guatemala for the treatment of dermatophytic infections 2. Evaluation of antifungal activity of seven American plants. Journal of Ethno pharmacology, vol. 40, n° 3, p. 30-41, 1993.
Oguzie, E. E., “Corrosion inhibition of mild steel in hydrochloric acid solution by methylene blue dye”, Materials Letters, vol. 59, no. 8-9, p. 1076, 2005.
OKAFOR, P.C, Bulletin of Electrochemistry, Vol. 21 Nº 8, p. 347-352, (2005).