ÁREA: Alimentos

TÍTULO: ANÁLISE SENSORIAL DE GELATINA DE MURICI COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE POLPA

AUTORES: Pain, A.S. (IFMT) ; Ribeiro, K.V.M. (IFMT) ; Morais, K.C. (IFMT) ; Ferreira, M.R.M. (IFMT) ; Lima, M.N. (IFMT) ; Scariot, F.O. (IFMT)

RESUMO: O Murici ( Byrsonima crassifolia L. Rich.) é nativo do cerrado e de varjões do centro oeste Brasileiro, sendo um fruto de grande aceitação. Buscando incentivar o consumo de frutos típicos da região foram elaboradas gelatinas com diferentes formulações, foram avaliados os atributos cor, sabor, textura e aspecto global do produto. Sendo que nenhuma das amostras diferiram quando aplicada a ANOVA, também foram realizados os testes de Índice de Aceitabilidade e Escala de Intenção de Compra. Para o índice de aceitabilidade todas as amostras foram aprovadas, já para a escala de intenção de compra, as amostras foram reprovadas.

PALAVRAS CHAVES: Murici; Análise Sensorial; Testes Afetivos

INTRODUÇÃO: O Murici ( Byrsonima crassifolia (L.) Rich.) é nativo do cerrado e de varjões do centro oeste Brasileiro, o período de colheita do fruto é nos meses de dezembro a março, o muricizeiro é uma árvore de cerca de 5 (cinco) metros de altura e o fruto quando maduro apresenta-se amarelado, com diâmetro de 1,5 a 2 cm e um forte odor semelhante a queijo rançoso (REZENDE & FRAGA, 2003; ALVES & FRANCO, 2003), a espécie produz aproximadamente 100 a 500 frutos por planta (SILVA et al., 1994). O fruto é do tipo drupa, mesocarpo carnoso e fino; nuculânio constituído de 1 a 3 lóculos, com aproximadamente 6 mm de diâmetro, adnatas ao endocarpo (GUSMÃO et al., 2004). Atualmente existem poucos estudos sobre a importância do murici tanto para uso medicinal quanto nutricional. Este estudo surgiu a partir de uma pesquisa objetivando o lançamento de um novo produto alimentício, que tivesse em sua formulação produtos típicos da região, para tanto foram elaboradoras diferentes formulações de gelatina de murici, sendo verificada a aceitação do produto por meio do teste afetivo de aceitabilidade, estudou-se também o índice de aceitabilidade e a escala de intenção de compra.

MATERIAL E MÉTODOS: Preparo das amostras: Três amostras de gelatina foram produzidas em laboratório, com diferentes concentrações de polpa de fruta. As amostras foram preparadas e codificadas em A1, A2 e A3, sendo que a amostra A1 foi elaborada com concentração de 30%, a A2 40% e a A3 50% de polpa de murici. Todas as porcentagens foram calculadas sobre a massa total dos ingredientes. As três amostras acima passaram por um processo mecânico de homogeneização e foram colocadas sobre uma temperatura de 6ºC durante 4 horas. Análise sensorial: As amostras foram levadas ao laboratório de Análise Sensorial de Alimentos onde foram aplicados os testes afetivos de aceitação, índice de aceitação e escala de intenção de compra. Os testes foram realizados com estudantes e professores do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus Confresa, de ambos os sexos e com idades entre 15 e 26 anos. As amostras foram servidas aleatoriamente aos julgadores em copos plásticos, com quantidades padronizadas (25g – em função do tipo de amostra), e codificadas com 3 dígitos, obtidos de uma tabela de números aleatórios. Foi fornecido água para limpeza do palato entre a avaliação das amostras. O teste foi realizado entre 14:00 e 15:00h no laboratório de análise sensorial do IFMT – Campus Confresa que dispõe de cabines individuais. Para avaliar a aceitação das amostras A1, A2 e A3 pelos atributos cor, sabor, textura e aspecto global foi aplicada a 40 julgadores uma escala hedônica de 9 pontos, cujos extremos correspondem a desgostei muitíssimo (1) e gostei muitíssimo (9). As amostras foram apresentadas aos julgadores e foi solicitado que as analisassem com relação à escala proposta. Os resultados referentes às amostras A1, A2 e A3 foram tratados estatisticamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados do Teste de Aceitação foram tabulados separadamente distinguindo- se o atributo Cor, Sabor, Textura e Aspecto global do produto, aos dados foram aplicados a Análise de Variância (ANOVA), onde os resultados obtidos para cada atributo avaliado estão expressos na tabela-1 logo abaixo. Podemos observar a partir dos resultados obtidos que as amostras não diferiram entre si para o teste de aceitabilidade. As amostras apresentaram os seguintes resultados para o índice de aceitabilidade: a amostra A1, 70% de aprovação dos consumidores; a amostra A2, 72% de aprovação dos consumidores e a amostra A3, 73% de aprovação dos consumidores. De acordo com DUTCOSK (1996) o índice de aceitabilidade com boa repercussão tem sido considerado superior a 70%. Os resultados do índice de aceitabilidade podem ser observados também no Gráfico-1 abaixo. Para o teste de escala de intenção de compra os melhores resultados foram os obtidos para a amostra A1, com 65% de aprovação dos consumidores e 35% de rejeição; seguido pela amostra A2 com 58% de aprovação dos consumidores e 42% de rejeição e a amostra A3 obteve 53% de aprovação dos consumidores e 47% de rejeição. Os resultados da escala de intenção de compra podem ser observados no Gráfico-1 logo abaixo.

Tabela-1

Resultados da análise sensorial, para cor, sabor, textura e aspecto global, obtidos a partir da ANOVA considera-se o Fcal e compara com o Ftab = 3,15.

Gráfico-1

Resultados do índice de aceitabilidade e da escala de intenção de compra.

CONCLUSÕES: As amostras estudadas (A1, A2, A3) não diferiram entre si quanto a cor, sabor, textura e aspectos globais do produto para níveis de 5% de erro. Quanto ao de Índice de Aceitabilidade pode-se verificar que todos ultrapassaram os 70% de aceitação, ou seja, todas tiveram aceitabilidade por parte dos consumidores. No teste de Escala de Intenção de compra, os resultados mostram que nenhuma das amostras foram aprovadas sendo que as amostras obtiveram A1 65%, A2 58% e A3 53% de aprovação. Percebe-se que o produto pode ter espaço no mercado alimentício, no entanto, devem ser realizados outros estudos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALVES, G. L.; FRANCO, M. R. B. Headspace gas chromatography–mass spectrometry of volatile compounds in murici (Byrsonima crassifolia L. Rich). Journal of Chromatography A, v. 985, n. 4, p. 297-301, 2003.
DUTCOSKY, S. D. Análise sensorial de alimentos. Curitiba: Champagnat, 1996.
GUIMARÃES, M. M.; SILVA, M. S. Processamento e caracterização química e física de frutos de muricipassa (Byrsonima verbascifolia).In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO DA UFG – COMPEEX, 3., 2006, Goiânia. Anais eletrônicos do III Seminário de Pós-graduação da UFG [CD-ROM], Goiânia: UFG, 2006.n p.
GUSMÃO, Eduardo; VIEIRA, Fábio de Almeida; FONSECA, Élcio Meira da. BIOMETRIA DE
FRUTOS E ENDOCARPOS DE MURICI (BYRSONIMA VERBASCIFOLIA RICH. EX. A.
JUSS). Red de Revistas Científicas de América Latina Y El Caribe, España Y Portugal, Lavras, v. 12, n. 1, p.88-91, 27 out. 2004. Disponível em:<http://www.dcf.ufla.br/cerne/artigos/10-02-
20092938v12_n1_nt%2002.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2012.
OLIVEIRA, A. F. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Análise Sensorial de Alimentos: Curso de Tecnologia em Alimentos. Londrina - PR: 2010. 68 p.