ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO ÓLEO DA SEMENTE DE DUAS VARIEDADES DE MELANCIA CULTIVADAS NO ESTADO DE RORAIMA.
AUTORES: Holanda, L.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA) ; Avila, I.I.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA) ; Melo Filho, A.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA) ; da Costa, H.N.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA) ; Sousa, R.C.P. (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA)
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo de avaliar o potencial antioxidante dos óleos da semente de duas variedades de melancia pelo método espectrofotométrico que usa o radical estável DPPH (1,1-difenil-2-picrilhidrazila) como reagente. Foram obtidos os seguintes valores das concentrações inibitórias para os óleos de melancia para as variedades de Charleston Gray (8,18mg/mL) e Crimson Sweet (7,02 mg/mL), indicando que esta é a quantidade de antioxidante necessária para reduzir em 50% a concentração inicial de DPPH. Foi caracterizado a presença de atividade antioxidante nos óleos das duas variedades de melancia, apresentando a variedade Crimson Sweet a maior atividade antioxidante frente a variedade Charleston Gray.
PALAVRAS CHAVES: Óleo; Melancia; Antioxidante
INTRODUÇÃO: A oxidação no organismo ocorre devido à ação de radicais livres que são formados nos processos biológicos. As reações de oxidação estão associadas a doenças degenerativas, devido aos danos oxidativos provocados no DNA, proteínas e outras macromoléculas. O organismo controla estas reações por meio de mecanismos antioxidantes que diminuem a atividade dos radicais livres. Os antioxidantes presentes nas plantas e alimentos são capazes de regular a propagação das reações em cadeia e as lesões induzidas pelos radicais livres, sendo importante a ingestão destes compostos na alimentação (VEDANA, 2008). Os antioxidantes estão presentes de forma natural ou intencional nas gorduras e alimentos para retardar o aparecimento dos fenômenos de oxidação, mantendo intactas suas características sensoriais (ORDÓÑEZ et al., 2005). O objetivo desse trabalho é avaliar o potencial antioxidante dos óleos da semente de duas variedades de melancia Charleston Gray e Crimson Sweet pelo método do radical livre DPPH, através do espectrofotômetro UV-Visível.
MATERIAL E MÉTODOS: As sementes de melancia foram lavadas com água corrente e secas em estufa com circulação de ar a uma temperatura de 60°C por 72 horas. Após a secagem, as sementes secas foram moídas em até obtenção de partículas com diâmetro de 20 mesh no Laboratório de resíduos da EMBRAPA-RR. Para a obtenção do óleo da semente melancia utilizou-se o método de extração por Soxhlet, usando o hexano como solvente. Para esta determinação preparou-se soluções contendo a amostra com concentrações de 0,5, 1,0, 1,5, 2,0 mg/mL, com 1 mL de solução tampão acetato de sódio 0,1M pH 5,5; 1 mL de álcool etílico 95%, para um volume final de 100 L completados com etanol até 500 L de solução alcoólica de DPPH, deixadas em repouso por 30 minutos a temperatura ambiente 25°C. Para zerar o equipamento foi utilizado 1 mL de solução tampão e 1,5 mL de etanol. Como controle foi utilizado 1 mL de solução tampo e 1 mL de etanol com 0,5 mL de DPPH. Após 30 minutos de reação, foi medida a absorbância das soluções em triplicata a 517nm, no espectrofotômetro de UV visível. Para a construção dos gráficos de modo se obter uma regressão linear que apresentasse a equação da reta de primeiro grau do tipo y = ax + b, de forma que pudesse ser calculada a concentração inibitória de 50% (CI 50%), conforme Cansian et al. (2010), foi utilizada a percentagem de inibição do radical DPPH.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Figura 1 observa-se que à medida que se aumenta a concentração das soluções contendo as amostras, maior é a sua atividade antioxidante, isso é corroborado por meio dos estudos de Silva (2011), no qual as amostras de óleo de maracujá de diferentes espécies apresentaram o mesmo comportamento. Através das equações da reta y = 11,75+5,332x e y =11,8+5,444x, respectivamente, para as variedades Charleston Gray e Crimson Sweet, foi possível a obtenção da concentração inibitória para as duas amostras de óleo de melancia conforme a Tabela 1, que nos apresenta os valores das concentrações inibitórias para os óleos de melancia, os quais obtiveram os seguintes resultados: Charleston Gray (8,18mg/mL) e Crimson Sweet (7,02 mg/mL), indicando que esta é a quantidade de antioxidante necessária para reduzir em 50% a concentração inicial de DPPH. A concentração inibitória para o óleo da variedade Crimson Sweet foi semelhante ao obtido para o óleo de melancia de Malacrida (2009) 7,07g de óleo por grama de DPPH.
Figura 1. Equações da reta da atividade antioxidante (%) dos óleos das
Tabela 1 - Concentração inibitória para os óleos de melancia.
CONCLUSÕES: Foi caracterizado a presença de atividade antioxidante nos óleos das duas variedades de melancia, apresentando a variedade Crimson Sweet a maior atividade antioxidante frente a variedade Charleston Gray.
AGRADECIMENTOS: CNPq e Capes pelo suporte financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CANSIAN, R. L.; MOSSI, A. J.; OLIVEIRA, D. de; TONIAZZO, G.; TREICHEL, H.; PAROUL, N.; ASTOLFI,V.; SERAFINI, A.T. Atividade antimicrobiana e antioxidante do óleo essencial de ho-sho (Cinnamomum camphora Ness e Eberm Var. Linaloolifera fujita). Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 30(2): 378-384, abr.-jun. 2010.
MALACRIDA, C. R. Caracterização de óleos extraídos de sementes de frutas: composição de ácidos graxos, tocoferóis e caratenóides. Tese de doutorado, Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, São Paulo, 2009.
ORDÓÑEZ , J. A. et al. Tecnologia de alimentos: componentes dos alimentos e processos. Porto Alegre: Artmed, p. 33-49, 2005.
SILVA, R. S. Perfil dos ácidos graxos, atividade antioxidante e caracterização físico-química do óleo das sementes de três espécies de maracujá cultivadas no Estado de Roraima. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Roraima. Boa Vista, RR, 2011
VEDANA, M. I. Efeito do processamento na atividade antioxidante da uva. 2008. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduaçâo em Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal do Paraná.