ÁREA: Química Orgânica
TÍTULO: Avaliação da Atividade Antioxidante de Ocotea ceanothifoliae Ocotea minor.
AUTORES: Moita, I.S. (UFAM) ; Alcântara, J.M. (UFAM) ; Yamaguchi, K.K.L. (UFAM) ; Veiga-junior, V.F. (UFAM)
RESUMO: Resumo: No presente estudo é feita a descrição inédita da avaliação do potencial
antioxidante pelo ensaio de captura de radicais livres DPPH e ABTS através do
método fotocolorimétrico in vitro. Todas as amostras apresentaram capacidade
significativa de capturar radicais livres, sendo os melhores resultados observados
em Ocotea minor, em que nos extratos dos galhos o CI50 foi de 4,5 e 10,6 g/mL,
nos ensaios com ABTS e DPPH, respectivamente, e nos extratos das folhas o CI50 foi
de 5,7e 20,9 g/mL, nos ensaios com ABTS e DPPH, respectivamente. Os estudos com
as duas espécies do gênero Ocotea estão em fase preliminar, mas indicam grande
potencial de captura de radicais livres em todas as partes estudadas e a
necessidade de estudos mais aprofundados.
PALAVRAS CHAVES: ABTS; DPPH; Antioxidante
INTRODUÇÃO: Introdução: O gênero Ocotea Aubl. é um dos maiores da família Lauraceae,
possuindo aproximadamente 350 espécies distribuídas na América Tropical e
Subtropical, desde o México até a Argentina, ocorrendo também na África e nas
Ilhas Canárias(ALVES; SARTORI, 2009). O gênero Ocotea apresenta o maior número
de espécies medicinais da família, com diversas atividades farmacológicas, como
atividade antioxidante, antifúngica, anti-inflamatória, antibacteriana, entre
outras. Quimicamente, o gênero caracteriza-se por apresentar em sua composição
metabólitos especiais, como alcaloides isoquinolínicos, lignoides e óleos
essenciais (SILVEIRAet al, 2011). Radicais livres e espécies reativas de
oxigênio desempenham papel fundamental no metabolismo celular. No entanto,
quando em excesso, podem gerar estresse oxidativo, levando às alterações
teciduais responsáveis por diversas patologias, incluindo o câncer (DRÖGE,
2002). Contudo, há vários sistemas não enzimáticos que contribuem para a
inativação das reações de radicais livres, como os antioxidantes. No presente
estudo é feita a descrição inédita da avaliação do potencial antioxidante dos
extratos em etanol de Ocotea ceanothifoliae, Ocotea minor, pelo ensaio de
captura do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazila) e do cátion radical
livre ABTS [2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6-ácido sulfônico].
MATERIAL E MÉTODOS: Material e métodos: As espécies vegetais foram coletadas na Reserva Ducke
(Manaus, Amazonas). As folhas e galhos foram separados e secos a temperatura
ambiente, moídas em moinho de facas e submetidas a processo de maceração a frio
com etanol,durante 72 horas com 5 repetições. Todos os extratos em etanol foram
concentrados por evaporação sob pressão reduzida e colocados em dessecador até
evaporação total do solvente para então serem utilizados nos testes de avaliação
da capacidade antioxidante. A medida da atividade sequestrante do radical DPPH•
foi realizada de acordo com a metodologia descrita por MOLYNEUX (2004) com
algumas modificações. A capacidade antioxidante foi determinada também pela
redução do cátion radical ABTS através da ação dos antioxidantes presentes na
amostra, de acordo com RE et al. (1999) com modificações. Para expressar a
atividade antioxidante foi calculado a CI50 e como padrão desse ensaio foi
utilizado como antioxidante de referência o Trolox.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Resultados e discussão: O valor de CI50 é inversamente correlacionado com a
atividade antirradicalar. Por conseguinte os extratos com elevado potencial de
capturar radicais livres tem um valor de CI50 baixo. Assim, os extratos em
etanol que apresentaram atividade mais semelhante ao padrão ou com menores
valores de CI50 mostraram uma melhor capacidade antioxidante. Na Tabela 1 é
apresentada a capacidade de capturar o radical DPPH (CI50) e o cátion radical
ABTS (CI50), exibida pelos extratos em etanol das espécies amazônicas da família
Lauraceae estudadas. Todas as amostras apresentaram capacidade significativa de
capturar radicais livres. Através dos resultados, pode-se notar que os valores
mais altos de CI50 foram encontrados para o extra todas folhas de O.
ceanothifolia (17,2 e 47,1μg/mL, para ABTS e DPPH, respectivamente). A atividade
antioxidante foi maior para os extratos das folhas e galhos de O. minor.
Comparando os valores com o padrão (Trolox), o extrato em etanol dos galhos de
O. minor foi o que se comportou de forma mais semelhante ao padrão. Ao comparar
as concentrações de inibição nos dois métodos observa-se que os potenciais de
redução do elétron do DPPH e do ABTS com relação às substâncias contidas nos
extratos foram semelhantes, (SOUZAet al., 2007).
Tabela 1. Atividade atioxidante (ABTS e DPPH) dos extratos de Ocotea c
CONCLUSÕES: Conclusão: Os extratos de folhas e galhos de Ocotea minor apresentaram uma
significativa atividade antioxidante nos dois métodos analisados. Os estudos com
as duas espécies do gênero Ocotea estão em fase preliminar, mas indicam grande
potencial de captura de radicais livres em todas as partes estudadas e a
necessidade de estudos mais aprofundados.
AGRADECIMENTOS: Agradecimentos: Os autores agradecem à FAPEAM, CAPES e ao CNPq pelo auxílio
financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Referências Bibliográficas:
ALVES, F. M.; SARTORI, A. L. B. 2009. NectandraRol.exRottb. (Lauraceae) no Mato Grosso do Sul,Brasil. Acta BotanicaBrasilica, 23: 118-129.
DRÖGE, W. 2002.Free radicals in the physiological control of cell function. Physiological Reviews, 82: 47-95.
MOLYNEUX, P. 2004.The use of the stable free radical diphenylpicrylhydrazyl (DPPH) for estimating antioxidant activity.Songklanakarin Journal of Science and Technology, 26: 211-219.
RE, R.;PELLEGRINI, N.; PROTEGGENTE, A.; PANNALA, A.; YANG, M.; RICE-EVANS, C. 1999.Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cationdecolorization assay.Free Radical Biology and Medicine, 26: 1231-1237.
SILVEIRA, L. M. S.; MORAES,D. C.; OLEA,R. S. G.; CRUZ,A. L. N.; MENDES, J. C.; MORAES, L. S. 2011. Atividade Antibacteriana de duas espécies vegetais do gênero Ocotea.Florence em Revista, 1:1-17.
SOUSA,C. M. M.; SILVA, H. R.; VIEIRA-JR, G. M. AYRES, M. C. C.; COSTA, C. L. S.; ARAÚJO, D. S.; CAVALCANTE, L. C. D.; ARAÚJO, P. B. M.; BRANDÃO, M. S.; CHAVES, M. H. 2007. Fenois totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais.Quimica Nova, 30: 351-355.