ÁREA: Química Orgânica
TÍTULO: Desenvolvimento e Validação de um Novo Método para Controle de Qualidade do Cloridrato de Paroxetina por Dicroísmo Circular
AUTORES: Monte, Z.S. (UFRPE) ; Ramos, C.S. (UFRPE)
RESUMO: O presente trabalho descreve a análise qualitativa e quantitativa por dicroísmo circular (DC) do cloridrato de paroxetina. Foi desenvolvido um método simples, rápida para o controle de qualidade da paroxetina (PRX) em matéria-prima e fármaco. O método foi validado para a seletividade, linearidade, repetibilidade, linearidade, limite de detecção, limite de quantificação, precisão, exatidão, recuperação e estabilidade. Excelentes resultados foram obtidos, dentro dos valores de referência aceitos de validação de acordo com os guias International Conference on Harmonization (ICH) e com Agência NacionaL de Vigilância Sanitária (ANVISA). Baixos níveis de concentração foram investigada. Este é o primeiro relatório do quantificação de paroxetina, uma droga quiral.
PALAVRAS CHAVES: Paroxetina; Validação; Dicroísmo Circular
INTRODUÇÃO: Paroxetina,(3S,4R)-3-(1,3-benzodioxol-5-iloximetil)-4-(4-fluorofenil)piperidina (figura 1). A estrutura química da PRX apresenta dois carbonos estereogênicos, podendo existir como dois pares de enantiômeros (JITENDRA; et al., 2010). A PRX possui atividade antidepressiva sendo também indicada para o transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do pânico com ou sem fobia, transtorno ansiedade social e fobia social (SUN, et al., 2010; GENOWEFA, et al., 2003). Assim, a PRX tem recebido atenção quanto a liberação e comercialização, por ser uma droga quiral, pois após o maior acidente com o fármaco da talidomida, que levou a milhares de mulheres gestantes a dá à luz a crianças deficientes, devido a sua teratogenicidade (LIU et al., 2002). Assim, alguns métodos têm sido relatados para análise relativa à PRX, como HPLC, cromatografia em fase gasosa descritas na Farmacopéia Européia (JITENDRA, et al., 2010). Os métodos citados são seletivos e sensíveis para análises da PRX. Entretanto, as análises são demoradas e precisam de ambientes quirais, o que representa alto custo para análises de rotina em laboratórios de controle de qualidade (ABDEL-REHIM et al., 2005; HUANG et al., 2011; CASSIANO, et al., 2005; LAMBROPOULOS et al., 1999). O presente trabalho descreve o desenvolvimento e validação de um método simples e rápido por dicroísmo circular (DC). um método alternativo para análise de PRX, DC é a diferença na absorção de
luz circularmente polarizada a esquerda da luz circularmente polarizada a direita (RODGER e NORDÉN, 1997), ocorre quando uma molécula contém um ou mais cromóforos quirais. Os analitos quirais absorvem os dois feixes circularmente polarizados para produzir um espectro que serve como uma impressão digital para a molécula quiral.
MATERIAL E MÉTODOS: 2.1. Reagentes e vidrarias:Os reagentes utilizados foram: PRX, adquirido do laboratório da Cristália, cloridrato de paroxetina (PRX.HCl) adquirido do laboratório Benepax® - APSEN e água ultrapura (Milli-Q Millipore). As vidrarias volumétricas utilizadas foram todas com certificações (UNIGLAS).
2.2. Equipamentos e condições do DC e UV:Os experimento da PRX foram realizados por dicroísmo circular e absorbância em UV-VIS (Jasco, modelo J-815), com detecções simultâneas DC e UV. O detector de DC (Tóquio, Japão) é composto por uma lâmpada de Xenônio (150 W), uma célula de fluxo 44 µL com 25 mm de comprimento de caminho.
2.3. Preparações das soluções estoques e das soluções padrões de referência da PRX:As soluções foram preparadas diariamente a partir das soluções estoque por diluição consecutiva com água obtidas com 6 pontos nas concentrações molares de 5,47.10-4, 4,56.10-4; 3,66.10-4; 2,73.10-4; 1,82.10-4; 0,91.10-4, a última diluição foi realizada em um pH 3,5, tampão de fosfato 5mM. O espectro da PRX foi subtraído do branco (água ultrapura) e coletado no intervalo de comprimento de onda de 400 a 190 nm
2.4. Parâmetros avaliados no desenvolvimento do método analítico por DC:O método qualitativo e quantitativo para a PRX seguiu os guias da ANVISA e do ICH. Os espectros obtidos em 218 nm com 30 leituras, sendo cada leitura obtida pela média de 5 acumulações, a sensibilidade 100 mdeg, scan de 100 nmmin-1, com resposta em 4 segundos para cada acumulação. Os dados experimentais foram avaliados estatisticamente, calculou-se o coeficiente de variação (CV), variância média (F) e teste t Student. A regressão linear foi obtida pelo método dos mínimos quadrados, valor mínimo aceitável do coeficiente de correlação (r) de 0,99.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O espectro de dicroísmo circular (EDC) dos cromóforos (anéis aromáticos) PRX em água ultrapura apresentou um Efeito Cotton (EC) negativo e observado em 218 nm com ângulo de rotação de -37,4653 mdeg (figura 2).
3.1. Seletividade e Linearidade: O método por DC foi seletivo para a PRX não foi observado nenhum EC coincidindo com os sinais da amostra. A curva de referência construída para PRX em 218 nm foi linear no intervalo de concentração de 0,91.10-3 a 5,47.10-3 molL-1.
3.2. Intervalo e LD e LQ: A concentração teste foi 2,73.10-4 molL-1, para o intervalo de concentração molar de 0,182.10-4 a 3,66.10-4. O LD e LQ de foram 0,197 molL-1 e de 0,656, respectivamente, (n=30) (ICH, 2005; ANVISA, 2003; BOTTOLI et al., 2004).
3.4. Precisão e exatidão: A repetitividade apresentou média da variância de 0,002 e a média do CV de 2,21%. Precisão intermediária apresentou variância de 0,0026 e CV de 2,11%. Comparando-se o resultado da média da variância da repetitividade com a média da precisão intermediária foi obtido um quociente ( 1,32), que é menor que o valor tabelado (n =30) (LEITE, 2002). A exatidão foi entre 100,5 e 101,9%, com média em 100,9%. Observa-se que o tcalculado foi menor do que o ttabelado para o intervalo de confiança de 95% (n=30) (LEITE, 2002).
3.5. Recuperação e Recuperação: A recuperação das amostras da paroxetina foram de 99,2; 90,4 e 93,9 % (n=30). Nas condições testada o método foi robusto. Os valores do CV intra-dia e inter-dia foram de 2,68; 3,46 e 0,50% e de 3,06; 2,2 e 1,07%, respectivamente. .
3.6. Estabilidade: Os resultados das leituras das amostras obtidos em 0, 24 e 48, indicam que as soluções são estáveis nesse tempo.
CONCLUSÕES: O método DC foi sensível e confiável para a analise de teor da PRX forma trans (S, R), foi desenvolvido e validado com sucesso, nas condições testadas e de acordo com os guias do ICH e ANVISA, particularmente tendo em conta a baixa concentração investigada. O método não gera resíduo tóxico, porque apenas água é usado como o solvente na análise e preparação das soluções. Mais importante ainda, os espectros de DC servir como impressões digitais das moléculas detectadas, principalmente de enantiómeros. Este é o primeiro relatório do quantitativo análise de PRX por DC.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a FACEPE e ao Centro de Apoio uma Pesquisa (CENAPESQ), UFRPE, e para o Centro Estratégicas De Tecnologias do Nordeste (CETENE).
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