ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: ATIVIDADE ALELOPÁTICA DO EXTRATO JUAZEIRO EM DIFERENTE DILUIÇÕES NA GERMINAÇÃO DE FEIJÃO CAUPI.

AUTORES: Silva, K.M. (UFRPE) ; Rabelo, A.C.S. (UFRPE) ; Fernandes, E.L. (FAMASUL) ; Andrade Neto, E.L. (FAMASUL) ; Diniz, G.K.B. (FAMASUL)

RESUMO: A alelopatia é a capacidade de uma planta interferir de forma inibitória ou estimulante sobre outras plantas. O juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) é uma espécies de grande importância para a sustentabilidade do bioma caatinga e com potencial para serem utilizadas em sistema agroflorestais. O feijão caupi constitui-se em uma cultura de grande importância social e econômica no nordeste brasileiro. O presente trabalho deve como objetivo avaliar a atividade alelopática do extrato aquoso obtido de folhas verdes de juazeiro na germinação do feijão caupi, cv IPA 206. Durante a avaliação do efeito do extrato aquoso de juazeiro utilizou-se as diluções de 0%, 25%, 50%, 75% e 100%. Foi avaliada a porcentagem de protrusão da raiz primária para cada diluição.

PALAVRAS CHAVES: Alelopatia; Ziziphus joazeiro; feijão caupi

INTRODUÇÃO: Na implantação de um sistema agroflorestal é necessário tomar conhecimento das atividades alelopáticas das espécies envolvidas para que não ocorram efeitos indesejados no sistema. Pois, os efeitos alelopáticos das espécies poderão auxiliar na dominância de algumas espécies. A alelopatia é a capacidade de uma planta interferir de forma inibitória ou estimulante sobre outras plantas. Pode apresentar mecanismo de ação direta que incluem alterações no crescimento e no metabolismo vegetal (SANTOS et al, 2010); podendo assim, interferir na germinação das sementes. Dentre as espécies que compõem a flora do bioma caatinga destaca-se o juazeiro. O Ziziphus joazeiro Mart. é utilizado na medicina, na produção de cosméticos e utilizado para sistema agroflorestal. (LORENZI, 2000). O feijão caupi (Vigna unguiculata (L) Walp) apresenta grande importância sócio-economico para Pernambuco por se tratar de uma cultura alimentícia que está sempre presente na dieta alimentar da maioria dos consumidores das regiões nordeste e norte devido ao ciclo curto, resistência a estresse hídrico, altas temperaturas e salinidade do solo e também ao seu valor nutricional. A atividade alelopática das espécies nativas pode ser pesquisada por meio de extrato aquoso e/ou alcoólico e através de bioensaios, pois os mesmos proporcionam maior controle das condições essenciais para a germinação das sementes. Em nível de campo torna-se difícil observar se a ocorrência de efeitos deletérios são devido a competição por nutrientes, espaço, luz e água ou pela alelopatia das espécies. ( ALVES,1992) O presente trabalho teve com objetivo avaliar a atividade alelopática do extrato aquoso obtido de folhas verdes de juazeiro e na germinação do feijão caupi, cv IPA 206.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi realizado na Unidade Acadêmica de Serra Talhada – PE (UFRPE-UAST). A coleta das folhas de juazeiro ocorreu na UFRPE-UAST. Para o preparo do extrato bruto das folhas de cada espécie, utilizou-se 250 gramas de folhas verdes para 1000 mL de água destilada (CRUZ,2000) onde as mesmas foram trituradas em liquidificador doméstico, logo após o mesmo foi e filtrado em papel de filtro. A partir de cada extrato bruto, foram feitas diluições com água destilada, em (água destilada, concentração zero), 25, 50, 75 e 100 %.Para testar a alelopatia das respectivas espécies, utilizaram-se sementes de feijão caupi, cv IPA 206, as quais foram submetidas as cinco diluições do extrato aquoso de cada espécie nativa. Os tratamentos foram diluições de 25, 50, 75 e 100 %,respectivamente de extrato). Avaliou-se o pH o extrato do juazeiro. As sementes foram cultivadas em potes de plástico translúcido de 500 mL com tampa, desinfectados com hipoclorito de sódio a 2%, nos quais foram colocadas três folhas de papel de filtro previamente umedecidas com 7,5 mL das diluições dos referidos extratos aquosos de juazeiro. Os potes foram acondicionados à temperatura ambiente, no município de Serra Talhada-PE. Após 48 horas todos os tratamentos foram umedecidos com 3,75 mL das respectivas concentrações dos extratos. As contagens ocorreram todos os dias por cinco dias. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições de vinte cinco sementes por tratamento. Foram avaliada porcentagem de protrusão da raiz primária (PR) As médias obtidas foram comparadas pelo o teste de tukey, ao nível de 5% de probabilidade. O software utilizado para as análises estatísticas foi o SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2003)

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisando os resultados 96% a, 96% a, 95% a, 94%a e 94%a em respectivamente diluições 0%, 25%, 50%, 75% e 100%. Pode-se verificar que não houve diferença significativa para a porcentagem de protrusão da raiz primária (PR), de sementes de feijão caupi, cv. IPA 206, submetidas em diferentes diluições de extrato aquoso de folhas de juazeiro. O extrato aquoso de frutos de juazeiro, preparado com 50g de frutos em 500 mL de água destilada, reduziu a germinação e o índice de velocidade de germinação de sementes de alface nas concentrações de 75 e 100% (COELHO, 2011). O mesmo resultado não foi encontrado nas sementes de feijão cv IPA 206. Apesar da acidez (pH: 5,44; 5,40; 5,43; 5,44) das diluições (25, 50, 75 e 100%) do extrato aquoso de juazeiro apresentarem o caráter um pouco acido, a mesmo não interferiu na porcentagem de germinação.

CONCLUSÕES: O extrato aquoso de juazeiro, de um modo geral, não interfere na atividade fisiológica das sementes de feijão caupi, cv.IPA 206.

AGRADECIMENTOS: A Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-UAST), A FAMASUL A Pós-Graduação em Produção de Vegetal A CAPES pela concessão da bolsa de mestrado

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SANTOS, C. C.;SILVA, L. G.;SILVA, G. C.;FERREZ JUNIOR, A. S. L. Alelopatia entre leguminosa arbóreas e feijão-caupi.Scientia Agraria, v.11, n.3, p.187-192, 2010.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, v 2, p. 352, 2000.

ALVES, P. L. C. A. Estudo das propriedades alelopáticas de espécies de Eucalyptus spp. e sua potencialidade no manejo de plantas daninhas. Relatório FINEP. Jaboticabal: FCAV, p-273, 1992

CRUZ, M .E .S; MOZAKIi,M. H.;BATISTA, M .A . Plantas medicinais e alelopatia. Biotecnologia. Ciência e desenvolvimento, n-15 p 28-34 2000.


FERREIRA, D. F. SISVAR 5.0 (build 68). DEX/UFLA. Suporte técnico CNPq. Lavras, 2003
COELHO, M. F. B; MAIA, S. S. S; OLIVEIRA, A. K; DIÓGENES. F. E. P. Atividade alelopática de extrato de sementes de juazeiro. Horticultura Brasileira v. 29, n 1, p.108-111, 2011.