ÁREA: Alimentos

TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS EM ÓLEOS SUBMETIDOS AO PROCESSO DE FRITURA EM UNIDADE DE PRODUÇÃO DE REFEIÇÃO EM CUIABÁ – MT

AUTORES: Molina, A.O. (IFMT, CAMPUS BELA VISTA, CUIABÁ – MT.) ; Moraes, A.S. (IFMT, CAMPUS BELA VISTA, CUIABÁ – MT.) ; Pessoa, A.A. (IFMT, CAMPUS BELA VISTA, CUIABÁ – MT.) ; Ferreira, C.L.P. (IFMT, CAMPUS BELA VISTA, CUIABÁ – MT.) ; Siqueira, N.F.M.P. (IFMT, CAMPUS BELA VISTA, CUIABÁ – MT.)

RESUMO: Reutilizações contínuas dos óleos provocam alterações físico-químicas, como a oxidação e a hidrólise. O objetivo da pesquisa foi avaliar alterações físico- químicas de óleos vegetais utilizados em processo de fritura, em Unidades de Produção de Alimentos (UPA) em Cuiabá-MT. Foram coletadas 05 amostras de cada unidade, incluindo o óleo virgem, para análises de acidez titulável e índice de peróxido. Observou-se que o índice de acidez e peróxido elevaram-se rapidamente, aumentando a cada tempo de fritura, distanciando-se muito do permitido pela legislação brasileira. Os parâmetros de qualidade utilizados nesta pesquisa demonstraram que à medida que aumenta-se a frequência do estresse térmico atribuído ao óleo de soja, eleva-se os índices de sua degradação.

PALAVRAS CHAVES: fritura; oxidação; UPA

INTRODUÇÃO: O expressivo aumento da população fazendo suas refeições em estabelecimentos comerciais faz com que as Unidades de Produção de Alimentos (UPAs) trabalhem com o objetivo de processar alimentos para posterior distribuição e para diferentes tipos de clientela. A UPA busca alimentar de forma correta a população, preocupando-se com a qualidade higiênico-sanitária, nutrição e segurança alimentar, pois deve oferecer nutrientes essenciais para a sobrevivência e manutenção do indivíduo (RIBEIRO, 2002). A fritura é uma operação importante por ser um processo de preparação rápida de alimentos e o óleo usado no processo confere aos alimentos características únicas de odor e sabor. Porém, reutilizações contínuas dos óleos, provocam alterações físico- químicas, como a oxidação e a hidrólise, podendo levar à produção de compostos tóxicos, como peróxidos, aldeídos, cetonas, radicais livres, ácidos graxos trans e outros, que além de serem prejudiciais à saúde humana, provocam perda nutricional pela quebra da cadeia do ácido graxo (ARAUJO, 2004). O objetivo da pesquisa foi avaliar alterações físico-químicas de óleos vegetais utilizados em processo de fritura, em Unidades de Produção de Alimentos em Cuiabá-MT.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas 05 amostras de cada Unidade de Produção de Alimentos da cidade de Cuiabá-MT. A coleta do óleo foi feita de 02 em 02 dias de fritura, até o descarte do óleo pela UPA, incluindo o óleo virgem. Analisou-se 03 repetições de cada amostra, totalizando assim, 30 parcelas de amostras. Foram feitas análises de acidez titulável e índice de peróxido, a fim de observar as condições de qualidade do óleo de fritura, conforme as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz – BRASIL (2005). Os parâmetros de comparação dos resultados foram: 0,3g de acidez em ácido oléico/100g óleo, 10meq/kg de peróxido, conforme ANVISA, 1999.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo os resultados obtidos, observou-se que nas duas UPA’s estudadas, o índice de acidez elevou-se rapidamente e de forma acentuada (0,72g de acidez em ácido oléico/100g óleo), aumentando a cada tempo de fritura. Quanto ao índice de peróxido, observou-se elevada degradação do óleo no decorrer do processo, até o momento do descarte, permanecendo em média com valor de 0,78meq/kg nas duas UPA’s, especialmente na UPA1 (0,55meq/kg), porém, não ultrapassou o limite permitido pela legislação. Quanto aos índices de acidez, os resultados demonstraram um distanciamento considerável daqueles permitidos pela legislação brasileira para óleo de soja comercial refinado, uma vez que não há legislação específica para óleo de fritura. Dados semelhantes foram encontrados em outras regiões do país (MENDONÇA et al, 2008; ANS et al, 1999) demonstrando a necessidade de maior controle dos óleos de soja utilizados em UPA’s no Brasil, uma vez que esses indicadores de qualidade refletem o índice de degradação desses óleos.

CONCLUSÕES: Os parâmetros de qualidade utilizados nesta pesquisa demonstraram que à medida que aumenta-se a frequência do estresse térmico atribuído ao óleo de soja, eleva-se os índices de sua degradação, portanto, torna-se clara a necessidade de controle da frequência da utilização desses óleos em UPA’s no Brasil.

AGRADECIMENTOS: CNPq

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANS, V. G., MATTOS, E. S., JORGE, N. Avaliação da qualidade dos óleos de fritura usados em restaurantes, lanchonetes e similares. Ciênc. Tecnol. Aliment.,19 (3), Campinas, 1999.

ARAÚJO, J.M.A. Química de alimentos: teoria e prática. UFV, 3ª ed., 2004, 478p.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.° 482, de 23 de setembro de 1999. Regulamento técnico para fixação de Identidade e Qualidade de Óleos e Gorduras vegetais.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos químicos e físicos para análises de alimentos. v. 1, 4 ed. Brasília, 2005. 1018p.

MENDONÇA, M. A., BORGO, L. A., ARAÚJO, W. M. C., NOVAES, M. R. C. G. Alterações físico-químicas em óleos de soja submetidos ao processo de fritura em unidades de produção de refeição no distrito federal. Com. Ciências Saúde., 19(2):115-122, 2008.

RIBEIRO, C.S.G. Análise de perdas em unidades de alimentação e nutrição
industriais: Estudo de caso em restaurantes industriais. Dissertação – Universidade
Federal de Santa Catarina – Florianópolis, 2002.